![IR. OLGA KARNE NARIAY](http://www.apostolas.org.br/arquivos/entidade_75/posts/0520545001714502976.jpg)
IR. OLGA KARNE NARIAY
17/10/1948 + 19/01/1991![-------------------------](images/divisor_lema.png)
Biografia
Depoimentos
Depoente não identificada - Como Apóstola ela realizou o seu apostolado na seguintes casas da Província: Escola Santa Terezinha do Menino Jesus em 1970; na Escola Imaculada Conceição em 1974; novamente na Escola Santa Terezinha do Menino Jesus em 1981; na Casa Geral em Roma em 1982; Escola Sagrado Coração de Jesus, em Bento Gonçalves em 1983; Escola Social Madre Clélia, 1984; de
Depoente não identificada - Ir. Olga foi Batizada no dia 30 de janeiro de 1948, em Araçatuba,SP e crismada no dia 2 de outubro de 1960, em Nova Esperança, PR, Diocese de Maringá, por Dom Jaime Luis Coelho; a Primeira Eucaristia a fez no dia 27 de outubro de 1959, em Nova Esperança,PR. Tinha espírito de fé e de oração, sacrifício, amor aos superiores, delicada, prestativa. Dava valor às pequenas coisas, simples, silenciosa, incutia nas Irmãs amor à vida. Nos escritos pessoais : no momento em que pronunciar os santos votos prometo ser fiel e ser boa filha da Congregação porque irei fazer os santos votos conscientemente (carta de pedido a Profissão religiosa no dia 13 de outubro de 1967) vejo que sou só DELE e para ELE devo imolar a minha vida (carta de pedido de renovação em 1970). Causa da entrada na vida religiosa quero ser religiosa para amar sempre mais a Jesus e a causa principal é a conversão de meus pais (documento questionário. Para a admissão de candidatas na Congregação das Irmãs Missionárias Zeladoras do S.Coração. de Jesus).
Ir. Ana Lúcia Langner - Ir.Olga era compreensiva, atenciosa, seu olhar esperto, meigo, transparente, sensível. Semblante alegre, materno, entusiasmada e não conseguia ver uma jovem sem vibração. Seu sorriso transparente, sincero, era sempre igual a si mesma. Inspirava dignidade, respeito e ensinava cobrando de suas aspirantes. Era líder, de temperamento forte e firme no que dizia e ensinava. Transmitia muita segurança. Identificou o seu chamado à vida religiosa: o amor à vocação, e as expressões: “tenham grande amor às pequenas coisas”. “Façam tudo por amor”. “Sejam jovens apaixonadas por Jesus”. Possuía grande espírito de fé e oração; inculcava muito amor a Nossa Senhora. Incentivava-nos a ler e a imitar a vida dos santos como Santa Teresinha do Menino Jesus, valorizando as pequenas coisas. São João M. Vianey (amor a Maria, a pobreza e a simplicidade); São Francisco de Assis e Santa Clara (pobreza); Santa Tereza (coragem e fortaleza). Grande devoção ao Anjo da Guarda (Todas nós escolhíamos um nome para nosso Anjo). Dava grande valor à Santa Missa, à confissão, e à Oração. Vivia em constante desejo de aprender. Ex. Contava suas experiências de quando esteve em Roma; nutria grande amor à Igreja e ao Papa. Não era uma pessoa parada ou acomodada em sua vida espiritual, pois muitas vezes nos dizia: “a história do Peregrino Russo. O jovem que conseguiu ficar constantemente na presença de Deus através de uma simples invocação: “Senhor, Filho de Davi, tende piedade de mim”. Nos dizia: Rezemos todos os dias a consagração a Nossa Senhora de braços abertos. Rezar três Ave Marias com as mãos sob os joelhos, pedindo a Nossa Senhora a perseverança”. Nos incentivava ao silêncio, abandono, solidão, não isolamento, e deixar Jesus falar, “pois Ele só pode falar através do silêncio, nunca através da imposição. Era inteligentíssima, porém, muito humilde e simples. Possuía grande capacidade para aprender e ensinar. Como aspirantes éramos muitas vezes distraídas, esquecíamos de fechar portas e janelas, deixávamos objetos fora de lugar e ela não se omitia em nos corrigir. Certas Irmãs cobravam dela e ela nos defendia “com unhas e dentes”, expressão contada por uma Irmã em segredo, pois ela nos compreendia; éramos ainda aspirantes e não Irmãs.. Sua oração era fervorosa; jamais deixava de fazer o seu retiro, mesmo se não podia fazê-lo com as Irmãs. Rezava o rosário todos os dias; nos mostrava a alegria e a importância da partilha para ajudar a outra crescer. Partilhávamos a vida dos santos, as homilias da Santa Missa. Sempre falava bem das Irmãs, contava exemplos edificantes. Suas virtudes: alegria e entusiasmo no que realizava; espírito de sacrifício; incentivava a levantar rapidamente ao dar o sino, dizendo: “os minutos que ficamos a mais na cama são para o diabo”. Síntese de sua vida: “Morria a si mesma para tornar o outro feliz”. Para nós foi motivo de grande tristeza a sua morte trágica e a lembrança de sua vida doada a serviço do amor; mas para ela , com certeza foi a conquista da felicidade eterna, o encontro com o Esposo (Pronunciamento das aspirantes em 16/3;1993).
Irmã Arminda Rocha - Ir. Olga era uma pessoa que contagiava pela sua tranqüilidade, porte digno, silenciosa, virtuosa, fazia grande esforço para crescer na virtude e estimulava suas companheiras de noviciado e juniorato a fazerem o mesmo. Normalmente era muito calma, procurava agradar a todos, perdoava sempre e pedia perdão quando caia em alguma falta. Levava muito a sério sua formação espiritual e contagiava-nos com seu esforço e sua boa vontade. Enfim, para mim ela foi sempre um exemplo que eu imitava. Tinha grande espírito de sacrifício, de oração, muito unida aos superiores, grande zelo pelas vocações e vocacionados. Levou a sério sua vida de Apóstola e a defendeu sempre (Pronunciamento de 22/3/1993).
Comunidade de Laguna - Ir. Olga era de estatura baixa; exigente, queria tudo com a máxima perfeição; trabalhou no aspirantado, escola e como coordenadora da comunidade. Distinguiu-se pela fidelidade à vida consagrada. Tinha zelo apostólico, caridade extraordinária, grande delicadeza de consciência e era de muita oração e sacrifício. Pedia a Deus que a levasse antes de ser infiel a sua vocação.
Ir. Edelmita Casali - Era uma Irmã fiel ao Carisma, cultivava o espírito religioso e incutia as coirmãs a serem a serem autênticas apóstolas a buscar o transcendente e sublimar os sentimentos. Valorizava as pequenas coisas. Tinha grande amor aos superiores, à Igreja e ao Instituto; tinha espírito de pobreza.Pessoa de oração, generosa, sensível às necessidades dos outros. Apóstola da reparação; quando ofendia era a primeira a ir aos encontro da Irmã; enérgica, mas ao mesmo tempo pronta a perdoar e acolher. Tinha um zelo especial pelas vocações. Iniciou um grupo vocacional e acompanhava as meninas com encontros e preparação à liturgia. Delicadíssima com a mestra, preocupava-se com a formação das Irmãs mais jovens, realizava muitos gestos de delicadeza e incentivava a todas a primarem pela delicadeza. Preocupava-se com todas que a cercavam e empenhava-se em ajudar as mais necessitadas; era seu plano construir uma pequena “fábrica”, loja de costura, trabalhos manuais, envolvendo toda comunidade, com o objetivo de ajudar os pobres e a manter a obra até o fim e com sacrifício. Estava tudo organizado quando Deus a chamou. Pouco tempo antes de sua morte, disse-me:” faço tudo isso para que compreenda e faça a experiência de ser “nada” é esse o caminho da santidade, ser considerada como um nada diante das criaturas”. Provou que realmente “Deus só” para ela era tudo, pois buscava-o como o Absoluto de sua vida e sua morte foi a maior prova da vivência de “Deus só”. Amou o Instituto, imolou-se pela Comunidade, oferecendo-se como vítima. Acolhia com todo carinho as pessoas que chegavam. Abria a porta, pedia para todas ficarem na sala a espera para receber a Madre com canto, alegria e flores. Gostava que fosse tudo da melhor maneira; ia sempre a frente acender a luz. Tinha jeito especial de acolher as pessoas, encantava a todos. Caprichava em arrumar a mesa e gostava de estar junto com as Irmãs; fazia algo especial para a Madre, dando-lhe o melhor. Um dia uma coirmã estava recortando letras e ela se dispôs em ajudar; enquanto isso ia falando como agir com delicadeza, como receber os superiores e outras pessoas. Acolhia o pobre com muita alegria e pedia que limpasse o canteiro, enquanto isso preparava com todo carinho um lanche bem reforçado e lhe oferecia. Quando uma Irmã estava doente, preparava suco natural e oferecia-lhe com alegria; não se cansava de realizar gestos de delicadeza (Pronunciamento de 17/2/1993).
Comunidade de Nova Esperança - Ir.Olga, pequena, mas de coração grande. Era muito alegre, comunicativa, prestativa, preocupava-se muito com o crescimento das formandas; fraterna, delicada com as Irmãs; sabia unir a Comunidade; tinha profundo espírito de oração; tentou evangelizar os pais e familiares na religião católica.
ENTREVISTA COM A MÃE E OS IRMÃOS: Kasue-chamada tia pelos familiares; gostava muito de estudar. Estudou em Maringá, na casa da tia e, depois de sete anos, estudou em Nova Esperança, no Colégio Estadual. Desde muito pequena falava que queria ser Irmã. Quando tinha um tempinho na Escola, ia para o Colégio das Irmãs. Era muito boa em casa. Era agarrada com a avó e com a tia era obediente; nunca fazia nada contra o pai ou a mãe. Quando entrou para o convento, a mãe sentiu muito e disse: “ Se um dia você se arrepender, a casa está aberta”. Logo que entrou, um dia mãe recebeu a notícia de que estava sofrendo do coração. A mãe foi com ela para São Paulo e ficaram um mês, no Hospital Matarazzo. Os médicos concluíram que não tinha nada de grave. A mãe voltando, consultou uma mestra do Seicho-Noiê - filosofia que ela adere, e contou-lhe o caso da doença. A mulher lhe disse que esse problema do coração da Olga é porque a mãe ainda não havia dado à filha de coração a Deus. Pediu à mãe que entregasse a filha de coração e que cortasse o fio que a estava ligando à filha. Depois que a mãe fez a entrega da filha ao Deus vivo, esta sarou do coração e nunca mais teve problemas. E agora na morte, a mãe disse que a entregou para sempre. Olguinha fez a sua primeira comunhão em Nova Esperança. Naquele dia estava muito feliz porque ganhou um vestido novo e foi jantar em casa da madrinha. Em casa ela cuidava da irmãzinha caçula e dos serviços. Gostava de tudo bem certinho e organizado; era calma, mas exigente. Tinha ótima saúde. Em casa nunca foi ao médico. Desde pequena gostava muito de rezar. A mãe disse que sentia ter ela um dom especial. Aos 13 anos entrou no Colégio. Nas férias não gostava de ir para casa, temia que a mãe não a deixasse voltar. Os pais estiveram presentes quando fez os primeiros votos. A Olga era bastante humilde e simples. Os familiares nunca ficaram sabendo que trabalho ela exercia na Vida religiosa. Só dizia que tinha um serviço de muita responsabilidade e que pedia para que rezassem para que tudo desse certo. Na noite que aconteceu sua morte, conseguiu reunir quase todos da família, na casa da sogra de sua irmã, em Maringá. Participaram de um jantar, juntos. Tiraram fotografia muito bonita da família reunida. Na mesma noite foram acompanhá-la até a rodoviária. Despediram-se entre saudades e alegrias. Esse fato nunca havia acontecido antes. Mal sabiam que era a despedida definitiva e que, doravante só se encontrariam na Eternidade, onde não haverá mais tristeza, nem choro, nem dor, nem separação. A passagem de Ir.Olga pela terra foi rápida, mas deixou saudades e marcas profundas no coração de suas coirmãs, pela vida simples, mas tão cheia de calor, amizade, alegria, comunicação e sobretudo pelo seu jeito especial de criar fraternidade. Na pequenez de seu ser, carregou a grandeza do Coração de Jesus que muito amo (Pronunciamento de 1991).