IR. TEODOLINDA TAGLIAPIETRA

IR. TEODOLINDA TAGLIAPIETRA

29/05/1890 + 03/10/1976 -------------------------

Biografia

Irmã Teodolinda veio como missionária para o Brasil, logo após a Primeira Profissão e iniciou suas atividades no campo da enfermagem, na Santa Casa de Misericórdia de Araraquara/SP, onde soube descobrir Cristo no irmão pobre e nos enfermos. Em seguida, trabalhou na Santa Casa de Mococa/SP, dedicando-se à enfermagem e testemunhando muita caridade e paciência. No Hospital Matarazzo em São Paulo/SP, teve oportunidades enormes para desempenhar sua missão, sem pensar em si, com espírito de doação total, muito preocupada com os pobres e, sempre que podia, ia em socorro dos necessitados. Temos disto o testemunho do Dr. Archimedes Lamoglia, que foi grande profissional e Deputado Estadual. Ele não se cansava de testemunhar a caridade de Ir. Teodolinda, quando, com muito carinho, cuidou dele, menino pobre, que se tornou depois, um grande homem. Em 27 de outubro de 1976, Dr. Archimedes apresentou o Requerimento N. 1452, de 27/10/76, que consignou, em Ata da Assembleia Legislativa de São Paulo, justa homenagem póstuma à virtuosa Irmã Teodolinda (publicado no Diário da Assembleia do dia 27 de outubro de 1976).

No silêncio ela amava a todos, sem distinção.

Em 1935, retornou ao Hospital Matarazzo, também, como Superiora local. Suas virtudes foram alicerce e sustento para todos os que por lá passaram; sabia ler em cada um a necessidade, o sofrimento, a alegria e a tristeza; para todos tinha uma palavra única - aquela que aproximava mais de Deus. Sua caridade era feita não tanto com palavras, quanto por atos; sua disponibilidade edificante, sempre pronta às necessidades alheias e com espírito de obediência. Assumindo a responsabilidade da Beneficência Portuguesa de Bauru/SP, nos anos de 1951 a 53 sofreu muito, para superar dificuldades enfrentadas junto à Diretoria daquela casa: faltavam Irmãs preparadas; a Diretoria mostrava-se descontente com o trabalho deficiente de algumas e fazia pressão contra todas. Ir. Teodolinda, com muita paciência soube controlar a situação, mas acabou entregando o trabalho, por falta de pessoal qualificado.

Em São Paulo/SP, exerceu o Cargo de superiora local de 1949 a 50 e Vigária Provincial, durante alguns anos. Como sempre, pronta para tudo, foi transferida para a Santa Casa de Cafelândia/SP, em 1953 a 55 num ambiente pobre, com muitas dificuldades, que procurava superar, e conseguiu desempenhar com qualidade os trabalhos naquele Hospital.

Plenificando sua vida de doação, exerceu o cargo de Superiora da Betânia, junto às Irmãs idosas, por muitos anos, numa dedicação invejável, poder-se-ia dizer fora do comum. Só Deus é testemunha. Com a saúde depauperada, deixou o cargo de Superiora e arrastando-se, dia por dia, andou até que pode, completando assim sua coroa de merecimentos, através de sofrimentos e dores atrozes, provocadas pela insuficiência de sua coluna vertebral. Nessa situação, iniciava às 3 horas da manhã seu dia, pois, não queria dar trabalho à enfermeira; vestia-se aos poucos até que chegasse a Irmã que ultimava os preparativos para colocar-lhe o um colete que trazia para sustentar a coluna e assim conseguia participar pontualmente dos atos comuns. Com a transferência da Betânia, de Cafelândia para Marília, ali faleceu santamente, aos 86 anos de idade e 61 de vida religiosa e, também, de vida missionária no Brasil, deixando-nos o exemplo de como vivem os santos.

 

Depoimentos

 

Ir. Palmira de Oliveira Considero a Irmã Teodolinda uma santa. No Hospital Matarazzo, naquele tempo, não havia muitos médicos. Irmã Teodolinda, prontificou–se para salvar muitas vidas. Fazia curativos internos que ninguém tinha coragem de fazer nas mulheres; partos, para salvar a vida da mulher e da criança. Nunca deixava os pobres sem alimento. Suas penitências e mortificações eram notáveis. Jejuava sempre, comia pouco, às vezes, só tomava meio copo de vinho. Demonstrava amor às Irmãs e sacrificava-se por elas. Encontrando-as perguntava, para ajudá-las a crescer: “Filha, você ama a Jesus”? Na Betânia de Cafelândia, à noite, quando as Irmãs estavam repousando, ia encerar o piso da Capela, de joelhos, adorando Jesus Sacramentado. Nos momentos livres, podíamos encontrá-la sempre na Capela, diante do SSmo. Sacramento. Sua vida foi só para Jesus: penitência, caridade, oração. Para ela, tudo era pouco; sofria em silêncio, só por Jesus.

 

Irmã Antonia Pagani - “Conheci Ir. Teodolinda em São Paulo/SP, em 1948, como Vigária Provincial. Exercia seu cargo com bondade e dedicação. Ótima enfermeira, dava jeito para tudo. Era bastante exigente na observância da regra, especialmente na oração, caridade e amor fraterno, procurando, com seus conselhos, orientar-nos em busca da santidade, repetindo sempre: “a Irmã que não reza não persevera. Dizia ainda: Somos filhas de Madre Clélia e, por isso, devemos imitar suas virtudes”.

 

Irmã Brígida Campos Cunha - Considero uma graça especial ter conhecido Ir. Teodolinda. Quando jovem, estive internada na Santa Casa de Cafelândia/SP, e foi nesta oportunidade que pude começar a sentir o quanto ela era bondosa, mansa, paciente e caridosa. Era gratificante vê-la próxima de cada pessoa, tão atenciosa e prestativa. Sua humildade cativava a todos e os mantinha muito próximos.