![IR. CLARA MILANI](http://www.apostolas.org.br/arquivos/entidade_75/posts/0438447001718135844.jpg)
IR. CLARA MILANI
12/02/1895 + 18/10/1976![-------------------------](images/divisor_lema.png)
Biografia
Chegando ao Brasil, em 1921, a Divina Providência lhe preparava maravilhoso campo de trabalho nas mais diversas modalidades. Após desempenhar várias funções na Congregação, foi eleita Superiora Provincial e, logo após, participou do Capítulo Geral, realizado em Roma, no ano de 1957. Durante seu mandato, deu grande impulso às obras da Província, com a abertura de novos Colégios, envio de Irmãs às Santas Casas e também procurou promover as Irmãs proporcionando-lhes oportunidades para estudo, tanto em nível secundário, como superior. Trabalhou incansavelmente para dar o máximo apoio à Faculdade de Filosofia que, em seu início, lutava com toda espécie de dificuldades. Pressentia que a Instituição seria a fonte sadia onde as Irmãs poderiam haurir a cultura, tranquilas, porque o ambiente era ideal. Tendo concluído o seu mandato e realizado muito junto às Irmãs e à Província, aos 6 de fevereiro de 1966, deixava o cargo de Superiora Provincial e assumia o de Superiora local no Colégio São José, de Bauru/SP, onde já exercera a mesma função, em anos anteriores.
Muito querida por todos, admirada pelas autoridades locais, aí, também, realizou muito em benefício das Irmãs e da Escola.
Madre Clara era delicada ao extremo, com todos, a começar com Jesus, na Sua presença Eucarística: muitas vezes, chamava a atenção desta ou daquela Irmã, porque “tossia sem cuidado”, na Capela... “assuava o nariz”, logo ao chegar à Capela... e dizia: “por que não faz isto, antes de entrar?...” Os anos passaram e ela foi visitada pela doença, que a levou a deixar também o cargo de Superiora local, continuando sua vida religiosa muito tranquila, porque reconhecia nisso a vontade de Deus. Passou a ser assistida bem de perto, pois sua saúde inspirava cuidados e muita preocupação; ela, porém, como sempre, continuava alegre e disposta. Podemos dizer: viveu testemunhando o verdadeiro o amor, entre os membros da mesma família religiosa, e daí transbordando também para os demais.
Cumpridora dos deveres religiosos, testemunhava espírito de obediência, de oração. Nos últimos anos de vida, apesar de seu estado aparentemente inconsciente, causado por uma forte esclerose, repetia continuamente aquilo que dizia e fazia com saúde perfeita: “Tudo por Jesus. O paraíso nos espera. Para frente e sempre alegres no Senhor! ”. A todos que a visitavam tinha uma palavra de amor, de transbordamento o que vivera da sua realidade com Cristo. Dava conselhos e dizia com frequência às Irmãs: “Devemos primar pela obediência, disciplina, pontualidade... e, continuava muitas vezes em italiano: “... sopratutto ascoltare la voce di Dio, del Signore che ci parla al cuore. Qualche volta se lo sente di più, qualche volta di meno, però, Lui ci parla sempre. Dobbiamo stare sempre attente”.
Empolgava-se e dizia: “Devo essere fedele a Gesù. Io non ho sposato le creature, ho sposato Gesù. Io l’ho scelto e Lui a me, sonno sua per sempre. Lui mi aspetta in paradiso. Io andró presto, per sempre, con Lui. Ah!, il paradiso! Gesù, la Madonna! Andrò presto”.
Madre Clara foi para a Betânia, em Cafelândia/SP, no dia 30 de março de 1969 e, para Marília/SP, na ocasião da transferência da Casa de Repouso para lá, no dia 30 de março de 1973. Sofreu muito, nos últimos dias, mas com edificante resignação. Era muito reconhecida e agradecida à Superiora e a quem lhe fizesse o mínimo favor. Contraindo uma broncopneumonia, faleceu no dia 18 de outubro de 1976, aos 81 anos de idade e 58 de vida religiosa.
Temos a certeza de uma protetora, no céu, e, de que a união com ela não foi interrompida com sua morte, pois, constantemente, temos a maravilhosa lembrança de sua vivência, de seu testemunho de verdadeira Apóstola do Sagrado Coração de Jesus. Que o Senhor faça brilhar eternamente sua LUZ!
Depoimentos
Ir. Efigênia Peixoto - “Conheci Madre Clara Milani em Bauru, no Colégio São José, como Superiora. Era firme, forte e ao mesmo tempo, carinhosa, compreensiva e amada por todos. Costuma-se dizer: como Madre Superiora, uma só, Madre Clara! Não possuíamos nada, nada conservávamos; na necessidade ela provia e ninguém se queixava. Madre Clara adotava dois livros para orientação espiritual: “O Dom de Si” e “Ita, Pater”. Fazíamos a troca. Quando ela cansava de ler um dos livros, passava-o para mim e vice-versa. Costumava fazer o “fervorino”, que era um momento de fervor e elevação. No fim de sua vida, estava muito esquecida; mas, bastava falar no “fervorino” que logo se recolhia, conservando o mesmo fervor de sempre”.
Irmã Leônia Cavassi - “Não morei com Madre Clara. Conheci-a como provincial: Era paciente, caridosa, humilde e humana. As virtudes que mais a distinguiam: caridade e amor ao Instituto. Era de caráter bondoso, amigo e compreensivo, cumpridora dos deveres religiosos, serviçal, alegre e prestativa. Ardia de amor pelo Coração de Jesus e zelava pela salvação das almas. Com as Irmãs era delicada, atenciosa para com toda e agia com prudência e amabilidade”.
Irmã Augusta Ferreira - “Conheci Madre Clara, em Curitiba/PR, como Superiora. Era muito firme nos seus compromissos de Superiora e tinha consciência da autoridade que lhe havia sido confiada. Certa vez, uma diretora, zelosa pelo seu cargo, insistia em determinadas razões, dizendo: a diretora aqui sou eu... Madre Clara respondeu: neste caso, a Superiora sou eu, e a discussão acabou. Tratava todas com igualdade. Aceitava dar orientação espiritual, quando procurada, servindo-se para isso, das doze promessas. Suas devoções preferidas foram o Coração de Jesus e Nossa Senhora Menina. Recomendava a observância dos votos e o silêncio. Suas virtudes características foram: piedade e zelo pela glória do Coração de Jesus”.
Ir. Brígida Campos Cunha- “No ano de 1958, nossa turma de Postulantes foi recebida no Noviciado por Madre Clara que, na época, era Provincial. Em 1959, como Noviça do 2º ano, passei a integrar a Comunidade da Casa Provincial, que formava uma só comunidade com o Colégio Sagrado Coração de Jesus. No período da manhã, eu auxiliava na Secretaria do Colégio e, à tarde, frequentava o 3º ano do Curso Normal. Lembro-me que, em certa ocasião, a Irmã responsável pela secretaria disse-me que iria falar com a Madre Provincial, para despedir-me do Instituto. Fiquei apavorada e, imediatamente, fui falar com Madre Clara. Foi neste momento que pude conhecer quem era nossa Madre. Acolheu-me com um amor extraordinário. Senti seu profundo amor materno, sua dignidade, sua pureza, sua tenacidade, seu zelo. Saí tão feliz que nunca mais voltei a escutar nada sobre minha saída do Instituto. Depois de alguns anos, em 1967, o Senhor concedeu-me a felicidade de conviver com Madre Clara, no Colégio São José, em Bauru, como minha Superiora local. Foi, então, que pude perceber, mais de perto, a beleza da personalidade dessa mulher. Feliz, alegre, entusiasta, otimista, caridosa, cheia de Deus e de amor às Irmãs. Contagiava a comunidade com sua participação simples e sincera. De sólida piedade, falava de Jesus a toda hora. Nessa época, sua saúde foi enfraquecendo, mas seu ardor continuava animando a todos que com ela conviviam. Sinto-me feliz por Deus me haver proporcionado esta grande oportunidade de conviver com Madre Clara, uma das primeiras missionárias italianas, enamorada de amor pelo Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora e São José, e poder desfrutar dessa fonte de forças para minha caminhada.
Obs. – Outras informações poderão ser encontradas no seu perfil biográfico “Marcas e Lembranças” da Coleção Coração Multiplicado.