IR. SOFIA RIECHI
12/08/1927 + 05/04/1992Biografia
Depoimentos
Ir. Maria Elvira Nichele - No dia cinco de abril de 1992, às 17h, na Casa São José, com a presença de seus familiares, inclusive seu querido pai de 90 anos, e de um grande número de Irmãs, todos de joelhos, rezavam e cantavam. Ir. Sofia, com muita serenidade e paz, entregou sua alma a Deus.
Ela exerceu seu apostolado nas seguintes casas: 1945-Colégio de Araçatuba,SP. Professora Primária; 1951-Colégio São José em Bauru; Professora; !956, Escola Imaculada Conceição- Curitiba,PR, Diretora e Professora; 1961 Escola social Madre Clélia –Curitiba,PR, Superiora, Diretora e Professora; 1973-Colégio de Araçatuba,SP, Auxiliar de Internato;1976 –Lar Universitário em Bauru,SP, atendimento aos serviços da casa; 1978 – Escola social Madre Clélia–Curitiba,PR, Serviços da casa; 1981 –Escola Santa Teresinha do Menino Jesus, Curitiba,PR, responsável da rouparia; 1982 – Colégio Sagrado Coração de Jesus-Curitiba,PR, responsável pela cozinha; 1983 –Casa de Retiros,-Curitiba,PR, cozinha e serviços da casa;1985- Colégio Sagrado Coração de Jesus-Curitiba,PR, Serviços da casa; 1987- Casa de Retiros - Curitiba,PR. Trabalhos da casa; 1990 –Escola Social Madre Clélia, Curituba-PR, portaria e serviços gerais; 1990 –Escola Imaculada Conceição - Curitiba,PR, ficando na Casa São José. Nos últimos dias de sua vida, quando sentiu que a doença já estava tomando conte de suas forças,não deixou de acolher a todos que a visitavam com um sorriso cheio de paz.
Durante todo tempo de sua longa enfermidade não proferiu uma palavra de queixa, aceitava com gratidão tudo o que era oferecido sem fazer nenhuma exigência. Edificou a todos os que tiveram a felicidade de conviver com ela. Oferecia todos os seus sofrimentos pelo Instituto, pela Província, pelas jovens em formação, pela sua família que tanto amava, por seus amigos, ex-alunos, enfim, tinha viva na lembrança todos os que passaram pela sua vida de Apóstola. Ao sair da Escola Social Madre Clélia em transferência para a Escola Imaculada Conceição, agradeceu cada Irmã por todos os serviços que lhe prestaram durante o tempo de sua doença. Uma Irmã lhe perguntou se sentia dores, assim se expressou: “ com queixa ou sem queixa, a dor não se afastaria de mim, a doença não me deixaria. Para não perder nenhum merecimento, não me queixo. Isso aprendi de minha mãe, quando nós, pequenos e ela sofrendo, olhava para Nossa Senhora e dizia: ela sofreu muito mais do que eu”. Ir. Sofia preparou-se muito bem para a morte. A última novena que fez com a Comunidade da Escola Social Madre Clélia, no seu dia, o tema que escolheu foi sobre a morte: “CORAÇÃO DE JESUS ESPERANÇA DOS QUE MORREM EM VÓS”. Na ocasião distribuiu a todos a oração da boa morte.
Ir. Sofia de caráter forte, enérgica consigo mesma e com os outros, na história de sua vida foi se transformando como ela mesma testemunhou na oração e na contemplação do Coração manso e humilde de Jesus. Amava o Instituto e Madre Clélia, não perdia oportunidade de falar dela distribuindo folhetos, novenas e orações e vivenciava os conselhos e recomendações da Madre Fundadora. Virtudes que caracterizaram sua vida de Apóstola foram: espírito de sacrifício e de oração, generosidade, lealdade, fidelidade, paciência, humildade, respeito aos Superiores, prestativa; tinha veneração pelos sacerdotes, rezava muito por eles; grande devoção a Nossa Senhora das Dores, amor à vida, especial amor aos seus familiares, otimista, comunicativa, jovial e alegre; grande fortaleza interior, realçava o lado positivo das pessoas e tinha muito amor a Eucaristia. Ressaltamos a fidelidade na vivência dos votos: Obediência, Pobreza e Castidade. Sofria calada, em silêncio. Podemos dizer: por onde Ir. Sofia passou, construiu o bem, edificou a todos com seu exemplo de autêntica Apóstola. Na família que tanto amava, levava a mensagem de fé, de esperança, de alegria e de união. Com a abertura da missão em Santiago do Chile, como não pudesse ir às missões “Ad gentes” se ofereceu de ser “A MISSIONÁRIA SOFREDORA”.
Querida Irmã Sofia, você partiu, mas deixou para cada uma das Apóstolas e seus familiares a imagem de uma alma consagrada ao amor do Coração de Jesus e por isso, você se fez: PAZ E ESPERANÇA. Interceda por nós, junto ao Coração de Jesus e Madre Clélia.
.Ir. Adélia Enilda Gelinski, Ir. Iraci Brugnarotto Guerra e Ir. Antonia de Fátima Francisca - Ir. Sofia era de baixa estatura, descendente de sírios; alegre; de sorriso cativante, comunicativa, sensível aos pobres e simples e aos funcionários da casa. Gostava de preparar surpresas e delicadezas para as coirmãs, pois sentia-se realizada em fazer o outro feliz e estava sempre disponível para servir. Saía quantas vezes fosse necessário para ir à farmácia, correios, bancos. Era atenciosa para com os superiores e nunca se queixava de nada e nem de suas dores. Tinha profunda vida de oração e grande amor aos sacerdotes; conservava o otimismo diante da dificuldade e da doença; amor especial à família, tratava com grande afeto a todos os parentes. Exerceu com grande dedicação a pastoral da acolhida aos hóspedes, na portaria. Utilizava bem todo tempo disponível, realizando pequenos trabalhos manuais, crochê, bordado; realizava-se naquilo que fazia e sabia alegrar-se com os frutos colhidos. Viveu com fidelidade seu voto de pobreza. Vestia-se com simplicidade, zelava pelo que era seu e da Comunidade e conservava aquilo que era estritamente necessário.
Diante de suas limitações sabia reconhecer seu erro e humildemente pedia perdão, pois era dotada de um caráter forte e explosivo. Ofereceu suas dores para a Madre Geral, Santo Padre e vocações; durante a sua enfermidade, ouvia pela rádio todas as missas e programas religiosos e partilhava com as Irmãs o que havia escutado. Sabia agradecer as visitas que recebia das Irmãs e de outras pessoas; seu grande sonho era ser missionária junto com sua tia no norte do Brasil – GRANDE ESPÍRITO MISSIONÁRIO. Soube preparar a sua morte, pedindo perdão a cada coirmã e recebendo a Unção dos Enfermos duas vezes, a seu pedido; grande espírito de fé, obediência, caridade, esperança. As virtudes em sua vida foram conquistadas pelo esforço constante e trabalho pessoal diário. Destacava-se por grande amor a Madre Clélia e às obras por ela iniciadas como a Fundação da Escola social Madre Clélia. Suas intenções nas orações comunitárias eram para suas superioras principalmente por Ir. Fernanda Sbrissia. Para definir sua vida, diríamos: “Foi alguém que soube viver plenamente a vida que Deus lhe deu” (pronunciamento de 25/3/1993).
Ir. Márcia Maria de Souza - Ir. Sofia, de estatura baixa, físico, às vezes debilitado, sofreu um pouco as dores de Cristo crucificado. Tive a alegria de morar com ela por alguns anos e posso dizer de coração que ela foi uma pessoa. Admirável. Sua humildade cativava meu coração, sempre deixava transparecer em seu rosto e modo de viver, a simplicidade, a fé, a firmeza, de quem sabia o que queria. Seu rosto era alegre, amigo e transparente para todos. Escolheu a vida simples e pobre e testemunhava-a na prática do dia-a-dia. Às vezes, quando estava nervosa, errava ou ofendia com seu temperamento um tanto enérgico, mas logo pedia desculpas e refazia a amizade. No período longo de sua doença, pude perceber a ânsia que ela tinha por viver, lutou até os últimos momentos para se curar e poder viver mais. Foi admirável vê-la sofrer sem reclamações e sem revoltas. Resumindo, posso dizer que a Ir. Sofia foi para mim um grande exemplo de fé, simplicidade, amizade e uma grande filha de Madre Clélia, da Congregação e do Coração de Jesus. Sua morte foi um exemplo (Pronunciamento de 15/3/1993).
Depoente não identificada - Ir. Sofia foi uma apóstola amante da vida. Demonstrou muito amor às Irmãs e a sua família. Tinha espírito de sacrifício e amor ao Instituto. Foi a primeira diretora da Escola Social Madre Clélia, onde se sacrificou e com zelo incansável trabalhou para que a obra de Madre Clélia fosse para frente. Tinha muito amor à Eucaristia e à Nossa Senhora. Soube suportar com paciência e sem se queixar sua enfermidade. Até seus últimos dias ocupou-se em viver uma vida intensa de oração e trabalhos manuais. Ir. Sofia, queremos agradecer a você, bendizer e louvar a Deus pelo seu exemplo e testemunho de uma autêntica Apóstola. Que seja para cada uma de nós grande estímulo para vivermos bem nossa vida consagrada.
Comunidade de Nova Esperança - Ir. Sofia era muito disponível; sofria em silêncio; era de grande zelo apostólico; enérgica, temperamento forte. No Noviciado dizia sempre às suas colegas: “Irmãzinhas, Jesus foi sempre manso e humilde de coração”. Serviçal, alegre, comunicativa, atenta a tudo. Aceitou resignadamente a doença, sofrendo por amor a Jesus. Amava muito sua família que era bastante unida. Muito habilidosa nos serviços caseiros, principalmente na cozinha. (Pronunciamento de 1992).
Ir. Silvana Salomão - Fomos muito amigas, trocando experiência do amor de Deus. Quando soube de sua doença, nos encontramos na chácara, ela me chamou num canto e me disse: sabe, estou com aquela doença; sofro dores tremendas, não reclamo, fico em silêncio por amor ao Coração de Jesus. Tenho que ser santa, porque estou no fim. Chorando nos despedimos, prometendo orações uma para a outra. (Pronunciamento de 25/3/1993 ).
Ir. Fernanda Sbrissia - Conheci a Ir. Sofia desde a meninice pois estávamos juntas. Desde pequena nutria devoção à Nossa Senhora, participando sempre com vibrante entusiasmo do mês de Maio, coroação de Nossa Senhora e do terço diário rezado na Igreja Matriz de Piraquara. Ela sempre dizia que sua vocação à Vida Religiosa nasceu no Coração de Nossa Senhora, a quem amava com filial ternura. As mais bonitas flores do jardim de sua asa eram levadas no altar de Maria. Rezava diariamente o rosário. “É uma homenagem à Maria que nunca me canso de fazer”, assim ela se expressava. Em seu caráter forte, era exigente consigo mesma e com os outros. As arestas de seu temperamento motivaram desencontros comunitários e pessoais com as Irmãs, porém era de extraordinária humildade no reconhecer suas faltas e fazia tudo para reconciliar-se, sendo criativa nesse sentido. Marcou as Comunidades por onde passou e a mim particularmente, por seu espírito de sacrifício. Estava sempre pronta para assumir tarefas difíceis, não se queixava, abraçava as dificuldades e sofrimentos com fiel generosidade e alegria. Percebendo que as consequências de seu caráter provocavam sofrimentos e falta de testemunho, entregava-se generosamente à ação da graça. Dizia muitas vezes: “ preciso ser moldada a fogo”, mas quero aguentar as operações divinas e sentir a alegria da entrega disponível de minha vida. E foi assim que Irmã Sofia foi sendo transformada pelo Coração de Jesus a quem nutria especial devoção, da qual foi fiel e ardorosa propagandista. Amava o Instituto e se revelava filha fiel de Madre Clélia. Nutria grande respeito para com os superiores. Apóstola de muita oração, nos últimos anos, dedicando-se às tarefas gerais da comunidade, gostava de fazer surpresas para as Irmãs na hora do lanche, preparando “quitutes” com muito amor e delicadeza. Dizia: “a forma de participar das atividades apostólicas das minhas Irmãs é dar-lhes conforto e alegria com os lanches”, sei que é também uma forma de colaborar que agrada ao Coração de Jesus. Nos últimos meses de sua enfermidade foi uma Apóstola, filha de Madre Clélia, que pelo testemunho de vida muito nos edificou. O sorriso não saia de seus lábios. Sofria em silêncio, sem queixas e continuamente agradecia tudo e a todos. A paz de seus últimos instantes tão conscientes, foi uma oferta, um dom, garantindo para todas as Apóstolas que vale a pena SER APÓSTOLA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – FILHA DE MADRE CLÉLIA.