IR. VALERIA ROSSI

IR. VALERIA ROSSI

30/10/1897 + 21/11/1980 -------------------------

Biografia

Ir. Valéria, logo após a Profissão, foi enviada em missão junto aos doentes no Hospital de Botucatu e de São João da Boa Vista, ambas as cidades, do estado de São Paulo. Em 1922, retornou para Curitiba, assumindo a responsabilidade de cozinheira, na Escola Imaculada Conceição, em Santa Felicidade e lá permaneceu até 1934, indo depois para o Colégio Sagrado Coração de Jesus e Hospital de Crianças. Em 1938, voltou para o Estado de São Paulo, junto ao Seminário de Pirapora, até 1951, quando este encerrou suas atividades. Foi, então, para o Hospital Matarazzo, de onde, após breve permanência, retornou para o Hospital de Crianças, em Curitiba. Com a abertura do Colégio Santa Terezinha do Menino Jesus, também em Curitiba/PR, integrou a primeira comunidade, assumindo a responsabilidade da cozinha por dez anos; em 1956, acompanhou a comunidade que foi abrir o Colégio em Ponta Grossa/PR. Ir. Valéria exerceu suas atividades como responsável pela cozinha, por mais de trinta anos. Empenhou-se em servir suas companheiras de ideal com muito carinho e prontidão, sempre disposta e solícita. Amava o Instituto, bem como nossa Fundadora, da qual muito falava. Grande devota de Nossa Senhora e das almas do Purgatório, a quem oferecia constantemente orações e sacrifícios; numa palavra, era uma pessoa orante.

 

Em 1969, recolheu-se à Casa de descanso São José. A doença obrigou-a a permanecer no leito por seis anos e seu sofrimento era intenso. Fazia do leito o altar, onde oferecia orações e sacrifícios pelos sacerdotes, pelas necessidades do Instituto e pelas almas.

Quando o Instituto se preparava para comemorar o Jubileu de Ouro da morte da nossa Fundadora, dia 21 de novembro de 1980, Irmã Valéria, nos surpreendeu com sua partida para o céu, quase na mesma hora em que partira Madre Clélia. O Sagrado Coração de Jesus acolheu-a com seu amor, aos 83 anos de idade e 60 de vida religiosa.

Depoimentos

Ir. Clarice Mari Romagna - Escrevo este depoimento pelos anos que vivi com a Ir. Valéria Rossi, como noviça, ano de missão, e nos primeiros anos de vida religiosa em Ponta grossa, na época, Escola São Sebastião. Passou os seus dias com muita dor nas pernas e nos pés e pedia-me quando sentia necessidade que cortasse os calos nos pés para alívio das dores, pelos menos poder caminhar um pouco mais. Nunca ouvi reclamações de dor. Seu trabalho era cuidar da horta, onde semeava, plantava, replantava, carpia e realizava atividades da terra; colhia as verduras e com carinho oferecia à cozinheira para alimentação das Irmãs e merenda para as crianças carentes da escola. No pomar colhia frutas para fazer doce e vender, a fim de sustentar a casa. Na época tinha criação de coelho e galinha; ela cuidava de tudo com muito carinho para que nos finais de semana fosse preparado um pouco de carne para as Imãs. Ir. Valéria dedicava muito tempo para a oração no período da madrugada, antes do almoço e no final da tarde, sempre na capela com o terço, manual de orações, fazendo a via sacra. Ela viveu a sua vida consagrada como Apóstola do Sagrado Coração de Jesus. Viveu-a na dimensão de seu ser, dando tudo de si diante de suas responsabilidades, buscando o bem do próximo, apresentando características de afirmação e doação.  O seu caráter apresentava tendência de liderança, compreensão, apoio, espírito crítico, opinião e amor. Sua espiritualidade, vivida à luz da necessidade de oração (Pronunciamento de 25/3/1993).

Tinha pontualidade naquilo que era comum, participava nos recreios relatando o seu trabalho na horta e animais, sempre trazendo boas notícias das Irmãs com quem conviveu. Falava às famílias, aos pais das crianças, aos jovens sobre o catecismo e a História Sagrada. Tinha muito espírito de sacrifício, fazia jejum nas sextas feiras. Ela sempre fazia bem o seu trabalho e era uma boa Irmã; isto me ajudou muito no início da vida religiosa e até hoje.

Trago em minha memória a passagem e convivência que ela foi uma verdadeira Zeladora Missionária do Sagrado Coração de Jesus pelo seu TESTEMUNHO DE ORAÇÃO, amor à Igreja, ao Santo Padre, às Vocações e ao Instituto. Tinha um caráter muito forte, na fraqueza de seu temperamento quando vinha a ofender a caridade, logo pedia perdão. Nunca ia repousar sem pedir perdão. Irmã Valéria foi uma Apóstola que deu a vida para o Instituto.

Agradeço ao Coração de Jesus pelas lembranças de heroísmo vividas por Ir. Valéria à luz do sacrifício, fazendo tudo por amor ao Coração de Jesus e Maria pela salvação das almas. Ir. Valéria, intercede por mim junto ao Coração de Deus, unidas no Corpo Místico (Pronunciamento de 7/8/1994).

Ir. Carmelina - No tempo em que vivi com ela em Ponta Grossa, percebi o que era pessoa de oração e de muito espírito de sacrifício. Trabalhava na cozinha, cuidava da horta, galinhas e coelhos, fazendo esse trabalho humilde com muito amor. Amava o Instituto. Possuía um gênio forte, explosivo, mas se humilhava e pedia perdão. (Pronunciamento de 25/3/1993).

Comunidade de Nova Esperança - Irmã Valéria era muito severa, porém alegre, expansiva, risonha. Dizia sempre: TUDO POR AMOR A JESUS. Era alta, clara, rosada e forte.