Ir. Charitas Cavalli
27/10/1909 – † 17/09/1996Biografia
Ir. Charitas, filha de casal italiano, uma dos seis filhos: três homens e três mulheres. Após a 2ª Grande Guerra Mundial, seus irmãos, exceto um, vieram para o Brasil. A família não praticava a religião e, por isso, ela nutria uma inquietação dentro de si. Órfã de mãe, ainda muito cedo, foi para o internato e lá se preparou para a 1ª Eucaristia e a Crisma, enquanto frequentava a Escola de Piano.
Ao manifestar o desejo de ser religiosa, o pai nervoso, disse preferir vê-la morta a vê-la religiosa. Como gostava de bordar e fazer tricô, procurava sempre pessoas que podiam lhe ensinar, pois queria arrumar algum emprego. Numa dessas ocasiões, ao ser-lhe indicada a pessoa que poderia ensinar a arte de bordar e o respectivo endereço, dirigiu-se imediatamente ao local. Ao bater à porta e ser atendida, deparou-se com um grande quadro do Coração de Jesus (e ali sentiu um forte chamado); e com uma senhora de nome Maria Bambina, irmã da Madre Marcelina Viganó, na época Superiora Geral do Instituto. Maria Bambina interessou-se em prepará-la para a prática dos Sacramentos e Santa Missa. Foi nessa ocasião que Adalgisa conheceu Madre Marcelina, que estava de passagem por Turim, mas nada lhe falou sobre sua vocação, pois ainda não havia decidido. Ao completar 18 anos, foi procurar novamente Maria Bambina, para ser intermediária entre ela e seu pai, para morar com as Irmãs e estudar, pois só assim a deixaria partir para Roma. Era o dia 15 de setembro de 1927. Logo entrou no Postulado. O pai, ao tomar conhecimento que a filha estava seguindo a vida religiosa, escreveu-lhe uma carta de 11 páginas, fazendo-lhe propostas para que saísse. Não obtendo êxito, silenciou completamente, durante 7 anos. Só então, a oração de Ir. Charitas chegou ao seu coração e este lhe escreveu, desejando-lhe toda a felicidade, no estado que havia escolhido.
Percebe-se que Ir. Charitas pautou sua vida religiosa, por veredas semelhantes às da Madre Fundadora. As passagens de sua vida marcam o quanto foi discípula fiel do Mestre e da Fundadora, pois, em um dos momentos escuros gritou: “Eu quero Madre Clélia”. (Texto extraído de seus escritos).
Formada em Piano e Canto Orfeônico, dedicou sua vida apostólica ao magistério da música, iniciando em Avezzano, Itália; e, de
Quem conheceu Ir. Charitas, fala do seu minucioso diário, que fielmente escreveu, até o dia 31.08.90, quando sua saúde não mais lhe permitiu. Sua existência foi coroada de sacrifícios, de silêncio e descoberta contínua da vontade de Deus. Selou seus escritos com frases marcantes: “A minha perspectiva é alcançar o mais alto grau de amor para com Deus e Maria Santíssima” “Não tenho medo da morte, só me preocupo de não estar verdadeiramente pronta, de não ter alcançado a perfeição que Deus exige de mim”.
Depoimento
Ir. Maria Luiza Lucca - Fui sempre muito amiga de Irmã Cháritas, especialmente durante o tempo que residi na Casa Provincial: