Maria Rachele, desde pequena, alimenta o desejo de servir a Deus. Seus pais sentem-se felizes com a vocação da filha e procuram cultivá-la, assim seu sonho cresce e se fortalece cada vez mais. Aos 17 anos de idade, já decidida inicia os preparativos para a entrada no Postulado das Irmãs Missionárias Zeladoras do Sagrado Coração de Jesus e, no dia determinado, conduzida pelo pai, ingressa no Instituto. Sua devoção a Nossa Senhora é muito grande e, por isso, passa a chamar-se Maria do Carmo (Carmela). Inicia seu noviciado, cuja Casa, pelo aumento das vocações, foi transferida para Alessandria. Após a primeira Profissão, começa sua missão prática. Nos anos de formação, aprendeu a teoria da missão, agora começa a prática. A meta que a impulsiona é salvar almas para Jesus; e seu ardente desejo é ser missionária no Brasil. Por dez anos, reside na casa Geral, em Roma, dedicando-se ao ensino e à catequese; é prestativa e zelosa nos seus trabalhos. Tem a graça de presenciar o retorno de Madre Clélia e, como Sacristã, acompanha o padre capelão quando leva a Santa Comunhão à nossa Madre Fundadora. Contando este pormenor salienta a fineza da caridade que Madre Clélia possuía; pois, ao ajoelhar-se com a vela na mão, pedia que se levantasse, pelo fato de sofrer de bronquite.

Como enfermeira e catequista, dotada de grande fervor, amor ao Papa, à Igreja e ao Instituto, em 1948 deixa a Itália, como religiosa missionária, a fim de desempenhar seus trabalhos apostólicos no Brasil. Foi para Cafelândia/SP, Colégio Sagrado Coração de Jesus, assumindo com grande dedicação e amor a formação das juvenistas. Seu zelo pelas coisas de Deus marcou profundamente a alma de todas as vocacionadas que a tiveram por mestra. Era exigente e firme para com elas, mas, ao mesmo tempo, materna e compreensiva, amando-as com a mais profunda caridade, a ponto de ficar doente quando alguma delas desistia do caminho empreendido no serviço do Senhor. Ao findar as atividades voltadas para o Juvenato, permaneceu algum tempo na Comunidade do Colégio e, depois, recolheu-se à Casa de Repouso para as Irmãs idosas, ocupando por algum tempo a responsabilidade de Superiora.Com a mudança da Betânia, de Cafelândia para Marília, passou a morar nesta última cidade; e, até os derradeiros momentos de sua vida, dava catequese para um grupo de crianças.

Em outubro de 1982, durante o retiro anual da comunidade, tendo levantado mais cedo e passeando pelo pátio, caiu, quebrando o braço e a perna. Hospitalizada e operada, houve complicação, em razão de problemas cardíacos; e, após dias de intenso sofrimento, veio a falecer, aos 82 anos de idade e 61 de vida religiosa.

Acorreram ao seu velório inúmeras Irmãs, particularmente suas queridas ex-juvenistas, que lhe testemunhavam afeto e gratidão, não obstante os soluços, entoando os cantos que lhes foram ensinados por ela. Após a Missa de corpo presente, foi sepultada na Capela São José, junto à Betânia.

Irmã Lourdes Baptista - Ir. Carmela foi minha mestra no Juvenato por três anos e aprendi muito, principalmente amor à Sagrada Escritura, à Santa Eucaristia e a Maria Santíssima. Muito enérgica e correta em tudo.

(Obs. Outros fatos de sua vida e depoimentos encontrarmos no Livro “A Apostola do Ardor Missionário”, da Coleção: Coração multiplicado – Bauru/SP - EDUSC, 2001)