Ir. Sofia Maria Felix Da Silva

Ir. Sofia Maria Felix Da Silva

22/03/1936 – † 24/05/1993 -------------------------

Biografia

 

Bernadete Felix da Silva, muito cedo, ela e seus irmãos tiveram a desventura de, em prazo de quatro meses perder os pais e, assim, a vida de cada um tomou novas direções, restando apenas a saudade. Mas Deus abriu novos caminhos para cada um. Bernadete ficou com o casal proprietário das terras para quem seu pai trabalhava e, adotada, passou a fazer parte da família. Ali passou o restante de sua infância e juventude, recebendo carinho, amor, compreensão, educação escolar e religiosa, bem como garantia para um futuro feliz.

Deus tem seus caminhos... vale a pena meditar o trecho da sabedoria (24,14), que diz: “Desde o início, antes dos séculos, Ele me criou e não deixarei de existir até o fim... Exerci minhas funções diante dele na casa santa”. Deus amou Bernadete, escolheu-a para si. Ela aceitou o convite e a Ele se entregou para servi-lo na vida religiosa, recebendo o nome de Ir. Sofia.

Seus trabalhos apostólicos, de 1964 a 1991, foram desenvolvidos em espaço hospitalar, do Estado de São Paulo: Ribeirão Preto, Bauru (Educandário), Itumbiara, São Paulo, Adamantina, Campinas, onde encontrou oportunidade para cuidar da saúde física e espiritual dos doentes e dos que dela se aproximavam, com palavras de conforto, encorajamento e esperança. Soube fazer amigos por onde passou e, para cada um: médicos, doentes, funcionários, sempre dispensou com gratuidade seu sorriso, sua ajuda e compreensão; sabia cativar mesmo em ocasiões que não a agradavam. Era exigente e sabia partilhar o que possuía com os mais necessitados.

Em 1992, foi para a Santa Casa de Marília para tratamento de saúde. Após longo período na UTI, no dia 24 de maio de 1993, voltou para a Casa do Pai, para fazer parte do Instituto triunfante, o Celeste. Aos poucos, foi se desligando deste mundo, só com aparelhos conseguia-se respiração suficiente para mantê-la viva, consciente até o fim, apagando-se como vela que se consome a cada instante.

Nos últimos dias foi visitada por sua irmã de nome Santa, que disse ter tido muita alegria em poder estar com ela. Veio da Paraíba e ficou até o sepultamento. Seus familiares, residentes em Uberlândia a acompanharam até o fim.

A pedido do Sr. Prefeito Municipal, confirmado por várias pessoas do local, os restos mortais de Ir. Sofia foram transladados para Itumbiara, velados na Catedral e, durante todo o dia, o povo se revezava diante dela, rezando, cantando e testemunhando o quanto lhe queriam bem. As Irmãs dirigiam as orações em seu sufrágio de sua alma. Uma coirmã escreveu: “Era estimada por todos, pelas autoridades, amiga do povo simples e das elites. Sempre pronta a servir tanto o rico quanto o pobre. Sua felicidade era espalhar alegria com festas, presentinhos, flores. Ninguém se negava a atender seus pedidos. Gostava de receber para dar e deixar o outro contente. Viveu o que São João afirmou: ‘ não podemos amar a Deus, se não dermos amor autêntico ao próximo’. As inúmeras flores, coroas, mensagens, no seu silêncio, falavam muito alto sobre quem foi Ir. Sofia”.

Após a Santa Missa, celebrada pelo Sr. Bispo Diocesano, com a participação das Religiosas, médicos, enfermeiros, funcionários e muitos fiéis, foi levada para o cemitério municipal, onde espera a ressurreição final.

Depoimento

Ir. Celeste Yamamoto - Conheci a Irmã quando trabalhava na Pediatria do Hospital Matarazzo. Era muito habilidosa: fazia trabalhos manuais, vendia-os e, com o que recebia, fazia festinhas para as crianças, comprava presentes de acordo com a idade de cada uma; cozinhava muito bem; era muito alegre, humorista, despreocupada de si mesma. Tinha um gênio forte e briguento, mas depois de conversar com Frei Inácio Larrañaga converteu-se, tornando-se meiga, delicada, disponível e responsável. Era de opinião, sim, sim; não, não.

Comentava sempre que, após sua conversa com Frei Inácio, recebeu uma graça especial e toda vez que lembrava do fato, ficava imóvel, fechava os olhos e dizia sentir muita felicidade e paz. Demonstrava gratidão pelos padrinhos que criaram e educaram seus irmãos; por sua vez, os filhos deles a amavam como se fosse sua irmã. Amava o Coração de Jesus e procurava testemunhar esse amor, sendo delicada e carinhosa para com todos. Amava muito o Instituto, dele falava com entusiasmo e se interessava pelas vocações. Procurava satisfazer os desejos da Irmãs e, quando não conseguia, ficava triste por não poder servi-las. Tinha pavor pelo estudo. Com muito custo, fez o curso de Auxiliar de Enfermagem.