IR. GIOACHINA GELOSA
22/07/1897 + 23/01/1988Biografia
Ir. Gioachina deixou-nos o exemplo de religiosa autêntica. Sorveu, na fonte, a genuína espiritualidade da Madre Fundadora, nos primeiros anos de sua vida religiosa, junto com Ir. Severina Rigoldi. Foi esta que a ajudou a ingressar no Instituto com mais seis jovens. Dizia sempre: “Minha primeira Superiora, na Casa da Criança, em Gênova, que viveu com a Madre Fundadora, falava-nos muito da Madre Clélia, e eu ficávamos impressionada, ao ouvir o relato de sua vida de sacrifício e suas exigências sobre a perfeição e a vida espiritual”.
Irmã Gioachina exerceu a profissão de enfermeira, servindo e curando a todos e nunca perdeu o sorriso, sinal de pessoa feliz, imersa em Deus. Gostava muito da catequese, pois, assim, podia tornar conhecido e amado o Coração de Jesus.
Atuou nos Hospitais de São Paulo/SP, Casa Branca, Ribeirão Preto/SP, Mococa,SP, Fazenda Amália, e nos Asilos de São João da Boa Vista,SP e Mococa. Em 1980, passou para o Colégio Divino Espírito Santo, do Pinhal e em 1982, passou para a Betânia, em Marília,SP, até que o Senhor a achou pronta para o ingresso na celeste morada e ali, gozar da sua presença.
Encontramos um recorte de jornal (sem data e sem nome do autor). Depois de 66 anos de profissão religiosa e 60 de missionária no Brasil, no dia 23 de janeiro, pp., Irmã Gioacchina Gelosa faleceu, no ambiente do seu apostolado. Seus restos mortais permaneceram no Brasil, onde participaram dos solenes funerais, com mais de 100 religiosas pertencentes à Congregação das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, muito difundida naquele país e da qual ela fazia parte.
Sempre lúcida e ativa até o fim de junho de 1989 e depois de uma cirurgia não pôde mais retomar às suas atividades. Os parentes, que dela recebiam regularmente notícias, foram informados, pela superiora, do progresso da doença; e um dos últimos escritos, dizia que: “no leito, oferecia com amor seus sofrimentos”; a voz era fraca, mas cheia de fé e de generosidade. Rezava o dia inteiro e falava com Jesus a respeito de seus queridos. Hoje recebeu o Óleo Santo e disse: “Como serei feliz, quando partir para o céu!”.
No final deste bilhete, ela colocou sua assinatura, com caracteres trêmulos e com estas palavras: “Irmã Gioacchina, pelo amor de Jesus, missionária”.
Com seus dois irmãos e a irmã, ficou órfã de pai em tenra idade; o maior tinha seis anos. Muito cedo escolheu a vida religiosa, no momento mesmo em que a mãe se encontrava no hospital e os irmãos maiores na trincheira; mas ela estava impaciente, para responder ao chamado do Senhor, enquanto houvesse lugar e os parentes próximos se empenhassem para ajudar os familiares. Desde o início, dedicou-se aos doentes, atividade que exerceu durante toda sua vida. Depois do período do Noviciado, em 1921 fez a profissão religiosa e, em 1922, partiu para o Brasil. Seguindo o costume daquele tempo, permaneceu na missão por mais de vinte anos, antes de retornar à Itália, para visitar os parentes que a viram pela última vez em 1980. Não falava muito de suas atividades no hospital; apenas repetia que gostava de estar perto dos doentes e que estes lhe queriam muito bem. Alguns doentes do hospital, enquanto ela estava na Itália, iam todos os dias à portaria, para ver se ela voltava, como havia prometido. O seu Brasil agora a hospeda para sempre.