IR. NATALINA AVOGADRI

IR. NATALINA AVOGADRI

24/11/1896 + 31/08/1990 -------------------------

Biografia

 

Ir.Natalina conta num de seus escritos: “Enfrentei uma infância muito difícil. Aos 20 meses, perdi minha mãe. Fiquei quase sempre sozinha. Papai estava sempre doente. Éramos três irmãos.  No Brasil, trabalhei como enfermeira, durante 51 anos”.

Pessoa muito simples, humilde, dedicada para com os doentes, desapegada das coisas que passam, viveu de modo admirável a pobreza religiosa. Seu amor a Nossa Senhora foi expressivo, invocando-a, continuamente, no decorrer de sua vida e na hora da morte.

 

Exerceu sua missão, como enfermeira e Superiora, em diversas Santas Casas e Asilos. Já cansada e doente, em 1982, foi para a Betânia. Faleceu aos 94 anos de idade e 69 de vida religiosa. Certamente, a Mãe Celeste a apresentou ao Coração de Jesus, como Esposa fiel do Cordeiro Imaculado.

 

Depoimentos

 

Ir. Maria Elvira Milani - A primeira missão de Ir. Natalina no Brasil foi no Hospital Matarazzo,SP, onde ficou de 1923 a 1928. Seguiu para Campinas,SP na Casa de Saúde, onde ficou até 1931. Exerceu a missão de Superiora local nas seguintes Comunidades: de 1931 a 39, no Hospital de Crianças, em Curitiba,PR; de 1940 a 43, na Fazenda Amália, em Ribeirão Preto,SP; de 1944 a 51, no Hospital de Crianças em Curitiba; em 1952 na Santa Casa de Misericórdia em Birigui, apenas por seis meses; de 1952 a 58, na Santa Casa de Misericórdia em Casa Branca,SP; de 1958 a 60, na santa Casa de São João da Boa Vista,SP. De 1961 a 67, exerceu a missão como enfermeira no Asilo São Vicente, em Marília; de 1068 a 74, atuou como enfermeira na Betânia das Apóstolas, retornando, em seguida, para o Asilo onde ficou até 1981. Em 1982, já cansada e doente, mas ainda disponível, retornou para a Betânia até o dia 31 de agosto quando respondeu “SIM” ao Pai pela última vez nesta terra. Ir. Natalina era uma pessoa muito simples, humilde, dedicada para com os doentes. Durante 51 anos de sua vida serviu como enfermeira. Pessoa desapegada das coisas que passam, viveu de modo admirável a pobreza religiosa. Aceitou a doença com todos os seus achaques da idade com serena tranqüilidade, sobretudo, nos últimos dias. Seu amor a Nossa Senhora foi expressivo, invocando-a continuamente no decorrer da vida e foi sua última prece na hora da morte. Certamente a Mãe celeste a apresentou ao Coração de Jesus como a esposa fiel do Cordeiro Imaculado e sua fiel discípula. Que lá da celeste pátria Ir. Natalina interceda por todas as Apóstolas e peça a Madre Clélia que nos abençoe e proteja (Pronunciamento de 31/8/1990).

 

Ir. Palmira de Oliveira - Ir. Natalina trabalhou por muito tempo no Asilo de São João da Boa Vista, respondendo pelos assistência aos idosos internados no Asilo. Continuou sua missão também no Hospital Matarazzo, cuidando no restabelecimento dos doentes. Sentia saudade de sua família. Era muito boa e escrupulosa. Transferida para Curitiba, trabalhou no Hospital de Crianças. Quando morou no Hospital da Fazenda Amália exerceu o cargo de Superiora  de 11948 a 50.

 

Ir. Antonia Pagani - Sua missão foi no Asilo de Marilia por algum tempo. Prestava cuidados aos doentes, rezava com eles com os quais fazia o seu apostolado. Faleceu de Pênfigo Foleáceo (fogo selvagem) na Betânia de Marília.

 

Ir. Zélia Cavassin - Ir. Natalina era amante do Sagrado Coração de Jesus e do Instituto. De espírito de sacrifício e observante das Constituições; caridosa, humilde e de espírito oração.

 

Depoente não identificada - Ir. Natalina ficou órfã desde muito pequena, aos vinte meses. Sofreu as conseqüência da perda da mãe e da guerra. Passou fome. Além da ausência da mãe, o pai teve que se ausentar para o trabalho e muitas vezes comia o que achava na rua. Tinha uma irmã cega que estava sob seus cuidados e portanto seu pai se opunha a sua entrada no convento. Sofreu muito com isso até o dia que, mesmo sem o consentimento do pai, conseguiu entrar no Instituto. Foi logo enviada ao Brasil onde serviu por longos anos como Superiora.

 

Depoente não identificada - A depoente conheceu-a na Betânia já com a idade bem avançada aos 93 anos. Era uma Irmã  de oração, de fortaleza, muito amiga  e a mansidão adornava o seu ser. Além  da caridade, fé, confiança, amava o Instituto, os superiores, a Igreja e o Papa. Rezava muito pela conversão dos pecadores; terna, sensível, educada. Dizia: fizeram-me superiora tão nova; quantos erros cometi durante esse tempo. Eu lhe dizia: a senhora cumpriu a vontade de Deus e ela se tranqüilizava. Era muito amada pelo povo onde trabalhava. É exemplo, só por ter deixado próprio país e viver como missionária. Como perdeu a mãe ainda criança ficou sob os cuidados de uma tia que já tinha muitos filhos e portanto não tinha tempo para dar-lhe os devidos cuidados. Passou fome, chegou até comer mato para matar a fome. Quando crescida, viu uma de nossas Irmãs e sentiu o desejo de ser religiosa, mas como fazer? O pai não queria, pois quem cuidaria da casa e de sua irmã cega? Ir. Natalina então pensou: vou fugir e foi o que fez. Sofreu muito.