Ir. Francesca Cancellieri trabalhou no Hospital Humberto I, posteriormente denominado de Hospital Nossa Senhora Aparecida, após a Nacionalização, e finalmente Hospital Matarazzo. Com outras Irmãs, ela se sobressaia na sua dedicada atenção e cuidado aos doentes.

A atitude das Irmãs chamou a atenção do renomado cirurgião Dr. Carlos Brunetti que solicitou à Madre Vigária, Ir. Assunta Bellini algumas Irmãs para o seu hospital no Braz, especialmente aquelas que ele sabia terem mais experiência.

O médico pretendia fundar no Braz uma universidade, tendo anexa uma casa de saúde. Escolheu para sua obra muitas Congregações Religiosas. A nossa Congregação estava incluída nesse rol. Chamou sua atenção, o espírito de sacrifício das Irmãs Zeladoras (hoje Apóstolas).

Madre Assunta não dispunha de Irmãs suficientes para atender a tantas necessidades e estava impedida de recorrer a Itália para suprir os pedidos, devido a conflitante situação da guerra.

Resolveu o problema diminuindo as Irmãs de alguns hospitais e do Hospital Humberto I. Essa diminuição causou desacordo entre a Congregação e o Corpo Médico.

Inicialmente foi escolhida para o Hospital do Braz a Ir. Francesca Concillieri para ser a pedra fundamental da nova fundação. A sua saída causou uma dolorosa separação das Irmãs que viam nela um forte apoio.

A sua saída para o Hospital do Braz, tornou embaraçosa a situação do Hospital Humberto I, pela diminuição de pessoal e pelo aumento constante de trabalho. Tudo concorria para tornar sempre mais crítica a posição da Superiora, Ir. Severina Rigoldi que permaneceu no cargo de 1913 a 1918. O pedido do Dr. Carlos Brunetti foi atendido e Irmã Francesca foi indicada Superiora da Comunidade. A diminuição das Irmãs no Hospital Humberto I, causou descontentamento de um lado e satisfação do outro.

Ir. Francesca enfrentou trabalhos heroicos por causa da situação em que vivia a população da cidade de São Paulo dizimada pela epidemia da Gripe Espanhola. Ela, com sua indescritível dedicação, conseguia de mil modos fartas doações em benefício dos doentes. Conseguia de tudo, até mesmo as alfaias sagradas para a capela do hospital, como também as imagens do Sagrado Coração de Jesus, de Maria Santíssima e de São José, oferecidas como presentes às Missionárias Zeladoras do Sagrado Coração de Jesus. Ir. Francesca prestando assistência aos doentes faleceu vítima da Gripe Espanhola. O Diretor e Fundador do Hospital do Braz, assumiu todas as despesas dos funerais e o carro fúnebre de primeira classe. Os dirigentes do hospital admiravam o espírito de sacrifício incomum das Irmãs que prestaram assistência aí desde 26 de julho de 1916.

Ele pretendia oferecer à Congregação o seu hospital. No entanto a assistência da Providência de Deus livrou-a de uma complicada situação. Ir. Francesca muito fez para a população acometida pela epidemia e quantas vezes chegou ela de volta para o hospital da desolada cidade, abatida, febril e com sinais da avassaladora epidemia, que não desejava contrair para poder socorrer as pessoas necessitadas.

Apenas oito dias após a doença, nem mesmo os remédios mais poderosos e os cuidados mais assíduos foram capazes de sustar a moléstia. A tão amada Superiora foi nos últimos momentos assistida por Ir. Tarsila Ardito, quando foi para os braços de Deus. Sua ausência deixou um vazio, amargo pranto e luto em tantos corações a ela sinceramente afeiçoados e profundamente reconhecidos.

O ilustre Dr. Carlos chorou sua perda como quem chora a perda de uma mãe. Ir. Francesca recebeu um elogio merecido: “Morria plena de méritos incorruptíveis, por ela acumulados, mediante a entrega diária, de sucessivos sacrifícios, de fadigas retamente sustentadas, de confortos e conselhos morais, religiosamente suportados [...] ainda nos últimos meses de sua virtuosa existência, lhe feria tão agudamente o coração, a ponto de sentir-se totalmente enfraquecido quando se encontrava no leito de sua extensa agonia”.