IR. VITTORINA MENEGHETTI

IR. VITTORINA MENEGHETTI

29/06/1912 + 09/01/1989 -------------------------

Biografia

Ir. Vittorina caracterizou-se pela alegria e espírito comunicativo; gostava das crianças; confeccionava quadrinhos religiosos e distribuía santinhos, para que, através das crianças, a mensagem do Coração de Jesus chegasse às famílias; rezava pelos sacerdotes e zelava por eles; visitava as famílias, levando a boa palavra; amava seus familiares, sentia saudade e rezava por eles. Ultimamente, dedicava-se à Pastoral dos Enfermos. Compadecia-se dos pobres e procurava ajudar as crianças carentes. Numa palavra: era sensível ao sofrimento. Interessava-se, também, pela catequese dos adultos.

Por muito tempo, desempenhou o ofício de cozinheira e nele se demonstrava criativa e prestimosa; queria que as Irmãs tivessem todo o conforto. Gostava de fazer pequenas surpresas com gestos delicados. De temperamento forte, trabalhou sobre si mesma, tendo para com todos estima e atenções reconhecidas. Amava Madre Clélia, o Instituto, viveu sua consagração, na fidelidade.

 

Em 1988, festejou, com suas companheiras, 50 anos de missão no Brasil. Sua vida foi uma doação contínua ao Senhor e aos irmãos. Sua enfermidade, um holocausto, mediante o qual purificou sua vida. Após um ano de enfermidade, que a deixou paralisada, faleceu na Casa São José, em Curitiba,PR, bairro de Santa Felicidade, rodeada pelas coirmãs que a assistiam com orações, aos 77 anos de idade e 53 de vida religiosa.

 

Agora, Ir. Vittorina é para sempre a grande Apóstola Adoradora, prestando louvor ao Coração de Jesus, por toda a eternidade. Partiu, e o bem que fez ficou gravado em muitos corações.

 

Depoimentos

 

Ir. Brígida Campos Cunha - Ir. Vittorina morava no Colégio Nossa Senhora Aparecida, em Araçatuba, quando a conheci, em 1952; mas, só em 1960, tive a oportunidade de conviver com ela no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Curitiba, até 1964. Cuidava da Capela, costura e fazia partículas para a Santa Missa. Apesar de seu gênio um tanto severo, era caridosa, muito generosa e de grande espírito de oração. Continuamente ocupada em suas atividades, mas reservava um tempinho para permanecer aos pés de Jesus Sacramentado, rezando o terço.

 

Depoente não identificada - Num dos encontros da Juventude Operária Católica, de Maserada, o convite de Jesus: “Vem e segue-me “encontrou eco em seu jovem coração e quando completou 21 anos concretizou sua resposta ao Senhor, ingressando no Instituto das Apóstolas o Sagrado Coração de Jesus, no dia 5 de outubro de 1933, na cidade Affori, Milão,Itália. Após dois anos de Noviciado em Affori, o Senhor a consagrou através dos votos de Obediência, Pobreza e castidade, fazendo em Affori a Primeira Profissão Religiosa. Data que a Irmã Vittorina recordava com muita emoção: foi o dia que senti a Irmã se expressar: “a alegria de ser chamada, escolhida e a generosidade de deixar a família para seguir Jesus. Senti nesse dia um grande amor pela nova Família Religiosa que me acolhia”. Ir. Vittorina possuía um coração ardente, somado a uma saúde robusta, disposta, pronta. Certamente o Coração de Jesus fixou nela o olhar, amou-a e a enviou para o Serviço do Reino, a ser missionária em terras brasileiras. Chegou ainda jovem e teve a felicidade de celebrar o Jubileu de Ouro de Vida Missionária no dia 20 de novembro de 1988. No dia 29 de janeiro de 1942, foi admitida á Profissão Perpétua, em S. Paulo. Era de caráter forte, enérgico, um tanto impetuoso em conseqüência, de ter vivido longo período sob o sofrimento da guerra em sua Pátria. Apesar de seu temperamento forte, atesta uma de suas Superioras, sua história pessoal é muito bonita. Deixou-se aos poucos modelar pelo Coração do Mestre Divino. Seus ímpetos de caráter a tornavam intransigente nas idéias e vontade e com atitudes e palavras provocava não raros conflitos com as Irmãs e Comunidade. Porém, percebia suas limitações, misérias, faltas e constantemente procurava a Madre Superiora para que a auxiliasse a dar o “passo da reconciliação”. Sofria muito quando as arestas de seu temperamento forte causavam tensões ou mágoas comunitárias. Nas diversas Comunidades trabalhou na cozinha, rouparia e cantina, tarefas que procurou realizar em espírito de serviço, generosidade e alegria. Atesta uma de suas coirmãs que gostava de preparar “surpresas” para os lanches, colaborando para que as Irmãs que se dedicavam ao magistério recuperassem as forças físicas. A idade e a saúde não mais lhe permitiram realizar trabalhos da cozinha, então se dedicava com esmero em cuidar da capela e, nesta tarefa, contou uma das Irmãs que com ela trabalhou no aspirantado, era muito exigente. Gostava de ensinar às aspirantes nas  diferentes tarefas da casa. Tinha carinho especial pelas vocacionadas e as ajudava no preparo do enxoval. Durante o trabalho rezava e oferecia sacrifícios pelos sacerdotes, seminaristas e vocacionados. Nutria grande devoção ao Sagrado Coração de Jesus e empenhava-se em fazê-lo conhecido e amado através da palavra, novenas e folhetos que incansavelmente distribuía nas Igrejas, nos ônibus, nas casas comerciais e repartições públicas. A devoção filial a Nossa Senhora ajudou Ir. Vittorina vencer as dificuldades cotidianas. De Madre Clélia era filha carinhosa, interessava-se não só pelo conhecimento de sua vida, mas, sobretudo na acolhida de sua Doutrina Espiritual e no empenho de vivê-la com fidelidade e muito amor. Levantava-se cedo para rezar. E, quando doente, testemunham as Irmãs, que fazia questão de estar presente nas orações comunitárias, mesmo na cadeira de rodas. Era muito social, alegre, gostava de presentear as pessoas com quadrinhos que ela mesma confeccionava. Fazia amizades com facilidade. Visitava os doentes, as famílias sofredoras e para todos tinha uma palavra de conforto. O longo tempo de sua enfermidade, foi a grande ternura e misericórdia do Coração de Jesus, que a preparou para a feliz eternidade. Em seus últimos momentos, fixando o olhar no quadro do Coração de Jesus, sorriu cheia de paz. Na Casa S. José, em Santa Felicidade, desprendeu-se da terra para se encontrar com o Coração Misericordioso de Jesus, no dia nove de janeiro de 1989, rodeada de suas coirmãs. Sua jaculatória preferida era: “Meu Jesus, tende piedade de mim”. Ir. Vittorina foi a concretização da mensagem: quando nos entregamos ao Senhor com sinceridade, Ele nos transforma”.

 

Ir. Fernanda Sbrissia - Ir. Vittorina tinha caráter enérgico, um tanto impetuoso – conseqüências herdadas de um longo período de sua vida sob o domínio de guerra. Trabalhou na fábrica de fiação de seda sentindo desde jovenzinha os sofrimentos de um trabalho duro, penoso. Sentiu-se chamada à vida religiosa no Instituto das Apóstolas, num dos encontros da Juventude Operária Católica em Macerada, na Itália. Tinha grande devoção ao Sagrado Coração de Jesus e não perdia tempo no sentido de propagar esta devoção através de palavras, orações e distribuição de santinhos e novenas. Grande também era seu amor a nossa Senhora que, além de suas devoções procurava incutir a devoção do terço nos alunos, fornecedores da cantina, pais, professores e funcionários. O tempo longo de sua enfermidade foi a grande ternura e misericórdia do Coração de Jesus, que a preparou para a feliz eternidade. Presente em seus últimos momentos fixou o olhar no quadro do Coração de Jesus e sorriu cheia de paz. Sua jaculatória preferida: “Meu Jesus! Tende piedade de mim”!. Amava muito Madre Clélia e a fazia conhecida e amada. Ir. Vittorina deixou-nos a seguinte mensagem: quando nos entregamos ao Senhor com sinceridade, Ele nos transforma (pronunciamento de 27/3/1993).

 

Ir. Ofélia de Carvalho - De Ir. Vittorina guardo a lembrança de sua alegria, era muito descontraída para sorrir e extrovertida na comunicação, sem porém deixar de ser brava e exigente quando a tiravam do sério. Não morei com a Irmã, mas nos encontrávamos com freqüência quando as Comunidades de Curitiba se reuniam. Ela sabia acolher, se alegrar com a presença da gente. Foi muito sofrido para ela o tempo em que perdeu completamente a saúde, ficando totalmente dependente; no exercício da paciência e resignação foi purificada e deixou-nos o testemunho da aceitação do sacrifício por amor ao Senhor (pronunciamento de 29/7/1993).

 

Depoente não identificada - Ir. Vittorina fez o ano canônico de noviciado em Affori,Milano em 17/4/1934. E o ano prático no mesmo local em 11/4/1935. Veio como missionária para o Brasil, no ano de 1938. Festejou junto com suas companheiras os 50 anos de missão no Brasil, em 20 de novembro de 1988. Após uma enfermidade, que a deixou paralisada, veio a falecer no dia nove de janeiro de 1989, na Casa São José, rodeada pelas coirmãs que a assistiam com orações e o conforto espiritual. Sua vida foi uma doação contínua ao Senhor e aos irmãos. Sua enfermidade um holocausto onde, com seus sofrimentos, purificou sua vida e santificou a Igreja e o Instituto. Irmã Vittorina fez sua missão em: Marília,SP no Colégio S. Coração de Jesus; em Lins,SP na Santa Casa em 1940; Curitiba,PR:  em Santa Felicidade, em 1953; no Hospital de Crianças, em 1957; no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em 1958; em Santa Felicidade, em 1966; no Colégio S.Coração. de  Jesus, em 1968. Em todos esses lugares  trabalhou na cozinha. Ainda em Curitiba, em 1970 trabalhou na Cantina como também em 1973 na Escola social Madre Clélia, onde permaneceu até 1988. Alguns meses ficou na Comunidade do Hospital de Crianças, em restabelecimento. Seus últimos dias passou-os na Casa São José, em Curitiba, aonde veio a falecer. Ela se caracterizou pela alegria, espírito comunicativo; gostava muito das crianças, confeccionava quadrinhos religiosos, distribuía santinhos para que, através das crianças a mensagem do Coração de Jesus chegou até as famílias; rezava pelos sacerdotes, zelava por eles; visitava as famílias levando a boa palavra; amava seus familiares, sentia muita saudade deles e por eles sempre rezava. Ultimamente se dedicava à Pastoral dos Enfermos. Tinha compaixão dos pobres, ajudava muito as crianças carentes. Muito sensível ao sofrimento. Na cozinha, onde desempenhou por muito tempo este cargo, sempre foi muito criativa, prestimosa, gostava de dar às Irmãs todo conforto. Sempre se dedicou aos trabalhos domésticos; gostava de fazer pequenas surpresas às coirmãs com gestos delicados. Interessava-se pela catequese de adultos. Foi também sacristã, muito dedicada ao trabalho da capela e liturgia da Missa. Ir. Vittorina amou Madre Clélia, o Instituto, viveu sua consagração, na fidelidade. De temperamento forte, sempre trabalhou sobre si mesma, tendo para com todos grande estima e atenção. Ela deixou a terra para contemplar a face de Deus. Deixou a terra para ficar junto aos eleitos de Deus, na glória dos Santos e como prêmio de sua fidelidade, o Coração de Jesus achou-a preparada e digna de receber a coroa de Esposa e apóstola. Maria a acolheu no abraço eterno do Pai. Que de lá do céu, em companhia de Madre Clélia e da grande família das Apóstolas, ela interceda por nós que ainda temos que caminhar, dando-nos esperança, zelo, coragem e firmeza de espírito. Ir. Vittorina é agora e para sempre a grande apóstola adoradora, prestando louvores de Amor, Glória e reparação ao Coração de Jesus por toda a eternidade. PARTIU... e o bem que fez ficou gravado em tantos corações. O Senhor da Glória a ressuscite para a vida eterna que não tem fim (pronunciamento de 9/1/1989).

 

Ir. Isaura Carlessi - Ir. Vittorina era de estatura média, robusta, olhos azuis. Temperamento colérico, explosivo. Sua vida de oração foi muito intensa com grande amor a Jesus Eucarístico. Tinha muita facilidade para fazer amizades. Uma pessoa que estava sempre pronta para fazer tudo. Porém, não gostava de depender dos superiores. Teve um crescimento espiritual muito grande durante sua vida. Fazia questão de participar dos atos comuns, mesmo em sua cadeira de rodas. Aceitou com paciência sua enfermidade.

 

Comunidade de Laguna - Ir. Vittorina tinha um temperamento forte, super exigente. Cuidava da cantina nas escolas, era disposta para o trabalho; ocupava-se de trabalhos humildes e os fazia com muito amor; sabia dar uma boa palavra aos alunos; falava muito de Madre Clélia; tinha grande amor pelos sacerdotes e rezava por eles, aceitou o sofrimento com resignação oferecendo-o pelo bem do Instituto.

 

Ir Jasseir de Fátima Pinha - Durante três anos de convivência, com ela embora como aspirante, senti seu forte temperamento, mas acompanhado de um coração bondoso, generoso, pronta a sempre nos mostrar o certo e o melhor. No ofício me ajudava, estava sempre presente, dizendo a maneira mais apropriada de uma forma mais rápida e bem feita. Lembro-me que repetia muitas vezes: “tanto quanto” como fazia e dizia as Irmãs velhas. Ajudou-me muito com peças úteis para o enxoval do postulado. Sempre dava uma boa palavra de incentivo e de carinho para as aspirantes. Tinha grande preocupação, carinho e amor por nós. Rezava e oferecia seus sacrifícios pelos sacerdotes e pelas almas. Dizia: “Nossa Madre Fundadora tinha esse zelo”.

 

Comunidade de Nova Esperança - Irmã Vittorina era muito alegre e comunicativa. Tinha grande amor aos superiores, à família e aos sacerdotes; procurava muito a confissão e direção espiritual. Era de temperamento muito forte; sofreu muito antes de morrer. Cultivava grande amor a Jesus Eucarístico e sempre levava flores a Jesus na capela. Rezava muito (pronunciamento de 1989).