IR. INNOCENTINA GATTI
07/09/1885 + 08/12/1958Biografia
Admirável, inteligente, ótima em contabilidade, foi esta sua ocupação por muitos anos, nos diversos colégios da Província Brasileira, onde foi administradora, especialmente no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Curitiba,PR. Foi humilde, mansa, reta, obediente e respeitosa com as Superioras. Suportou com edificante paciência as dores de sua última enfermidade. Teve uma morte santa, no belo dia consagrada à Imaculada Conceição, 8 de dezembro, na idade de 73 anos e 50 de vida religiosa.
Depoimentos
Ir. Lucilia Elisa Roseto - “Morei com Ir. Inocentina em Curitiba. Era tesoureira, recepcionista, telefonista, exercendo tudo com muita atenção e presteza. Corria para atender a campainha da porta ou o telefone. Verdadeiramente admirável. Sabia ouvir com atenção e paciência. Humildade, simplicidade, caridade, responsabilidade, recato, alegria, pobreza, docilidade, eram virtudes que se notavam em seu caráter transparente e honesto. Ria com uma boquinha desdentada, pois, não suportava a prótese. Era, realmente, a Apóstola que Madre Clélia desejava. Sabia falar de Deus a todos que batiam à porta. Amava muito “il Sacro Cuore”, como dizia. Dedicava devoção particular a Nossa Senhora e a São José. Tudo fazia com muita alegria, apesar da idade, dando vivo testemunho de amor à Congregação. De estatura baixa, andar lépido, preocupada, não era bonita, mas a beleza de sua alma conquistava a todos.
Ir. Giselda Pellanda – De estatura baixa, andar lépido, preocupada, não era bonita, mas a beleza de sua alma conquistava a todos. Muito compenetrada, silenciosa, reservada, concentrada em Deus e no seu trabalho. Edificava a perfeição e exatidão com que fazia o livro-caixa, pois foi tesoureira por longos anos. Era muito minuciosa e incapaz de magoar alguém. Como juvenista, trabalhei com ela, na portaria do Colégio Sagrado Coração de Jesus, por dias anos consecutivos. Ensinou-me com muita paciência, a arte de bem recepcionar as pessoas. Tinha um grande amor à pobreza: sempre que precisava fazer algumas compras pedia a companhia de uma juvenista, levava-lhe pequeno lanche e percorria, rapidamente, quase todo trajeto a pé, pois dispunha de escassa quantia de dinheiro. Dedilhava o Rosário, rezando silenciosamente o terço. Era pequenina (parecia anã), de olhos baixos, concentrada no que estava fazendo, permanece em minha memória, incentivando-me a imitá-la (Pronunciamento de 12/3/1993).
Ir. Isaura Carlessi e Comunidade – Ir. Inocentina era clara, de olhos azuis e de estatura baixa; seu andar transmitia segurança, seu porte transmitia respeito, seu jeito de ser cativava a todos. De caráter colérico, porém equilibrada. Uma Apóstola de grande espírito de oração, de alegria, de humildade e de preocupação com o bem-estar do outro. Ecônoma, porém muito disponível para os serviços humildes da casa. Seu zelo apostólico se expressava através de: santinhos, medalhas e terços que nunca faltavam em suas saídas de casa para serem distribuídos. Fez de sua enfermidade uma verdadeira preparação para o encontro com o Senhor. Tudo era para a maior glória de Deus.
Depoente não identificada – Ir. Inocentina era de nacionalidade italiana, de estatura baixa e muito ágil. Quando eu a conheci era aspirante no Colégio Sagrado. Ela exercia lá a função de ecônoma. Nesse serviço via nela um verdadeiro amor à pobreza. Nessa época as aspirantes menores eram responsáveis de escolherem arroz e limpar verduras. Todos os dias a Irmã Inocentina descia até a varanda onde trabalhávamos, para ensinar e verificar o que separamos como arroz sujo e verificar a espessura das cascas das batatas que tirávamos. Caso não estivesse como ensinou, tínhamos que escolher novamente o arroz sujo e descascar as batatas. Isso para nos mostrar a pobreza e a economia. Eu nunca eu tinha visto uma Irmã morta. Ir. Inocente foi a primeira. No velório dela acorreram muitas pessoas. Na época não sabia fazer um julgamento. Agora eu o faço. Ir. Inocentina deixou saudades no coração de muita gente.
Comunidade de Nova Esperança – Era robusta, de baixa estatura, séria, altamente cumpridora do dever; observava muito o espírito de pobreza; ensinava aproveitar bem a linha nas costuras. Trabalhava na portaria do Colégio. Rezava muito. As Irmãs a viam constantemente na capela. Tinha um amor muito grande às vocações. Antes de morrer pediu para ver as noviças ao seu redor (pronunciamento em 1958).
Comunidade de Laguna – Era estatura baixa, andar firme séria e exigia as coisas com perfeição, sempre ordenada, seu porte impunha respeito. Tinha temperamento forte e ao mesmo tempo sabia acolher com afabilidade. Trabalhava na contabilidade. Diariamente desempenhava com zelo seu trabalho procurando estar sempre em dia com o mesmo. Suas virtudes foram: simplicidade e pobreza; e podemos sintetizar sua vida como uma autêntica apóstola missionária que amava intensamente o Instituto.
Sem identificação – Sua história se resume assim: Itália, por pátria; Brugherio por berço e a congregação das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, por roteiro. Em terras brasileiras, as crônicas de
Ir. Ofélia de Carvalho – Irmã Inocentina era ligeirinha no andar e no modo de agir. Era uma velhinha graciosa. Na época, que a conheci era recém-professa em 1956. Morei com ela só nesse ano no Colégio Sagrado Coração de Jesus em Curitiba/PR e percebi que era além de rápida no agir, era decidida e ativa, de bom espírito. Ela era recepcionista e também Vice-superiora, pois vagamente me recordo que um dia chegou um telefonema do Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora da Luz, em Curitiba, e eu corri para atender a ligação que nos avisava sobre o falecimento de uma nossa Irmã internada lá. Lembro-me que eu, com um certo pavor da notícia, pois eu não sabia de ter uma Irmã internada, fui avisar a Irmã Inocentina e ela me informou de que a Irmã falecida estava há tempo hospitalizada por sério problema mental crônico. Ir. Inocentina imediatamente tomou providência sobre o caso. A Irmã falecida foi transportada em Santa Felicidade e foi velada na casa de nossas Irmãs que ainda moravam na casa velha de madeira. Ela foi sepultada no jazigo dos Padres Carlistas, pois não tínhamos ainda a nossa capela mortuária.