Ir. Severina Paulin

Ir. Severina Paulin

06/03/1891 – † 23/07/1967 -------------------------

Biografia

Ótima religiosa, de grande espírito de sacrifício. Amou muito o Instituto. Trabalhou incansavelmente nas casas de Colombo,PR, Pirajuí,SP, São Paulo,SP e Curitiba,PR, nas quais foi Superiora. Em Curitiba, foi mestra das Aspirantes. Nutria um carinho especial pelas vocações o que a levava a interessar-se continuamente pelas Postulantes e Noviças. Embora de caráter um tanto forte, foi notável o seu esforço em dominar-se.

Durante a doença foi admirável sua contínua preparação para o encontro com o Esposo, com seus companheiros inseparáveis: o crucifixo e o terço.

Faleceu santamente, assistida pelo Sr. Bispo Dom Jerônimo Mazzarotto, um sacerdote e suas co-irmãs, dando a todos os presentes a impressão da morte dos justos, tão serena e tranqüila estava. Contava 72 anos de idade e 54 de vida religiosa.

Depoimentos

Ir. Brígida Campos Cunha - Conheci Ir. Severina em São Paulo, quando exercia o cargo de Diretora do Curso Primário e eu, Postulante auxiliava uma Irmã professora. Era muito boa, amada por todos por sua compreensão, amizade e bondade. Primava pela paciência, responsabilidade, respeito, amor, doação, transparência, simplicidade, tolerância, alegria e serviço. Era amiga de todos. Amada, por sua compreensão e bondade. Amava os pobres, dava bolsas de estudos às famílias carentes. Nunca tinha palavras de desafeto, era de estímulo para qualquer pessoa. Agradecida por tudo o que recebia, desde o ‘Bom Dia!’, ‘Boa Tarde!’, ‘Até amanhã!’. Vontade de ajudar a quem necessitava. Falava do amor do Coração de Jesus a cada criança e adulto. Respeitava com carinho e cortesia as pessoas nervosas.” Irmã Severina tinha grande devoção à Nossa Senhora; fazia manifestações no mês de maio, com crianças e adultos.

Ir. Thereza Paulin – Como sobrinha quero relatar alguns fatos da vida da tia Ir. Severina. O tempo do postulado e noviciado passei em S. Paulo, na Vila Pompéia, aonde Ir. Severina era diretora do então curso primário do Colégio Sagrado Coração de Jesus. Grande era o seu interesse pela minha formação religiosa. No 1º Domingo do mês, marcado para a visita dos familiares das postulantes, ia eu para o prédio da escola onde a tia me esperava com muito amor. Era o dia da “direção espiritual” pois a conversa girava sobre o meu crescimento e aproveitamento. Eram muitas as perguntas e às vezes, eu ficava um tanto embaraçada nas respostas. Nisto mostrava seu amor e preocupação pela minha formação e o fazia com muito respeito sem me machucar. No final da tarde era o mais gostoso, pois retornava com pacote de balas, doces e caixa de chocolate para repartir com as outras. Isso era de orgulho para mim, retornar com algo que a tia me dava. Tinha grande amor ao Instituto, respeito aos superiores e falava-me do sacrifício das primeiras apóstolas, citando a Irmã Eufrosina que foi professora de meus pais. De S. Paulo foi transferida para Curitiba/PR onde esteve à frente da construção do Colégio Santa Terezinha, sendo a primeira Superiora da Comunidade desta escola. Era notável seu esforço, espírito de sacrifício e amor à pobreza. Ficou em mim a imagem da tia carregando grandes sacolas quando vinha da feira, a pé, pois a comunidade não possuía condução. Não era fácil para ela carregar tanto peso, e percorrer tal distância, sendo já de idade, mas fazia isto com amor, alegria e sem lamentar-se.

Grande era o seu amor ao Coração de Jesus e recomendava a todos a prática das primeiras sextas feiras do mês. Demonstrava zelo apostólico através da preocupação pela frequência aos sacramentos e não tinha respeito humano e questionava os sobrinhos, amigos e outras pessoas sobre essa vivência. Já muito doente, foi o alvo de muitos cuidados por parte dos superiores, principalmente da Ir. Irmã Dallagnese que a assistiu até o último momento. Assim morrem os justos: Ir. Severina morreu como viveu. Ir. Thereza conta também algum depoimento de sobrinhos de Irmã Severina. Era uma pessoa que transmitia paz e bondade. Conosco interessava-se pelas práticas religiosas, pela frequência aos sacramentos e pela união da família. Aconselhava a seguir exemplos de nossos pais, quanto: a honestidade no trabalho, amor à família, a prática da religião e recitação do terço em família. Gostava de presentear-nos com medalhas, santinhos e terços.

Ir. Olívia Santarosa – Morei com ela em S. Paulo, Eu era postulante e ajudava na Pré-escola e ela era diretora do Colégio Sagrado Coração de Jesus. Era uma verdadeira Apóstola: paciente, dedicada e alegre.

Ir. Leônia Cavassin – Morei com Ir. Severia Paulin em São Paulo. Era alegre, compreensiva, amável, prestativa e disponível para ajudar os outros.

Irmã Inês Frasson – Irmã Severina tinha características fortes: muito responsável, exigente consigo mesma e com as demais Irmãs. Tinha um coração de ouro. Quando noviça ela nos orientava ao compromisso assumido e à responsabilidade. Dizia ela: “Quem não é responsável de nova, não o será nunca”. Era muito caridosa; sentíamos que ela nos queria muito bem. Era missionária para valer, não media esforços para que tudo caminhasse bem. Demonstrava grande amor ao Instituto.

Ir. Neuza Maria Ferreira – Ir. Severina, natural de Curitiba/PR; era de estatura mediana e bem reforçada. Possuía um temperamento calmo. Conheci Ir. Severina quando fui transferida do aspirantado do Colégio Sagrado Coração de Jesus em 1958, para o Colégio Santa Teresinha do Menino Jesus. Ela exercia o cargo de Superiora da casa e o desempenhava com muito amor. Lembro-me que um dia me chamou para conversar. Disse-me que faltava pouco tempo para eu ir para o noviciado e por isso deveria me esforçar para passar de ano e ser muito boa e fazer tudo por amor a Jesus. Acho que disse passar de ano, porque eu andava mal em matemática e boa, porque brigávamos muito no aspirantado quando a mestra se ausentava do colégio. Essa conversa com a Irmã Severina edificou-me muitíssimo pelo carinho com que fui tratada por ela. Sendo a provedora da casa, ia com ela toda semana à feira. Eu a acompanhava. Íamos e voltávamos a pé, carregadas de sacolas pesadas. Era um sufoco! A feira era nas bibocas da Água Verde. Gostava de ir à feira porque ela sempre me dava alguma coisa boa para comer. Ela era muito boa. Muitas vezes ia com ela com ela para o centro da cidade fazer compras. Voltávamos de ônibus, ela voltava tão cansada, que mal sentava, já dormia. Hoje eu avalio, quanto sofrimento e cansaço essa criatura passou, unicamente por amor a Deus e a pobreza que professou.

Comunidade de Nova Esperança – Ela era de estatura média, robusta, cor branca; severa, mas ao mesmo tempo muito caridosa; queria bem às postulantes e noviças. Era ativa e dinâmica no trabalho e em tudo; foi superiora no Colégio Santa Teresinha e morreu na enfermaria da mesma escola (Pronunciamento de 1967).

Ir. Ofélia de Carvalho – Em 1956 quando morei no colégio Sagrado Coração de Jesus, a Ir. Severina encontrava-se à frente da construção da Escola santa Teresinha. Só a vi depois em 1962, quando retornei da Argentina. Ela se achava ainda no Colégio Santa Teresinha e como sempre muito querida, esforçada e caridosa. Dava testemunho de simplicidade, piedade, espírito de sacrifício e tinha bom caráter. Era, aparentemente de constituição física forte, de estatura média. Mesmo achacada como estava submetia-se a carregar sacolas pesadas que trazia do mercado. Nos dois anos que morei com ela não me lembro de nenhum fato negativo ou maus exemplos, pelo contrário, marcou-me sua vida virtuosa. A Irmã deveria ter uns 75 nos quando morei com ela (pronunciamento de 29/7/1993).

Ir. Lenira Casagrande – Lembro-me de que Irmã Severina com muito carinho. Quando postulante estávamos rezando na capela, ela chegava passo a passo e dizia: brava reza, pede muito a Jesus vocações, santas vocações para o nosso Instituto. O seu lugar preferido era mesmo a capela. Atendia a portaria, e estava sempre com o seu terço branco desfilando em seus dedos. Era muito querida e amiga das postulantes: gostava de saber o nome de cada uma para rezar pela sua perseverança. Atendia a todos na portaria com uma boa palavra e um sorriso. Foi pouco o tempo que a conheci, pois no mesmo ano do postulado veio a falecer estando presentes o Sacerdote, a Madre Mestra, Noviças, Postulantes, todos ao redor de sua cama, rezando no seu último adeus, para encontrar-se com o celeste Esposo; teve morte de anjo. Muito me edificou no início da minha vida religiosa e me marcou até hoje. Que belos testemunhos ela deu de ressurreição em Cristo! Não de morte, mas de plena vida (Pronunciamento de 28/7/1994).

Ir. Maria de Lourdes Paulin – Foi sempre uma religiosa de espírito de sacrifício e piedade e grande amor pela Congregação. Trabalhou em várias casas: Colombo/PR; Pirajuí/SP; Sede Provincial, SP; Curitiba/PR. Foi superiora em Colombo, e no Colégio Santa Teresinha. Também serviu a congregação como Ecônoma Provincial na Província do Paraná. Tinha carinho especial pelas vocações e interessava-se continuamente pelas postulantes e noviças. Embora de temperamento forte, foi bastante notável principalmente no seu esforço em dominar-se. Durante a sua doença foi edificante a sua preparação para o encontro do Esposo. Faleceu santamente às 16 h do dia 23 de setembro de 1967 em Curitiba/PR, sábado, assistida pelo Bispo Dom Jerônimo Mazzarotto, por um sacerdote e pelas noviças, postulantes e toda a Comunidade das Irmãs. Sua vida foi edificante. Teve uma morte serena e tranquila. Foi sepultada no cemitério de Santa Felicidade, como era desejo dos familiares e também seu (Pronunciamento de 30/7/1967).