IR. IRENE LA PLACCO
23/04/1907 + 18/04/1958Biografia
Professora de Música, por muitos anos, nos diversos Colégios da Província de São Paulo, sempre muito querida e estimada por suas raras virtudes e habilidades. Sua vida foi de verdadeira religiosa, dócil, obediente, exata em tudo, respeitosa com todos, especialmente com as Superioras, nas quais seu espírito de fé a fazia ver o próprio Deus. Com data de 17 de agosto de 1930, escrevia o pedido ser admitida à Profissão Perpétua: “Boa Madre, reconheço que a graça que estou pedindo é demasiadamente grande, mas o desejo de tornar-me Esposa de Jesus, até à morte, me anima a fazer este pedido. Confiada no imenso amor de Deus quero continuar o caminho já começado nesta santa Congregação. O meu desejo é obedecer sempre, nunca dar o mínimo desgosto que seja às minhas queridas Superioras. A Senhora sabe, querida Madre, que me custa estar neste ofício, mas sendo vontade de Deus que nele continue, ficarei, apesar da minha grande repugnância e espero que o bom Deus me conceda a graça da verdadeira humildade, para bem cumprir sua santa vontade.”
Transferida para Bento Gonçalves/RS, teve a primeira crise de paralisia, que a imobilizou, parcialmente. Foi levada para a Casa de Repouso, em Cafelândia/SP e aí teve a segunda crise, imobilizando-lhe os braços e as pernas. Durante dois anos, suportou com paciência seu mal, sem queixas; com alegria, tudo oferecia pela conversão dos pecadores. No dia 18 de abril de 1958, uma nova crise a levou para o céu. Sua memória permanece viva nas duas Províncias. Contava 52 anos de idade e 31 de vida religiosa.
Um episódio ocorreu com a Irmã Irene; foi narrado por Ir. Lucília Roseto quando fez um depoimento de Ir. Maria José Caldiron. Ela conta que: “Terminado o retiro das Irmãs em São Paulo, o retorno a casa era apressado. Pela manhã bem cedo o táxi pegou quatro Irmãs para levá-las até a estação ferroviária. Não existiam ainda as estradas de rodagem. As Irmãs chegaram em cima da hora. Todas correram apressadas antes do trem partir. Ir. Irene que ia para Cafelândia foi a última a chegar e não percebeu que o trem estava iniciando o movimento. Pisou em falso e caiu. As Irmãs não tinham percebido que ela ainda não havia entrado. Deveria estar em outro carro, pois o trem estava cheio de passageiros. As pessoas que estavam na plataforma, ficaram estarrecidas, pois como deveria estar a Irmã no trilho? Quando acabaram os carros de passar, todos se precipitaram a olhar a Irmã lá embaixo sobre o vagão entre a parede e o trilho. Ela se levantou e teve a ajuda do fiscal da estação para subir até a plataforma. Nada havia acontecido. Foi um milagre! Diziam todos. Irmã Maria José aguardava a Provincial então, Madre Élide, em frente a porta da capela para lhe dizer o que havia sonhado, trazendo-lhe um recado de Madre Clélia. Havia recebido uma grande graça de Deus aquela manhã. E indagou qual seria? Não sabia dizer. Após a Missa chegou um telefonema da estação contando o que havia acontecido e que a Irmã já havia embarcado em outro trem e nada sofrera com a queda na plataforma. Fora a graça que Ir. Maria José à noite, em sonho, ouvira de Madre Clélia. Ir. Irene contou que, ao cair no chão, ouvia o ruído ensurdecedor das rodas passando muito perto de seus ouvidos e à medida que o trem tomava velocidade, o barulho era maior. Suas roupas esvoaçavam. Madre Elide acolheu a notícia com muita gratidão a Deus e a Madre Clélia que lhe antecipou a graça alcançada. Ir. Maria José, muito querida, enfermeira atenciosa, caridosa, sabia aliviar as dores dos seus doentes pobres, com muita ternura”.