Ir. Maria Helena Olandesi

Ir. Maria Helena Olandesi

10/07/1913 – † 17/11/2001 -------------------------

Biografia

 

Ir Maria Helena, personalidade vibrante, de olhos arredondados semelhantes às notas musicais, colocados harmoniosamente na partitura, faziam-na mais transparente, retratando em seu viso, a alegria de doar-se e servir, na mais sublime vocação que o Senhor lhe concedeu: ‘servir através da música da alma e da vida’.

Em sua trajetória, sempre ressoou forte o som do piano, instrumento que se tornou o altar da oferenda, mola propulsora do seu apostolado, nas diversas comunidades. Partilhou seu dons artísticos nas casas: 1942, ainda Noviça, Casa Provincial, onde lecionou, na escola primária;  de 1944 a 1950, no Colégio São José, em Bauru-SP, ensinando canto e piano;  em 1951, no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em São Paulo-SP;  em 1952 retornou para Bauru-SP e lá permaneceu até 1974, como professora de piano, canto e curso primário; mais tarde, licenciada em Pedagogia aplicada à  Música, Educação, História da Música, Harmonia Elementar, Orfeão Artístico, Educação Musical e Piano, prestou serviços, lecionando essas disciplinas no Conservatório Musical Pio XII, que funcionava junto ao Colégio São José. Em 1975, transferida para o Colégio “Cor Jesu”, em Brasília-DF, continuou exercendo a mesma função, até 1994. Lá permaneceu durante 19 anos. Quando se viu impossibilitada de tocar o instrumento musical de sua missão, agarrou-se ao terço, deslizando as Ave- Marias, como se fossem notas musicais tocando os mistérios do Rosário.

Em 1995, quando foi transferida para a Betânia, passou a compor a equipe da Comunidade adoradora. Era notável sua tristeza,  por não poder servir como antes, e sim, submeter-se ao tratamento de saúde. Nos últimos tempos, quando já não podia participar da Santa Missa, pedia a Santa Comunhão e se deliciava com a presença Eucarística .

No dia 15 de novembro de 2001, durante a novena, em preparação à memória da morte de Madre Clélia, entrou em estado inconsciente, e assim permaneceu por dois dias. Às vésperas de sua morte, quando o sacerdote lhe administrou a Unção dos Enfermos, abriu os olhos, como se estivesse entendendo tudo e agradecendo a delicadeza das coirmãs, que se preocuparam com esse ato tão importante. Na madrugada do dia 17, foi surpreendida pela morte, entregando serenamente sua alma a Deus. As Irmãs que a assistiram testemunham que sua face estava linda, serena e expressiva. Parecia que o sorriso da “Flor”, assim era chamada pelos mais íntimos, esboçado em seus lábios, via alguém muito querido diante de si. Certamente, era o seu Esposo Divino, que vinha entregar-lhe o prêmio de sua fidelidade a Deus e ao Instituto. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Municipal de Marília-SP.

Depoimentos

Ir. Celeste Yamamoto- Ir. Maria Helena passou a fazer parte da comunidade da Betânia, para tratamento da saúde. Sentia dores pelo corpo todo. Era muito sensível, amorosa, agradecida por tudo o que recebia. Quando podia, alegrava as Irmãs tocando piano. Possuía gênio meio forte: se alguém lhe negava alguma coisa, ficava sentida; mas, depois, se arrependia e ficava silenciosa. Se alguma irmã  lhe pedia para tocar piano, dizia: “a minha carreira, agora, é só rezar”.

Ir.Brígida Campos Cunha- Convivi com Ir. Maria Helena, durante cinco anos, no Colégio São José, em Bauru. Era muito metódica,  calma, voz mansa, sempre envolvida com os alunos e assuntos do Conservatório. Passava o dia todo ensinando; porém, às dezesseis horas, recolhia-se aos seus aposentos, para interesse particulares. Sempre pontual nos atos comuns. Muitas vezes, era encontrada na Capela, em oração. Quando já estava  na Betânia, fui visitá-la. Ela ainda conservava a mesma postura, o mesmo jeito manso de falar e a mesma lucidez”.