IR. ASSUNTA BELLINI

IR. ASSUNTA BELLINI

31/10/1873 + 21/04/1939 -------------------------

Biografia

Ir. Maria Assunta fez parte do primeiro grupo das Apóstolas (Missionárias Zeladoras) enviadas, em 1900, pelo zelo do grande protetor dos emigrantes, Dom João Batista Scalabrini, para o Brasil, ao Orfanato Cristóvão Colombo, em São Paulo/SP. Retornou à Itália em 1902 e, após dois anos, voltou para o Brasil, iniciando a fundação de Urussanga, como Superiora da Comunidade.

 Em 1906, retornou à Itália. Exerceu o cargo de Superiora, por vários anos na casa do Noviciado, em Solero; e, em 1914, retornou ao Brasil, indicada para o cargo de Vigária Provincial, para o período de 1915 a 1921.

Inicialmente, a sede Provincial continuou em Curitiba, no Bairro de Santa Felicidade, sendo, em 1919, transferida para o Centro da Capital paranaense, à Avenida Iguaçu. O governo de Madre Assunta enfrentou graves dificuldades por causa da primeira guerra mundial (1914-1917), durante a qual ficou difícil manter. Após a declaração de guerra aos países da Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria e Itália), no Brasil, houve o fechamento das escolas alemãs e italianas e foi proibido o uso da língua italiana e alemã, em sala de aula.

Madre Assunta exerceu, ainda, o cargo de Superiora, em vários Hospitais, sendo o último em Mococa/SP, sempre muito estimada pelas Irmãs, administradores, médicos e doentes. Com problemas cardíacos, edificou todas as coirmãs com seus sofrimentos, que oferecia para o bem da Congregação que tanto amava. Terminou sua bela missão, no dia 21 de abril de 1939, pranteada pelas coirmãs, especialmente por suas manas: Ir. Angelina, que também se encontrava, há muitos anos, no Brasil; e Ir. Emmanuela, Superiora na filial de Candela.

Ir. Maria Assunta foi uma das primeiras fiéis colaboradoras da Veneranda Madre Fundadora. Com ela condividiu as penas e inauditos sacrifícios que as Obras de Deus costumam exigir, e lhe foi sempre muito querida.

Nascida em Bergamo, estava com 26 anos quando saiu da Itália rumo ao Brasil, deixando a Casa Mãe em Alseno, no dia 9 de agosto de 1900. Com as demais Irmãs, embarcou em carroça, no pátio da Casa e aos poucos desapareceu com destino a Piacenza. Dando espaço a uma fértil imaginação, como poderia estar o coração de Ir. Assunta e o das demais Irmãs, das quais se despediram.

Recebendo o Crucifixo de Missionária pelas mãos de Dom Scalabrini, dirigiu-se ao Porto de Gênova. Quanta emoção terá invadido o seu coração missionário, ouvindo o sinal da partida do navio Minas que a trouxe para o Brasil. O seu entusiasmo missionário se fortalecia e ela desejava chegar rapidamente no local da missão - o Hospital Humberto I, para fazer vibrar o Carisma que despertara nela tanto amor a ser doado. Ir Assunta, a cada dia da viagem, imaginava como estaria em meio aos doentes a quem iria prestar cuidados. Tudo isso até parecia amenizar a dor da separação de suas coirmãs da Casa Mãe. O Reino de Deus exige, pessoas arrojadas e determinadas, tendo como única segurança, o Coração de Jesus. Ao chegar, aos poucos, Ir. Assunta foi se ambientando em lugar desconhecido.

Dois longos anos transcorreram no Hospital Humberto I, quando ela retornou a Itália, aos 16 de outubro de 1902. Num espaço de apenas dois anos, pela segunda vez deixa a Itália e retorna ao Brasil, agora com destino diferente; foi enviada para Urussanga/SC, onde começou outra missão, como Superiora da Comunidade, em 29 de abril de 1904, após uma longa e cansativa viagem. A Comunidade era constituída por Ir. Miquelina Doro, Ir. Gertrudes Toloni, Ir. Laura Orsini.

A viagem de Ir. Assunta Bellini e suas coirmãs transcorreu bem; porém no Golfo de Lion, por causa do mau tempo, foram obrigadas a se recolherem em suas cabines. Chegaram em Montevideo no dia 17 de abril, sendo recebidas pelas Filhas de Dom Bosco que as hospedaram. Na manhã do dia 29, continuaram a viagem e chegaram ao Rio Grande do Sul. Pediu hospedagem às Irmãs Franciscanas, que as acolheram festivamente, proporcionando às ardorosas missionárias cordial hospitalidade. Depois de um breve descanso e refeitas as energias físicas, pois as espirituais estavam muito vivas, seguiram viagem para Florianópolis, chegando no dia seguinte. A viagem não terminou aí. Quantos sacrifícios enfrentaram para chegar ao ponto final! Após mais 9h de navio para levá-las num determinado lugar e tomar mais uma condução que, para elas foi muito divertido, pois era uma espécie de carroça diferente, na qual viajaram 25km para chegar até Urussanga, ponto final da longa e sacrificada viagem. A população as esperava. Quantas dificuldades passaram desde que deixaram Gênova até Urussanga!

Ela sempre desempenhou com amor a sua missão e foi muito amada pelas Irmãs. Em sua Comunidade o amor fraterno as unia fazendo de todas um só coração. Os ensinamentos de Madre Clélia sobre a caridade estavam bem presentes; virtude esta muito querida e recomendada pela Fundadora. Ela dizia que é a virtude que mais deve brilhar no Instituto.

Passados mais dois anos, novamente Ir. Assunta retornou a Itália em 1906, permanecendo até 1913; nesse tempo assumiu a Casa do Noviciado na Itália.

No início da expansão missionária no Brasil eram necessárias Irmãs como a Ir Assunta. Então, quando a Madre Geral, Ir. Marcelina Viganò visitou no Brasil as Irmãs e as missões em 1914, nomeou Ir. Assunta, Vigária Provincial que assumiu o governo de toda Província de 1915 a 1921, assessorada por quatro Conselheiras, sendo uma delas a Secretária.

Madre Assunta trabalhou com empenho para prosseguir a expansão do Instituto no Brasil, apesar de sérias dificuldades ocasionadas: 1- pela guerra mundial que começara. 2 - pelo desligamento de Madre Clélia. 3 - pela famosa Gripe Espanhola. A epidemia atingiu todo o Brasil e mais acentuadamente São Paulo, inclusive Apóstolas que se dedicaram ao cuidado dos doentes foram acometidas por ela. Madre Assunta por isso, tinha dificuldades de se corresponder com a Casa Mãe e para resolver problemas da missão.

No princípio a Sede Provincial continuou em Santa Felicidade e não obstante as dificuldades da época, a expansão, dirigida por Madre Assunta continuou no interior de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Várias obras de missão foram erigidas no Estado de São Paulo e em outros estados. Em São Paulo, Madre assunta fundou missão mais na área hospitalar e nos outros Estados, na área de ensino.

Ela atendeu inteligentemente a área administrativa sob sua responsabilidade. As obras do Instituto emergindo ora aqui, ora acolá, desenvolviam-se ante seus olhos atentos que, também via a necessidade de encerrar determinadas missões.

Quando veio pela segunda vez ao Brasil a Madre Geral, Ir. Marcelina Viganò, em 1919, reorganizou administrativamente o Vicariato com abertura de algumas casas e fechamento de outras, criando ainda duas Unidades Administrativas: o Vicariato de São Paulo e o do Paraná. Madre Assunta terminava o seu governo deixando mais consolidada a missão do Instituto no Brasil. Ela partiu para a Casa do Pai da Santa Casa de Mococa, em 21 de abril de 1939, com 66 anos de idade.