Ir. Claudina Pascoal (Ir. Marina)

Ir. Claudina Pascoal (Ir. Marina)

30/07/1919 – † 09/08/2000 -------------------------

Biografia

Ir. Marina, dotada de muitos dons, fazia do estudo e da pesquisa seu “hobby”, além de permanecer longo tempo em colóquios diante do Santíssimo Sacramento.

Preocupava-se com o preparo espiritual e científico das jovens candidatas à vida religiosa e, quando se sentia impossibilitada de ajudá-las, deixava sempre uma mensagem de otimismo e de coragem na caminhada. O ser questionada sobre assuntos referentes ao estudo da História e da Geografia, tinha sempre a resposta pronta, como se os tivesse armazenados num disquete.

Exerceu suas atividades na área de educação, catequese paroquial, formação, biblioteca e outras, em vários locais, sempre prestativa com todos os que dela necessitassem. Atuou em: São Paulo,SP, Cafelândia,SP, Espírito Santo do Pinhal,SP, Aparecida,SP Ginásio Padroeira do Brasil, Adamantina,SP e por dois anos no Hospital Matarazzo, em São Paulo,SP no atendimento aos trabalhos da residência das Irmãs e catequese para funcionários. Nos últimos anos, sentindo-se limitada a colaborar  nos trabalhos, quando solicitada, fazia algumas pesquisas e fornecia as respostas, com alegria e responsabilidade. Permitia que as Irmãs brincassem com ela e proporcionava momentos de alegria e distensão na vida comunitária.

Tinha um programa de vida e rezava cada dia da semana, por uma intenção especial:

segunda–feira-pelas almas, pelos pobres, marginalizados, desabrigados, esquecidos, injustiçados, drogados, alcoólatras, criminosos, detidos, pelas famílias e pelas crianças;

terça-feira-meus familiares, parentes e amigos

quarta-feira-todos os que sofrem física ou moralmente.

quinta-feira-pelas pessoas santas deste mundo, por aquelas que estão em busca da santidade, as tíbias, as indiferentes, pelos jovens e anciãos.

sexta-feira-por todos os consagrados, principalmente por nosso Instituto (Madre Geral, Provincial, demais Superioras e Irmãs); também por todos os demais consagrados pelo Batismo e leigos consagrados; pela nossa Pátria, pela conversão dos pecadores e desagravo ao Sagrado Coração de Jesus.

Sábado-pela Santa Igreja, pelo Papa, pelos Bispos, Presbíteros, Diáconos, Seminaristas, Missionários e Missionárias do mundo inteiro e todos os vocacionados ao sacerdócio e à vida religiosa.

Domingo-dia do Senhor, dia de adoração, louvor e ação de graças por tudo o que saiu da mente de Deus, na criação do Universo. Ir. Marina faleceu na UTI do Hospital São Camilo, em São Paulo,SP. Contava 81 anos de idade e 59 de vida de vida religiosa. Na Missa de corpo presente, como despedida, foi lida uma poesia que Ir. Maria Josefina Suzin lhe dedicou e que resume sua vida e expressa nossos sentimentos:

 

Depoimento de Irmã Josefina Suzin

Ir. Marina, Silenciosamente viveste.

Passou o inverno!

Silenciosamente partiste.  Agora é eterna primavera!

No teu rastro, o perfume. Felicidade sem fim é a recompensa do teu lindo viver. O céu escancarou suas portas para te acolher.

Na terra, passaste fazendo o bem, não sem dissabores, sofrimento, lutas, incompreensões.

Agora, tudo isso passou.

A semente morreu, mas produziu vida e vida abundante.

No abraço de Maria provaste o carinho e a ternura da Mãe Celeste.

Ela te conduziu a Jesus,

o Esposo,

o Amigo,

o Senhor,

o TUDO ...da tua vida.

Agora é festa perene...

é Alegria incontida...

é Paz duradoura...

é Luz que brilha...

é Eternidade.

Bela é a tua alma, simples como a pomba, 

meiga como um raio de sol, feliz,

pura como a manhã que nasce.

Do céu,

junto de Deus Pai,

no aconchego do Filho-Esposo,

na luz do Divino Espírito Santo,

no calor do regaço de Maria,

em companhia de

Madre Clélia Merloni,

na Eterna Paz,

intercede por nós,

olha para nós que continuamos a labuta,

que estamos no tempo,

que seguiremos teus passos rumo à eternidade.

Descanse em Paz.

Roga por nós,

Querida Ir. Marina!

 

Ir. Leonia Cavassin - Fui sua colega de estudos, em São Paulo,SP. Sempre muito amável, prestativa, alegre, caridosa, amiga sincera e justa. Amada pelas colegas e, para elas, exemplo de bondade e esforço nos estudos e tarefas. Falava pouco e em voz baixa. Percebia-se quanto amava o Coração de Jesus, Nossa Senhora e Madre Clélia, e sua fidelidade às práticas espirituais. Amava o Instituto, mas sua inclinação era para a vida contemplativa”.

Ir. Jucélia Melo -“Morei com Ir. Marina em Espírito Santo do Pinhal,SP e no Colégio São José, em  Bauru,SP. Considerava-a autodidata, inteligente, responsável, tudo fazia com muita perfeição. Virtudes que nela notava: silêncio, generosidade, bondade, amor ao magistério, vida de oração, amor à Igreja, ao Instituto, às Superioras e às Irmãs. Personalidade forte, determinada e, ao mesmo tempo, trabalhada pelo Espírito. Responsabilidade, não perdia tempo e, quando já não trabalhava mais na escola, participava com seus conselhos, interesse pelo trabalho, partilha. Doou-se inteiramente: primeiro, na missão, e depois, no silêncio e na oração”.

Ir. Valéria Lopes Garcia - Conheci Ir. Marina na Casa Provincial. Era responsável pela capela da comunidade. Cumpria essa tarefa com alegria e muito zelo, por amor a Jesus e para que as Irmãs se sentissem bem. Virtudes que mais a destacavam: simplicidade, organização, zelo, delicadeza, acolhimento, vida de oração, fé e caridade. Sabia controlar-se, nos momentos de tensão, e levar tudo ao Senhor. Preocupava-se com as vocações e com as Irmãs jovens, procurando ser testemunha fiel e verdadeira religiosa. Sobre seu chamado à vida religiosa, dizia ter sofrido muito ao deixar seus pais e irmãos. Conversávamos sobre muitas coisas e, várias vezes, pudemos partilhar retiros. Numa de suas orações, entregava ao Senhor sua grande preocupação sobre a doença, pois o médico lhe havia dito que seu coração poderia parar a qualquer momento. Levou essa preocupação para a oração e sentiu, fortemente, que o Senhor lhe preparava um lugar muito próximo dele, porque, em toda a sua vida, sempre procurou em estar com Ele.

Em outra ocasião, na Sexta-Feira Santa, disse-me que nunca havia feito uma experiência tão forte de estar na cruz com Jesus; porém, sua cruz não era de espinhos e madeira, mas era preza por um fio e na ponta estava o seu coração, que batia forte, num ritmo sem pausa. Esse fio arrebentou e, assim, viu seu coração em meio a duas mãos que o seguravam com carinho. Fez, então, uma observação e me disse que iria morrer justamente no Sábado de Aleluia. Durante a Missa, na Paróquia, sentiu-se mal e teve que ser levada para o hospital e a primeira coisa que ela me disse foi: meu coração está nas mãos dele e, quando retornou para casa, disse brincando: Não foi desta vez....

Partilhas, como esta, foram muitas. Quando acontecia algum desentendimento na comunidade, ela sofria muito e procurava fazer alguma coisa para melhorar a situação; depois, me chamava, dava-me conselhos, para não tomar a situação como exemplo, mas, sim, para não fazer igual e rezar pela Irmã.

Ir. Lydia Moreira de Oliveira - Ir ‘Marininha,’ como a chamávamos, foi para mim exemplo de Irmã silenciosa, serena, preocupada com as incumbências recebidas. Um modelo de Apóstola.

Ir. Brigida Campos Cunha - Ir. Marina passou muitos anos no Colégio de Cafelândia,SP; e foi lá que tive oportunidade de conhecê-la e tê-la como professora de Geografia e Biologia. Sempre serena, humilde, bondosa, mansa e, sobretudo, simples, ocultando sua sabedoria. Autodidata, tinha facilidade para reter seus conhecimentos e, ao ser interrogada sobre algum assunto, dava uma nova aula. Convivi com ela, mais tarde, na Casa Provincial. Sua vida escondida, humilde, silenciosa, falava muito ao meu coração, pois a havia conhecido numa sala de aula tão cheia de ciência e sabedoria; e, hoje, vê-la modesta e escondida. Admirava o capricho com que fazia tudo o que lhe era pedido. Sabendo que sua saúde era frágil, estava sempre preparada para o momento em que o Senhor a viesse buscar. Seus documentos, seu quarto, tudo preparado para a grande viagem.

Ir. Maura Miranda - Ir. Marina era autodidata. No Colégio de Cafelândia lecionava várias matérias como: Geografia, Ciências, Biologia Educacional, Anatomia. Ouvi várias Irmãs que foram suas alunas dizerem que suas aulas eram bem preparadas; Foi sempre carinhosa e atenciosa com as alunas.

Ir. Cleamaria Simões - Fui aluna de Irmã Marina. Ela ensinava português; professora extremamente  dedicada e desejava que de fato as alunas aprendessem. Lembro-me bem que nossos cadernos de tarefa eram bem analisados por ela; atribuía nota não só pelo conteúdo, mas também pela letra. Fazia questão que tivéssemos letra bonita.