Ir. Osvalda Negrão

Ir. Osvalda Negrão

15/07/1911 – † 31/07/1971 -------------------------

Biografia

Irmã Osvalda caracterizou-se sempre pela fiel, senão escrupulosa, observância regular. Amava a oração, o silêncio e o recolhimento. Era seu prazer demorar-se na Capela em íntimo colóquio com o Senhor, todo tempo livre de que dispunha.

Sua vida de Apóstola foi uma verdadeira imolação de seus gostos, interesses e comodidades. Participou na fundação de várias casas da Província de São Paulo, cooperando como professora de matemática, metodologia e como Secretária, ofício que exerceu com muita dedicação, muita ordem, verdadeiro amor e por ela várias Irmãs foram iniciadas no serviço de secretaria.

Em 1970, foi diagnosticada a doença que a levou à sepultura. Sofreu muito, pois o câncer, que se manifestou nos intestinos, rapidamente progrediu para os demais órgãos. Mas a doença não foi motivo de revolta; pelo contrário, mostrou, várias vezes, desejo de se unir pela morte ao divino Esposo. Também, não sofria em vão: ela mesma enumerava as intenções: Santo Padre, Igreja, Madre Geral e Provincial, enfim a Congregação, a quem sempre dedicou muito amor. Quando a doença se agravou, repetiu várias vezes, que se oferecera vítima ao Senhor pela saúde de nossa Madre Geral. Respeito, dedicação, verdadeiro amor filial para com as Superioras foi outro caráter marcante na vida de Ir. Osvalda. Como se comprazia de satisfazer os desejos de quem para ela representava Deus!

Sua morte foi tranquila e as Irmãs que a assistiram, afirmam que não teve agonia: consciente até o fim, falou e respondeu a tudo o que lhe perguntaram. Recebeu com fervor os sacramentos finais, renovou sua profissão religiosa e, por iniciativa própria, num rasgo de fervor, também, reafirmou as promessas do Batismo. Em meio as muitas dores por que passava, ainda se lembrou de agradecer ao Padre que a assistia, como sempre soube ser grata a qualquer benefício recebido. Rezemos pelo descanso eterno de nossa querida Irmã Osvalda que, certamente, ao lado do Coração de Jesus, não deixará de interceder por nós que continuamos o mesmo caminho que ela percorreu (Arquivo da Casa Provincial).

Ir. Santina Fierro - “Foi professora de matemática, com muito carinho e amor. Procurava sempre atualizar-se, para ser mais útil. Era exigente, sincera e cumpridora do dever. Pessoa austera, mas, ao mesmo tempo, alegre. Empolgava-se ao falar do Coração de Jesus. Suas devoções particulares eram: a Via Sacra e a Adoração Eucarística. Incutia nas Irmãs mais jovens o amor à querida Madre Clélia. Amava o Instituto, as coirmãs e às demais pessoas”.

Ir. Brígida Campos Cunha - “Lecionava Matemática, matéria exigente, mas sabia deixar as alunas à vontade, para argüir, questionar, etc. Não intimidava ninguém, pelo contrário, estava sempre pronta para ajudar aquelas que sentiam dificuldades. Por ocasião de sua morte, encontrava-me em Bauru. Trouxeram-na para ser sepultada no Cemitério local; assim participei de seus últimos momentos entre nós, com grande gratidão por uma tão dedicada Apóstola”.

Ir. Vitalina Alves da Rocha - “Conheci Ir. Osvalda, como Secretária, em Brasília. Era séria, cumpria os deveres de uma religiosa modesta. Rezava o Rosário todos os dias e dizia não poder dormir sem rezá-lo. Sofria, quando não havia missa, por não poder receber a santa comunhão. Interrogada sobre o chamado à vida religiosa, ela contava que seu pai, homem severo, não gostava das filhas mulheres, somente dos homens; também, não queria que ela entrasse no convento. Entrou sem seu consentimento; ficou firme, rezando sempre por ele. Quando envelheceu, os filhos se casaram e tomaram seus rumos. Ele ficou só e doente. Irmã Osvalda, com muita paciência dava-lhe assistência. Foi, então, que o pai se arrependeu, pediu-lhe perdão, aceitou a confissão e morreu em paz”.

Ir. Lydia Moreira de Oliveira - Convivi com Ir. Osvalda em Brasília. Para mim, ela se destacou pela diligência minuciosa no cumprimento do dever. Externava em suas atitudes um rigor muito forte para consigo mesma. Normalmente era séria e de pouca distensão, nos momentos de brincadeiras. Destacou-se, também, na vida de piedade. Referia-se sempre ao seu irmão, Padre Plínio, já falecido. Para ela, ele era um exemplo de aceitação do sofrimento, aceitação essa muito generosa, alicerçada no amor.

Ir. Osvalda morreu aos 60 anos de idade e 38 de vida religiosa.