IR. FRANCESCA CANINI

IR. FRANCESCA CANINI

13/01/1890 + 20/10/1985 -------------------------

Biografia

Ir. Francisca começou o trabalho de enfermeira em 1921, ainda na Itália, e terminou, em 1970, no Brasil. Sua vida foi de total doação, edificando a todos pela simplicidade, caridade, vida de oração e trabalho. Numa entrevista (sem data e nome do entrevistador) diz: “Meu trabalho maior foi o plantão noturno no Laboratório, enfermaria de indigentes e na maternidade, aplicando injeções intravenosas. Exerci minha profissão, durante dez anos, em Campinas/SP e trinta anos, no Hospital Matarazzo, em São Paulo/SP. Em Campinas, foi o período mais difícil, pois trabalhava sozinha, à noite; porém, sentia-me contente porque os médicos muito me ajudaram e minha vocação de enfermeira impelia-me a continuar. Esta foi uma dificuldade, mas não muito grande. A enfermagem tem grande valor, tanto para religiosas, como para os leigos. O ponto principal é a vocação; por isso a enfermagem tem valor moral e espiritual. “Sinto-me feliz, pelo fato de ter realizado meu ideal de enfermeira, exercendo-o durante quarenta anos”. Em 1971, recebeu por meio do Cônsul Geral da Itália, no Brasil, o título de “Cavaliere” que lhe conferiu l”Ordine della Stella della solitarietà italiana”. Em 1975, aos 85 anos, Irmã Francisca passou a integrar a comunidade da Betânia, como Apóstola adoradora e era de admirar com que amor e fervor permanecia, por horas inteiras, diante do Sacrário.

Toadas as Irmãs que a conheceram são unânimes em atestar suas virtudes e concluem: Ela é, realmente, uma santa. Que do céu ela interceda por nós.

Depoimento

 

Ir. Celeste Yamamoto - “Morei com Ir. Francisca no Hospital Matarazzo. Era enfermeira noturna: trabalhava das 19h às 7h. E fez isso, durante 40 anos. Atendia no Pronto Socorro, internação e UTI Caridade, piedade, paciência, disponibilidade, simplicidade de criança, boa, sempre sorrindo, eram as virtudes que mais admirava nela. Ir. Francisca parecia ter a inocência batismal, tão simples e espontânea. Era, apesar da idade avançada, não reclamava por trabalhar durante a noite toda, sem férias e sem folgas. Preparava o lanche dos médicos com muito carinho e aconselhava-os sobre a obrigação de participar da Missa dominical.

Dizia sentir-se feliz em estar com as Irmãs e, também, de poder continuar trabalhando nessa idade. Fazia mantas com lã, para que as Irmãs não sentissem frio. Com os médicos, enfermeiros e funcionários, tinha um bom relacionamento e eles, por sua vez, a amavam muito. Quando eu ficava aborrecida, à vista de algum problema na Escola de Enfermagem, dizia-me: Abandone-se no Coração de Jesus e verá milagres.

Amava o Instituto, rezava pedindo muitas vocações boas e santas”.