Ir. Annamaria Tucci Vieira

Ir. Annamaria Tucci Vieira

09/05/1905 – † 20/04/1978 -------------------------

Biografia

Irmã Ana Maria ingressou no Instituto, aos 39 anos de idade. Era terna, jovial, de beleza interior, impregnando de vibração na sua interpretação musical; surpreendia a todos com este seu talento. Seu ouvido absoluto soube detectar a voz de Deus no chamado para trabalhar na sua vinha. Esse dom recebido do Pai ela o desenvolveu e dele se serviu para comunicar aos educandos a Boa Nova de Cristo. A música foi não só a expressão de sua capacidade artística, como também seu instrumento de apostolado e o reflexo de sua suavidade no trato com todos. A profunda impressão da maravilha, que é a música, teve sempre um paralelo de muito amor, sentido na vida de nossa coirmã. Com a música ela se elevou até Deus, retornando definitivamente Àquele que lhe deu esse dom. Soube compor harmoniosamente a pauta de sua vida, distribuindo as notas de cada dia, de cada momento, de maneira a formar uma canção harmoniosa e agradável a Deus.

Tivemos a oportunidade de enriquecer-nos, por muito tempo, com sua presença amiga, de religiosa exemplar, generosa, de grande espírito de sacrifício, de renúncia e também de lutas consigo mesma. Passou por vários Colégios do Instituto: Sagrado Coração de Jesus, de Curitiba; e, no Estado de são Paulo: Marília, Birigui, São Paulo/SP e Colégio Padroeira, em Aparecida. Em 1975, já não tendo mais condições de trabalho, por causa da saúde precária, passou a residir na Betânia, em Marília/SP, fazendo parte das Apóstolas adoradoras; aí, também, enquanto pôde, usou do seu talento - a música -  para alegrar a todas.

Acometida por diabete, sofreu muito nos últimos tempos, perdendo de vez em quando a lucidez, até que, atingida por “coma diabético” veio a falecer. Contava 73 anos de idade e 31 de vida religiosa. Seu corpo foi velado na Capela São José, da própria casa de repouso “Betânia”. Grande número de Irmãs Apóstolas esteve presente e, após as cerimônias, seu corpo foi sepultado na Capela, estando presentes também seus familiares.

Depoimentos

Irmã Leônia Cavassin - “Morei com Irmã Ana Maria em Aparecida/SP. Dava aulas de piano. Gostava de trabalhar na cozinha e fazer doces. Muito caridosa, prestativa, leal e bondosa. Não se irritava, ajudava a todos com prazer. Ensinando piano, dava sempre seu bom recado: difundia a devoção ao Coração de Jesus, ensinava a rezar, enfim, era Apóstola exemplar. Dizia querer ser sempre fiel ao compromisso de ser consagrada a Deus, por isso amava o Instituto. Cultivava a devoção a nossa Senhora Aparecida e, frequentemente, estava diante de sua imagem. Era fina na caridade e gostava de fazer os outros felizes”.

Ir. Celeste Yamamoto - “Conheci Ir. Ana Maria, quando se encontrava em tratamento no Hospital Matarazzo. Era muito meiga, carinhosa, sensível. Tinha um coração de ouro. Enquanto cuidava de sua saúde, procurava ajudar as Irmãs nas tarefas da Escola de Enfermagem. Com seus olhos azuis e seu belo sorriso, parecia criança, apesar de tantas rugas no rosto. Quando via alguém triste, dizia: Vou rezar por você”.

Ir. Lydia Moreira de Oliveira - “Morei com Ir. Ana Maria, de 1957 a 1962. Versada na música, fazia transparecer a alegria em suas conversas e em seu trabalho; desprendida, tudo o que recebia partilhava com a comunidade, até mesmo os deliciosos bombons que a família lhe mandava, e, como era diabética, sabia privar-se deles, e oferecê-los em sacrifício ao Senhor”.

Irmã Virgínia Batista de Oliveira - Ir. Ana Maria era acolhedora, compreensiva, disponível, sensível com o sofrimento dos outros; sabia dialogar.

Ir. Maria Casoti - “Morei dois anos com Ir. Ana Maria, em Aparecida/SP. Por suas conversas, percebia-se  quanto era sensível. Se algo a deixava triste, queixava-se e lágrimas corriam de seus olhos; porém, não demonstrava mágoa de ninguém. No piano, colocava sua alma, fazendo todos vibrarem”.

Ir. Brígida Carlessi - Conheci Ir. Ama Maria Tucci em Curitiba/PR; foi minha professora de música. Era muito piedosa, caridosa, silenciosa, obediente e buscava a santidade. Em suas lições na sala de aula, sabia transmitir com as notas musicais, as notas do amor de Deus, notas de sua paixão por Jesus e Maria, notas de sua vivência comunitária. Era humilde, paciente, interessada pelo aprendizado e bem dos alunos, sabia perdoar os erros e corrigir com doçura. Nas festas a música era mais festiva e fazia com que os cantos da Missa nos transportassem para o Além, expressão de seu amor por Jesus; queria que tudo fosse bem feito porque tinha um fim. Irmã Ana Maria era querida por todos. Que junto a Deus reze por nós. (Pronunciamento de 14/8/94).

Ir. Neuza Maria Ferreira – Conheci Ir. Ana Maria, no meu tempo de aspirante no Colégio Sagrado Coração de Jesus. Tocava harmônio e cantava divinamente. Sabia valorizar os jovens que apresentassem voz ou tendência para música. Se hoje gosto de cantar, foi graças o incentivo da Irmã Ana Maria que nos ensaios de cantos me queria perto dela. Ela dizia-me: “Você tem voz bonita, agora os seus dedos são curtos, mas quando você crescer, vou ensinar-lhe piano”. Até hoje estou esperando a Irmã Ana Maria me ensinar piano! Admirei na Ir. Ana Maria a paciência para ensinar as “cabeças duras” (Pronunciamento da década de 90).

Comunidade de Nova Esperança - Ir. Ana Maria tocava muito bem piano e órgão; ensinava música; tinha um grande respeito pelos superiores (Pronunciamento de 1978).