Há mistérios, na vida do ser humano, impregnados do amor de Deus, e que só ele conhece. Tudo na vida é graça, é dom de Deus e tudo nos deve conduzir a ele. Diz São Paulo: “Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28). Assim transcorreu, nesta terra, a vida da Ir. Teodomira, como graça e dom que concorreram para que o amor fosse nela manifestado pela sua constante imolação.

De seus 45 anos de vida religiosa, 37 foram de sofrimento, em contínua busca de recuperação da saúde; passou muitos anos em cadeira de rodas e acamada, mas sempre confiante em Deus, tudo lhe oferecendo pela salvação do gênero humano; imolada com Jesus, ofereceu-se ao Pai pelas mãos de Maria, nossa Mãe, conforme deixou escrito: “Mãezinha do céu, eu me abandono inteiramente a vós, na vida e na morte, no tempo e na eternidade”.

Em meio às limitações físicas, exercia suas atividades, sobretudo na área da saúde. Em 1951, trabalhou na enfermagem na Santa Casa de Jaú,SP; de 1952 a 1958, como enfermeira e secretária, na Santa Casa de Casa Branca,SP; em 1959, por dois meses, na Secretaria da Santa Casa de Marília,SP; em 1959, durante oito meses, na Santa Casa de Lins,SP;  em 1960, fez uma cirurgia da coluna, no Hospital das Clínicas em São Paulo,SP; e, daí por diante, sua saúde foi definhando. Continuou o tratamento no Hospital Matarazzo,São Paulo,SP; em Poços de Caldas,MG; por dez anos, em Campos do Jordão,SP;  e, durante cinco meses, na casa da família; em 1974, durante quatro meses, trabalhou na Policlínica de Pato Branco,PR, como auxiliar de enfermagem; e, durante um mês, na Santa Casa de Cafelândia,SP, na enfermagem e farmácia; de 1975 a 1977, na enfermaria dos homens e no ambulatório da Santa Casa de Casa Branca,SP.

Em 1978, sentindo que sua saúde requeria maiores cuidados, foi para Águas da Prata,SP, e lá permaneceu até seu encontro com o Senhor, que a levou para junto de si.

Depoimentos

Irmã Silviana Salomão – Fez um acróstico com o nome de sua irmã e se expressando como segue:

I molação

R eparação contínua

M artírio silencioso

A mante da cruz

T udo

E spelhando na cruz

O ideal conseguiu

Deus servir até o fim

Outono, inverno, primavera e verão

Morrendo todos os dias

Imitando Maria no sim da Cruz

Respeitando em vida

A Vontade de Deus

Sábias lições até o fim

Amorosos colóquios viveu

Lutando contra a corrente

O Amor, Fé, Esperança viveu

Maria sempre Maria

Amando, sofrendo, chorando

O mal venceu

Ir. Leonilde Veronezi - Ir.Teodomira sofreu muito tempo acamada com problemas de coluna. Tornou-se muito exigente, requerendo muita atenção; desistiu da vida, perdeu o encanto. Era tratada com muito carinho, tanto pelos médicos que se acostumaram com o seu jeito, como pelas Irmãs que procuravam satisfazê-la em tudo. As Irmãs da Comunidade a amavam como ela era, aceitando o seu jeito de ser.

Ir. Alaíde Moreira Foz - Conheci a Irmã Teodomira ainda quando era postulante. Na década de 40 trabalhava no Hospital Matarazzo e o alimento era insuficiente e precário. O tratamento para as Irmãs deixava a desejar. A Irmã tinha problema de esôfago e em consequência, dificuldade de se alimentar e com o tempo, foi se enfraquecendo, debilitando-se até que veio a falecer em 1997.

Ir.Yolanda Quilice - Ir. Teodomira começou a ficar doente quando trabalhava na Santa Casa de Casa Branca, quando fez esforço cuidando de um doente. Nunca mais se recuperou.

Ir. Mariantonieta Pinto Silva - Ir. Teodomira pertenceu a Comunidade que trabalhava na Santa Casa de Casa Branca. Após o incidente da coluna vertebral, passou a exercer atividade na farmácia que não exigia esforço físico. Ela passava longo tempo na cama.