Somente quatro casas beneficiaram-se da atividade apostólica de Ir.Arsênia, durante sua longa vida de doação ao Coração de Jesus, no serviço aos irmãos.

Em 1928, foi enviada à Grécia, no Egeo, onde permaneceu durante 19 anos, como cozinheira, numa Escola. Atuou também num Hospital, localizado entre a Grécia e a Turquia, sendo uma das fundadoras da obra. Com a revolução comunista, as duas obras foram fechadas.

A propósito dessas obras ela escreve: “Conheci a Madre Fundadora e falei com ela, em 1928,  antes de partirmos para o Egeo. Ela tinha apenas retornado ao Instituto. Lembro-me que a Madre pegou o crucifixo da Missão, levantou-se e nos disse as palavras de despedida: Andate, state buone, rispettose, caritatevoli, obedienti alla Superiora. Depois nos abraçou e partimos. Não a vi mais,  a não ser  sua sepultura. A Madre sofria de câncer e flebite na perna”.

Em 1948, veio para o Brasil e sua missão foi o Hospital Matarazzo, onde atuou como enfermeira noturna, durante 25 anos, noite após noite, sempre dedicada, disponível, alegre e pronta. Seu espírito de sacrifício e doação era invejável. Reservava momentos para seu encontro com o Senhor, a quem confiava seu trabalho e  suplicava em favor dos mais necessitados.

Em 1974, trabalhou como enfermeira no Lar São Vicente, em Marília,SP e, em 1980, passou para a Betânia, primeiramente ajudando as Irmãs mais necessitadas, sempre com bondade e presteza. Depois, seu estado de saúde agravou-se e, durante longos cinco anos, esteve acamada e impossibilitada de comunicar-se. Podemos imaginar seu sofrimento, naquelas horas intermináveis de silêncio e solidão. As últimas palavras que pronunciou e que foram ouvidas pela Superiora foram: “Portatemi in chiesa”. Disto podemos deduzir sua saudade de Jesus Eucarístico e seu desejo de estar como Maria.

Ir. Arsenia faleceu aos 93 anos de idade e 65 de Profissão Religiosa. Agora, goza da amável companhia de Madre Clélia, na alegria perene do céu, onde a felicidade é completa e duradoura, porque tem um nome: Deus!

Depoimentos

Ir.Celeste Yamamoto - “Morei com Irmã Arsênia, no Hospital Matarazzo. Ela cuidava da ala feminina, dois setores, das 19h às 7h, sem férias e sem folgas. Apesar da idade, era animada e trabalhava com alegria, com outras coirmãs. Quando tudo estava calmo, aproveitava para trabalhar pelas vocações e difundir a devoção ao Coração de Jesus. Era calma, silenciosa, tinha bom relacionamento com todos e rezava muito. Gostava de ajudar os vocacionados pobres. Confeccionava trabalhos, vendia-os e entregava o dinheiro à Superiora, dizendo: Isto é para os vocacionados pobres”.

. Maria Casoti  - Quando noviça, fui substituir uma Irmã que trabalhava à noite. Eu estava com dificuldade de andar, devido a uns furúnculos que apareceram nos meus joelhos. Tarde da noite, quando tudo já estava calmo, Ir. Arsênia, como bom Samaritano, com seus passos lentos, procurava-me: ‘Vieni qui, vieni qui, povereta,’ e fazia-me  os  curativos.