Ir. Cecilia Maestrelli

Ir. Cecilia Maestrelli

12/02/1887 – † 20/08/19670 -------------------------

Biografia

Primeira Postulante brasileira que ingressou na Congregação. Passou o primeiro ano de sua vida religiosa no Orfanato Cristóvão Colombo, em São Paulo, seguindo depois para o Colégio Sagrado Coração de Jesus, de Curitiba. Possuía o dom da inspiração artística. Suas pinturas refletiam gentileza e candura de sua alma. Bastante espiritualista; tudo gentileza e candura de sua alma. Amava a Congregação como verdadeira filha. Sempre se distinguiu pela simplicidade, obediência e respeito às Superioras.

Fala Irmã Lucília: “Conheci Ir. Cecília em Curitiba. Era Professora de pintura, e muitas mães iam aprender com ela. Além de pintar, gostava de fazer flores, imitando a natureza, e oferecia para Jesus; paciente, prudente; ensinava e fazia; era pobre, simples, humilde e muito recatada. Parecia viver a inocência batismal. Sua humildade e delicadeza demonstravam a bondade, o bem-estar com todos. Não discutia, nem ofendia ninguém. De poucas palavras falava mais pelos atos.

Grande devota do Coração de Jesus demonstrava-a também, externamente, através de sacrifícios que fazia às sextas-feiras. Todos os dias após o café ía à Capela e permanecia diante da imagem de Nossa Senhora, por muito tempo. Grande amor ao Instituto, doando-se totalmente pelo seu crescimento. Para as Irmãs, era muito delicada e as atendia com gentileza; quando solicitada, como também para enfeitar a Capela, ou as imagens nos corredores e nas salas de aula.

Fala Irmã Brígida Campos Cunha. Em 1960, fui transferida para a Província do Paraná, passando a fazer parte da Comunidade do Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Curitiba e aí tive a felicidade de conhecer e conviver com Ir. Cecília Maestrelli, a primeira Apóstola do Sagrado Coração de Jesus, brasileira. Ir. Cecilinha, como era chamada na comunidade, provavelmente recebeu este apelativo pela apresentação de toda a sua pessoa: pequena, frágil, delicada, humilde, boa e, de modo especial, simples. Sua simplicidade e pureza de sentimento despertavam em todas um respeito e um carinho especial por sua pessoa, o que, no entanto, não deixava de fazer de cada Irmã sua amiga e admiradora. Ao mesmo tempo, todas sentiam prazer em conversar e, especialmente, em passar momentos de muito humor ao seu lado. Sempre alegre, dava a todas uma atenção mansa e serena. Vê-la sempre feliz e tranquila era um convite a pensar na eternidade. Apesar de sua já avançada idade, empenhava-se o dia todo no seu ofício de pintar e bordar. Encontrávamos Irmã Cecilinha, na Sala de Trabalho, em silêncio, concentrada no desempenho de sua tarefa com a máxima perfeição. Retratava a beleza interior que possuía, através de seus dons artísticos. Modesta e nobre não ostentava seus dotes naturais, mas os colocava a serviço dos irmãos, com generosidade e muito amor. Sempre pronta na observância religiosa, era uma das primeiras na participação da vida comunitária. Sentíamos que ela guardava a inocência batismal e possuía um amor incondicional a Jesus. Guardo a mais cara lembrança dessa Apóstola, a primeira brasileira que o Sagrado Coração de Jesus, tão especialmente escolheu, e que tão ricamente soube corresponder a esta escolha de predileção. Hoje, podemos nos orgulhar, como brasileiras e como Apóstolas, por termos tido uma excelente e santa pioneira, na sonhada obra de Madre Clélia Merloni, em nossa querida pátria, o Brasil. Sinto-me agraciada pelo Senhor, pela oportunidade de haver conhecido Irmã Cecília e partilhado a vida de tão humilde e pequena religiosa, pessoa tão especial para Deus. “Sua lembrança ajuda-me a viver”.