IR. EGIDIA TOMASI

IR. EGIDIA TOMASI

28/05/1930 + 14/02/1972 -------------------------

Biografia

Ir. Egidia Thomazi, desde cedo revelou vocação religiosa. Sem dúvida, pela sólida educação cristã vinda dos pais e de sua irmã, a religiosa Irmã Thomásia Thomazi. Em 1554 ingressou no juvenato, em sua terra natal. O dia dois de janeiro, em São Paulo, sua tomada de hábito ocorreu aos 25 de janeiro de 1949, ocasião em que recebeu o nome religioso da Congregação das Apóstolas do Sagrado coração de Jesus - Irmã Egídia Thomazi [...]. Após vinte e três anos dedicados de corpo e alma ao serviço de Deus, entregou sua alma ao Criador, no dia 14 de fevereiro de 1972. Do necrológico fornecido pelo Instituto das Apóstolas do S. Coração de Jesus, da Casa Provincial de São Paulo, tomamos a liberdade de transcrever os seguintes pontos: “ Ir. Egídia Thomazi trabalhou no Colégio de Marília/SP, depois estudou Enfermagem em Campinas/SP. Sentindo-se fraca dos pulmões e constatando-se tuberculose foi mandada para São José dos Campos, em um Sanatório, depois para Campos do Jordão. Permaneceu seis anos em tratamento rigoroso, tendo que ser operada mais de uma vez. Obtida alta, foi transferida para a Província do Paraná, em nove de julho de 1964. Aos 16 de março de 1968, voltou para a Província de São Paulo. E, no mesmo dia, foi designada para trabalhar na Santa Casa de Ribeirão Preto/SP. Foi sempre uma Irmã de espírito de sacrifício e soube suportar com paciência sua doença. Faleceu no dia 14 de fevereiro, repentinamente, na mesma Santa Casa de Ribeirão Preto de INSUFICIÊNCIA CARDÍACA”.

 

De conformidade com o ofício de 31/72 de 11 de abril de 1972, do Provedor daquela Santa Casa de Misericórdia, Prof. Antônio Rodrigues da Silva, a Revda Madre Superiora, Ir. Lucila Surugi, participou que a Mesa Administrativa daquele nosocômio fez constar da reunião de 29 de março “um voto de pesar pelo falecimento da saudosa Irmã Egidia Thomazi”. Graças à compreensão da Madre Superiora a pedido da família, o corpo da Irmã Egidia foi transladado para Curitiba e sepultado no jazigo da Família Francisco Thomazi, no cemitério de Santa Felicidade. Da carta dos familiares enviada à Superiora, externando agradecimentos, colhemos o seguinte, digno de registro. “ O senhor arrebatou-a ao nosso amor para livrá-la do sofrimento e tê-la ao seu lado. Viu-se em seu rosto, depois de sua morte, o doce sorriso de sempre e o doce reflexo de serenidade e simplicidade de sua alma” (carta de 21 de fevereiro de 1972), assinada por Ir. Thomazia Thomazi. Concluímos com trechos extraídos de “O Diário” jornal de Ribeirão Preto no qual o jornalista Ettore Giancomi, afirma: “Hoje trago aos leitores a notícia do falecimento ocorrido a 14 pp. da bondosa Irmã Egidia Thomazi. Emprestou seu valioso concurso nos seguintes hospitais: Hospital Matarazzo em São Paulo; Hospital de Crianças, em Curitiba e Santa Casa de Ribeirão Preto, onde terminou para sempre seu santo sacerdócio que consistia em atender aos mais necessitados. De coração boníssimo, com a saúde um tanto abalada, jamais negou um sorriso aos internados daquele nosocômio. Era a Irmã de todas as horas, nunca deixou um enfermo sem uma palavra de conforto, quer físico ou espiritual. E, nas altas horas da madrugada era a piedosa Irmã que ministrava, extraordinariamente, a Santa Eucaristia aos moribundos”. O artigo daquele jornal conclui: “Descansa em paz, querida Irmã Egidia, a tua lembrança ficará nos corações de todos, pelo bem que fizeste aos teus semelhantes aqui na terra” (Pronunciamento extraído do livro “Da Itália ao Paraná-100 anos depois”). Autor: Sebastião Ferrarini, p. 92 e 93).

 

Depoimentos

 

Comunidade de Nova Esperança - Ir. Egidia era muito alegre e estava sempre sorrindo. Era simples e de olhar sereno e calmo.

 

Depoente não identificada – Ir. Egidia, zelosa, de muito espírito de sacrifício, dedicou sua vida ainda jovem, pelo bem e conforto dos doentes. Vivia sempre alegre, cativava com seu sorriso a todos que a cercavam. Procurava estar sempre presente nas orações, era observante das Constituições e de muita simplicidade.

 

Ir. Zélia Cavassin – Ir. Egidia, muito simples, resignada na doença que a levou cedo para junto do Pai Celeste. Era humilde, caridosa, bondosa. Amava o Instituto e grata por tudo o que recebia dos superiores.

 

Depoente não identificada - Ir. Egidia foi piedosa desde criança com grande espírito de mortificação e penitência. O dinheiro que recebia do pai para merenda ela colocava no “Anjinho” que ficava na Escola das Irmãs, em espírito de reparação e para tirar um espinho da coroa de Jesus, chegando a ponto de enfraquecer. O pai sabendo da situação se viu obrigado a falar com as Irmãs para suspender as pequenas penitências que elas indicavam para as crianças, especialmente nos meses de maio e junho. Desde que fez a Primeira Comunhão fez parte do Apostolado da Oração com obrigação de rezar um Pai Nosso todos os dias e também fez parte dos “Pagens do Santíssimo Sacramento” em Santa Felicidade. A mãe dizia que quando ela estava em casa apostava com a mãe que enquanto trabalhava na roça, marcava o trabalho onde tinha que chegar, rezando terços e jaculatórias. A mãe conta que ela ficava quase sem fôlego para acompanhar a filha que desejava percorrer trabalhando aquele pedaço de terra, mas sempre rezando. Ela reunia as crianças da redondeza e se vestia de freira, trepava numa árvore e dava catecismo para as crianças, cantando e rezando. Fazia teatro para divertir as crianças. Sinal de vocação segura. Iniciou sua missão no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Marília/SP, para concluir os estudos secundários, seguindo depois para Campinas/SP para fazer o Curso de Enfermagem, concluindo-o com êxito. Mas o Coração de Jesus a preparava para a grande e misteriosa missão do sofrimento. Sentindo-se fraca dos pulmões, foi constatado tratar-se de tuberculose; por isso foi enviada para um Sanatório em São José de Campos/SP e, depois, para Campos do Jordão/SP. Submeteu-se a uma cirurgia para extrair um tumor maligno no pulmão. Permaneceu seis anos em tratamento rigoroso. Obtida alta, foi transferida para a Santa Casa de Ribeirão Preto/SP e, aí, deu provas de verdadeira virtude, espírito de sacrifício, suportando com paciência seu mal. Faleceu, repentinamente, por insuficiência cardíaca. Foi sepultada no cemitério de Santa Felicidade, Curitiba/PR, a pedido da família, especialmente de sua mãe já idosa, a qual ficou muito grata ao Instituto, pela oportunidade de expressar seu amor e seu último adeus à Irmã Egídia. Em carta, assim se expressou: “O Senhor arrebatou-a ao nosso amor para livrá-la do sofrimento e tê-la ao seu lado. Viu-se em seu rosto, depois da morte, o doce sorriso de sempre e o reflexo de simplicidade e serenidade de sua alma”. (de sua mãe Genoveva, sua duplamente irmã, Irmã Thomazia Thomazi, irmãos, cunhados, sobrinhos).

 

Ir. Fulvia Perin - Conheci Irmã Egídia Thomazi no juvenato em Curitiba/PR. Como juvenista do grupo era a única que ajudava a Irmã Gertrudes na cozinha a mexer a polenta na panela. Ir. Egídia vivia sempre em oração, percebia-se pelos movimentos dos lábios. Nós, suas companheiras, já comentávamos de sua santidade. Tenho a lembrança de ter vivido com ela na Santa Casa de Campinas/SP, onde iniciou o Curso de Enfermagem não podendo terminar devido ao seu estado de saúde frágil. Para mim ela foi uma Irmã que procurou viver santamente a sua consagração de verdadeira Apóstola.

 

Ir. Áurea Cremasco - Fez o postulado e o noviciado junto com Irmã Egídia. Lembro-me muito bem de quanta caridade tinha a Ir. Egídia. Ela consertava algumas roupas das companheiras e sem fazer alarde colocava no lugar da Irmã; a dona da roupa nem imaginava quem poderia ser a autora dessa gentileza. Sua humildade era exemplar.