Ir. Francisca Paulin
21/10/1891 – † 27/11/1916Biografia
Ir. Francisca, uma entre as cinco primeiras vocações brasileiras, ingressou no Instituto aos 15 anos de idade. Após os anos de formação inicial, foi enviada para a cidade de Cresciuma/SC, missão essa, que exigiu dela muita renúncia e sacrifício, por ser fundação nova. Após cinco anos, regressou ao Paraná e, durante treze anos, desempenhou o cargo de professora de matemática. Amava seus alunos e sabia compreendê-los, por isso era muito estimada.
Foi transferida, depois, para a cidade de Bauru/SP, onde, por longo período, foi Superiora do Educandário Anita Costa. Em 1959, retornou ao Paraná e, em Santa Felicidade, continuou sua profissão de professora de matemática. Nesse mesmo ano celebrou, com alegria, o Jubileu de ouro de vida religiosa. Ela irradiava muita paz, pela sua alegria, simplicidade e humildade.
Em todas as comunidades deixava uma atmosfera de serenidade e bem-estar, fruto de seu grande amor à oração. Faltando-lhe saúde e forças para exercer o trabalho, foi para a casa de descanso São José, em Santa Felicidade. Como Apóstola orante, continuou abandonada à vontade de Deus. Dizia: “Minha vida está nas mãos de Deus, que Ele faça o que for do seu agrado”. Faleceu em Santa Felicidade e ali foi sepultada. Contava 87 anos de idade e 69 de vida religiosa. O Instituto das Apóstolas agradece a Deus pela vida tão querida de Ir. Francisca, a quem implora proteção junto de Deus.
Depoimentos
Ir.Laurinda Paulin - Conheci Ir. Francisca em Curitiba/PR. Era prima de meu pai. Boa por natureza e graça. Embora laboriosa e sempre ocupada como professora de matemática, não perdia a calma que se fazia notar em seu sorriso e em suas atitudes. Foi uma das primeiras Apóstolas do Instituto no Brasil, em Santa Felicidade, Curitiba/PR. Partilhou do fervor das Irmãs recém-chegadas da Itália e também das grandes dificuldades que todo começo traz. Mais tarde, quando também Apóstola, tive a oportunidade de conhecer e observar o trabalho dedicado da Ir. Francisca, então superiora do Educandário Anita Costa, em Bauru/SP, hoje Creche Madre Clélia. Amava as crianças e acolhia a todas que chegavam para fazer parte de sua grande família, com carinho maternal. Dizia que a Providência Divina cuidava das provisões e era notável a abundância em gêneros alimentícios, vestuário, brinquedos, etc. que enchia a casa toda vez que sua porta se abria para acolher uma criança desprotegida. O mesmo não acontecia quando, até por motivos justos, como a falta de vagas, não recebiam qualquer criança. Ela era muito amável. Sua bondade transparecia em seu semblante e por isso era amada por todos que a conheciam. Verdadeira Apóstola amava o Instituto e se preocupava, na missão, em tornar conhecido e amado o Coração de Jesus em sua bondade e misericórdia. Em Bauru seu nome aparece numa das ruas da cidade, como preito de gratidão pelos serviços prestados em prol dos menos favorecidos e imortalizando sua memória como Apóstola do Amor.
Ir. Thereza Paulin - Escreveu: em 1993 lembro-me de Irmã Francisca em três situações: Como professora de matemática, pela paciência e competência em transmitir os valores do cálculo e sua importância na vida diária; Superiora do Educandário “Anita Costa” em Bauru pelo amor e zelo que dedicava pela formação das educandas, na maioria órfãs ou deixadas pelos pais; Na Casa São José, sempre meiga e obediente. Gostava de passear, de sair em visita aos parentes e amigos, o que deixava a Superiora, Ir. Isabel Nichele, preocupada, pois, sua visão era mínima e temia-se por qualquer acidente. Ir. Francisca era muito social, dava atenção a todas as pessoas que a procuravam e se preocupava com a vivência religiosa e harmonia das famílias. Tinha devoção filial a Nossa Senhora. A recitação do terço era para ela um dever sagrado (pronunciamento em 1993).
Ir. Ofélia de Carvalho - Conheci Ir. Francisca Paulin pela primeira vez quando eu tinha 13 anos. Era aluna interna em Bauru, no Colégio São José e ela era superiora no orfanato (Educandário). Recordo-me de um dia que nós fomos conhecer o orfanato e Irmã Francisca nos acolheu com alegria. Impressionei-me em ver os dormitórios das crianças limpinhos, em ordem, camas bem arrumadas. As crianças demonstravam alegria. Irmã Francisca como responsável do orfanato nos edificou, pois só poderia ter tanto amor quem vivesse a Palavra de Jesus: “O que fizerdes ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes”. A segunda vez que me encontrei com Irmã Francisca ela já estava na Casa São José, em Santa Felicidade. Ainda mantinha seu bom humor, seu sorriso, seu jeito bondoso de ser. Ela teve grande amor às crianças para as quais tinha um coração manso e simples que sintonizava facilmente com os pequeninos, a quem falava sempre de Deus (pronunciamento em 29/7/1993).
Ir. Maria T. Pereira - Irmã Francisca era alta, magra e de aspecto jovial, alegre e sempre de bom humor. O que mais me encantou em sua vida foi sua simplicidade e sua maneira de ser, sempre igual a si mesma e disponível. A qualquer momento que se precisasse dela, parecia que não tinha nada para fazer, e logo atendia a quem a solicitava. Convivi com ela nos primeiros anos de minha vida religiosa. Atendia a cada pessoa como se fosse a única. Era cordial e acolhedora. Sentia-se bem em sua presença. Era a mais velha na comunidade da Escola Imaculada Conceição na época, e tinha um carinho especial por cada uma de nós. Semblante sempre alegre, de uma paciência invejável. Serena por natureza e como professora de matemática, ainda se mostrava mais tranquila. Tinha a capacidade de ensinar seus alunos com tanta ênfase que a aula era esperada, mesmo sendo de matemática. Era muito querida pelos alunos, sabia falar do Coração de Jesus com tanto amor, mesmo durante suas aulas de matemática. Achava tempo para dar seu recado, com relação à devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Jamais a surpreendi num ato de impaciência. Era sempre senhora de si. Rezava muito e o terço era uma de suas mais caras devoções.
Religiosa exemplar, humilde e de grande pureza de coração. Creio que o pecado jamais atingiu sua bela alma. Por onde passou deixou uma atmosfera de paz e de união. Obrigada Irmã Francisca, que o Senhor seja sua grande e alegre recompensa; interceda por nós, para que na caminhada da vida, levemos avante o ideal de Madre Clélia: DEUS SÓ! Ela morreu como viveu, santamente. Eu estava a seu lado na hora da sua morte e com ela rezei a oração: “Ó Madre dolce e cara, ascolta chi ti chiama.” em italiano (pronunciamento, década de 90).
Depoente não identificada - O primeiro apostolado de Irmã Francisca foi em Santa Catarina, na cidade de Cresciuma. Esta missão, por ser fundação nova, exigiu muita renúncia e sacrifício. Após cinco anos de trabalho regressou ao Paraná, onde permaneceu por treze anos. Nesse tempo foi professora de matemática destacando-se pelo amor que dedicava a seus alunos a quem sabia compreender. Era muito estimada por todos. Em 1927 iniciava novo campo de trabalho em Bauru, no Estado de S. Paulo. Em 1930 regressou ao Paraná e continuou sua missão de professora de matemática. Quinze anos mais tarde foi nomeada Superiora do Educandário Anita Costa, em Bauru e aí permaneceu por seis anos. A seguir prestou serviço na Vila Vicentina, em Bauru, sendo transferida, em 1957 para acidade de S. Paulo integrando, no final do mesmo ano o grupo de Irmãs que iniciou a missão em Aparecida. Em 1959 regressou ao Paraná e no Colégio de Santa Felicidade, ainda trabalhou como professora de matemática. Após um período de trabalho, vindo a faltar-lhe as forças, recolheu-se na Casa de Repouso São José onde permaneceu até a data de seu falecimento. A causa de sua morte foi insuficiência respiratória aguda, broncopneumonia e insuficiência cardíaca.
Religiosa exemplar, simples, humilde e sempre alegre. Irradiava muita paz. Em toda comunidade por onde passou deixou certa atmosfera de serenidade e de bem-estar. Caracterizou-se por seu espírito de oração. Já no fim de sua vida continuava a rezar e dizia que sua vida estava nas mãos de Deus, que Ele fizesse dela o que fosse de seu agrado. Morreu tranquila como viveu, após uma semana acamada. Agradecemos ao Sagrado Coração de Jesus pela presença tão querida de Irmã Francisca entre nós e contamos certamente com a sua proteção (Pronunciamento de 10 de junho de 1978).
Ir. Zélia Cavassin - Ir. Francisca foi caridosa, bondosa, humilde, simples, gentil, de espírito de sacrifício e mortificação. Amava muito o Instituto, e ao Coração de Jesus e Nossa Senhora. Sua devoção especial era para com Jesus Eucarístico. Era observante das Constituições e Diretório (Pronunciamento-década de 90).
Ir. Rosalina Conte - Era uma Apóstola alegre, rezava muito; tinha muito respeito para com os superiores; sabia pedir desculpas, quando percebia que ofendeu alguém. Dizia para as crianças que deviam amar muito a Jesus. Foi uma apóstola que transmitia muita paz interior e muito piedosa (década de 90).