Ir. Teresa Cesetti
25/02/1897 – † 16/03/1993Biografia
Irmã Thereza veio da Itália, ainda pequena, com seus pais, estabelecendo-se em Pilarzinho,PR. Aos 15 anos ingressou no Instituto das Apóstolas, em Santa Felicidade – bairro de Curitiba. Foi uma das primeiras vocações brasileiras.
Trabalhou como enfermeira nas Santas Casas de Mococa, Casa Branca, São José do Rio Preto, São Simão, Araraquara, São João da Boa Vista, no Estado de São Paulo; e em Poços de Caldas, no Estado de Minas Gerais. Durante 30 anos exerceu sua profissão em período noturno. Depois que tudo estava calmo, cumpria seu ritual: fazer um gostoso chá que servia para os doentes, acompanhado de sábios conselhos.
Pessoa de oração era edificante seu testemunho de piedade, fervor, zelo e a maneira como participava da Santa Missa, dos atos comuns de oração. Nunca estava desanimada; mas sempre disposta, entusiasta, atenta, participativa. Amava os sacerdotes e rezava por todos, especialmente pelos que conhecia.Todos os dias fazia este oferecimento: “Ó meus Jesus, renovo a intenção de participar dos preciosos frutos de todas as missas que forem celebradas, hoje, no mundo inteiro. Suplico-vos que, por meio dessas santas missas, as almas do purgatório sejam aliviadas, que os pecadores se convertam, os agonizantes alcancem a vossa misericórdia, as crianças pagãs, em perigo de morte, recebam a graça do Santo Batismo e os jovens conservem intacto o lírio de sua pureza”.
Destacava-se pela caridade, alegria e acolhimento; grata, simples, humilde, sabia perdoar e amar; social, comunicativa, gostava de declamar poesias e fazer discursos; carinhosa com as coirmãs e respeitosa com todos, principalmente com as Superioras. Não reclamava de nada, para ela tudo estava bem. Diante de suas faltas, pedia perdão, reconhecia-se pecadora e, diariamente, pedia a graça da perseverança.
Tinha grande devoção a São José, a Nossa Senhora, ao Anjo da Guarda. Estava sempre inflamada de zelo pela glória do Coração de Jesus. A Eucaristia era o sol, o centro de sua vida; nela encontrava a força e a sabedoria para seu coração de Apóstola do Amor e Apóstola dar reparação.
Transcrevemos umas jaculatórias que estavam sempre em seus lábios: “Pai, o pouco que faço seja só por amor. Jesus e Maria, sede minha alegria. Divino Espírito de Amor, iluminai-me. São José, meu Anjo da Guarda, protegei-me, guiai-me. Amém”.
Conservava em seu quarto uma linda figura de Maria, com os dizeres: “Mãe... acolhe-me em teu regaço todo feito de ternura! E dá-me sentir de teus braços todo o amor, toda a doçura!”
Certamente estará gozando da visão do divino Esposo a quem respondeu “SIM”, ao longo de toda a sua vida consagrada. No céu, com Madre Clélia e todas as Apóstolas que lá se encontram, cantará hinos de louvor e gratidão ao nosso Deus, autor de todo o bem e de toda a graça. Estendeu suas mãos para o Senhor e soube aproveitar de suas bênçãos.
Ir. Thereza, aos 96 anos, ainda confeccionava terços e este era seu trabalho de todos os dias... fez muitos e dizia que, com isso, honrava Nossa Senhora.
O povo a chamava de Irmã do ‘Amém’, porque respondia com muito fervor o Amém da Missa.
Irmã Thereza estava pronta para o céu. O Coração de Jesus a premiou com a coroa de glória. Partiu alegre e serena, muito rapidamente, sem agonia, na Casa São José, em Santa Felicidade. Antes de dar o último suspiro, disse às suas coirmãs: “Levem-me para a Missa”. Foi participar da missa eterna, com todos os anjos e santos do céu. Tinha 96 anos de idade e 79 de vida religiosa.
Depoimentos
Ir. Alice Reginato - “Eu sou a Ressurreição e a Vida, diz o Senhor. Aquele que crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim não morrerá para sempre” (Jo11,25,26). Ir. Thereza estava pronta e preparada para o céu. O Coração de Jesus a premiou com a coroa da glória. Partiu alegre, serena, muito rapidamente, sem agonia, descansou nos braços de Deus, na manhã do dia 16 de março de 1993, às 9h30 min. na Casa São José, em Santa Felicidade, Curitiba, PR. Antes de dar o último suspiro disse às suas coirmãs:” Levem-me para a missa” Foi participar da missa eterna com todos os anjos e santos do céu. Irmã Thereza veio da Itália ainda pequena com seus pais Nazareno e Assunta Cesette. Foi das primeiras vocações no Brasil [...]. Em todos os lugares que passou deixou marcas profundas no coração das pessoas. Trabalhou aproximadamente trinta anos no hospital como enfermeira noturna Quando tudo estava calmo, cumpria seu ritual: fazer um gostoso chá para os doentes. Depois de uns conselhos servia a todos eles com o chá que ela mesma preparava. Trabalhou na Santa Casa de Mococa,SP, em 1914; na Santa Casa de Casa Branca,SP; São Simão,SP, em 1919; na Santa Casa de Araraquara,SP, em 1926 em Poços de Caldas,MG, em 1954; na Santa Casa de São João da Boa Vista,SP, em 1955. Em 1982 veio a Curitiba,PR para fazer parte da Comunidade da Casa São José. Pessoa de profunda oração. Era edificante seu testemunho de piedade, fervor, zelo, a maneira como participava da Missa, dos atos comuns. Nunca estava sem ânimo, sem vontade, sempre disposta, entusiasmada, participativa. Todos os dias fazia o oferecimento cotidiano da Santa Missa: Tinha grande amor aos sacerdotes, rezava por eles, principalmente os que conhecia. Destacou-se pela caridade, alegria, acolhimento. Muito grata com todos; simples, sabia perdoar; sua maneira de ser encantava a todos; era social, muito comunicativa, gostava de declamar poesias, fazer discursos. Tinha muito carinho pelas suas coirmãs, era respeitosa com todos, principalmente com os seus superiores. Não reclamava de nada, para ela tudo estava bom. Não falava mal de ninguém, era misericordiosa. Diante de suas falhas, pedia perdão e tinha consciência de que era pecadora. Todos os dias pedia a graça da perseverança. Conservava grande devoção a São José, a Nossa Senhora, ao Anjo da Guarda, ao Coração de Jesus; sua alma estava sempre abrasada de zelo pela sua glória. A Eucaristia era o “sol” de sua vida, o centro de seu existir, nela encontrava a força e sabedoria para o seu coração de Apóstola do Amor e da reparação. Era a prece de seus lábios: “Pai, que o pouco que eu faço seja só por amor”. “Jesus e Maria, sede minha alegria. Divino Espírito de Amor, iluminai-me. São José, meu Anjo da Guarda, guiai-me. Amém”. Ir. Thereza com 96 anos de idade não se cansou de fazer terços, era o seu trabalho de todos os dias. Fez muitos terços, dizia, que fazendo terços honrava Nossa Senhora. Diante de seus olhos estava a linda figura de Maria. Certamente está gozando da visão do Divino Esposo, a quem respondeu “SIM” ao longo de toda a sua vida consagrada. No céu, junto de Madre Clélia e de todas as Apóstolas que lá se encontram canta hinos de louvor e gratidão ao nosso Deus, autor de todo bem e de toda graça. “Estendeu suas mãos para o Senhor e soube aproveitar de suas bênçãos”. Sua alegria contagiava a todos. Podemos dizer: nossa vida ficou orvalhada pela sua santidade. Que seu exemplo de Apóstola do Amor e da Alegria nos estimule a vivermos sempre com maior autenticidade nossa Consagração ao Senhor. Do céu, Ir. Thereza nos abençoe, conceda graças abundantes sobre todos nós que continuamos nosso peregrinar rumo a eternidade (pronunciamento de 16/3/1993).
Ir. Celeste Yamamoto - “Conheci Ir. Thereza na Santa Casa de São João da Boa Vista,SP. Fazia trabalho noturno, não se importando com folgas ou férias. Nos últimos anos, mal podia andar, devido ao joanete, pé chato e calos; nunca aceitou fazer cirurgia. Era de uma caridade sem par, alegre, simples, bondosa, desculpava a todos. Não permitia que ninguém brigasse; amava os fracos, os funcionários que os fazendeiros maltratavam. Uma noite chegou um bandido machucado, ele mesmo confessou que era bandido. Mesmo assim, ela lhe fez curativos, escondeu-o da polícia e, quando esta se retirou do Hospital, mandou que ele fugisse pelos fundos. Mantinha bom relacionamento e era muito estimada pelas Irmãs, médicos, funcionários, doentes e acompanhantes
Depoente não identificada - “APÓSTOLA DA CARIDADE, DA ALEGRIA e do chá milagroso! A pessoa toda de Ir. Thereza era uma expressão viva do Carisma de Madre Clélia. Lembrando desta Apóstola, vêm-me com facilidade, o pensamento de Madre Clélia: “Exercitai-vos muito na caridade, naquela caridade que deve ser a pedra mais preciosa que deve brilhar no Instituto. Esta é a virtude que recomendo especialmente a todas, pois que da sua prática, pode derivar um Édem para as almas, enquanto que a não observância desta virtude pode trazer desunião dos espíritos, partidos, divisões, a ruína do Instituto e grande perda de vocação”. Esta foi principalmente a virtude que mais me chamou atenção na vida de Ir. Thereza, com sua alegria exuberante! Por isso foi sempre muito amada por todos, pela sua caridade ardentíssima com o próximo, a que, com muito carinho, sempre amou e serviu. Na santa Casa de São João da Boa Vista, minha terra natal e que ela amava muito, Ir. Thereza trabalhou exercendo seu apostolado como enfermeira noturna por longos anos. Na sua simplicidade e quase nenhum preparo técnico-profissional, mas muito preparada no amor a Deus e ao próximo, saiu-se muito bem no atendimento aos doentes, principalmente com o medicamento por ela mesma criado com sabedoria e amor. Todos os dias, na calada da noite, passava pelos quartos e servia um delicioso chá... um chá que até curava...porque não era um chá comum, mas nele continha dois segredos: o amor e a pinga (cachaça). E junto com isso lá vinha o “sermãozinho” ou conselho que precisava. Ela bem conhecia o povinho que era acostumado a uma cachacinha, e dela sentia falta. Por isso resolveu assim fazer, mas não contava qual era o segredo do chá gostoso. E assim ficou conhecida em toda a cidade como a Irmã do chá milagroso, e mais que conhecida, muitíssima amada! Ela fez feliz muita gente, pelo seu jeito, por seu grande amor e simplicidade. Eu teria muita coisa para falar dela, mas apenas quero dizer que ela marcou profundamente a todos quantos a conheceram, distinguindo-se além disso por uma profunda piedade que eu até chamaria de “angélica”, amabilidade de caráter, terníssima devoção ao CORAÇÃO DE JESUS e de MARIA, uma inabalável confiança em Deus, amor a Jesus Eucarístico: era misericordiosa, respeitosa, amiga. Mas o “trio” que me encantava nela, era mesmo: a CARIDADE, ALEGRIA, a SIMPLICIDADE.
Ir. Rosalina Conte - A alegria e paz que Ir. Thereza transmitia encantava a todos; rezava muito e sua pessoa transmitia Deus. Submissa à vontade de Deus. Amava muito o Coração de Jesus. Demonstrava muito amor e veneração aos superiores, era de uma generosidade sem igual.
Ir. Zélia Cavassin - Ir. Thereza tinha grande amor ao Instituto e aos superiores. Sua devoção ao Coração de Jesus era especial, como também à divina Eucaristia e à Nossa Senhora. Era simples, humilde, caridosa, alegre e prestativa. Os últimos anos de sua vida passou-os em grande parte aos pés de Jesus Sacramentado.
Ir. M. Lourdes Castanha - A Ir. Thereza sempre me marcou pela paz de sua pessoa, pela alegria que brotava de seu semblante sempre sereno e acolhedor. Sempre a encontrava fazendo terços e movendo os lábios, como em contínua prece. Mulher de fé, de esperança e de grande bondade. Tinha um olhar profundo que via através dos olhos da fé, a mão amorosa de Deus em todas as coisas. Suas palavras não eram muitas, mas o necessário para deixar uma marca positiva! Pela posição física (artrose cervical), olhava muito para baixo, para si, o que lhe impedia de ver mais longe e semear uma dose de fé e de otimismo! Era dócil aos pedidos e ficava feliz quando podia ser útil (pronunciamento de 26/7/1994).
Ir. Ofélia de Carvalho - Conheci Ir. Thereza, quando já bem idosa veio a Curitiba,PR para ficar na Casa São José. Ia visitá-la muitas vezes, ficando sempre edificada pela sua constante alegria, otimismo e bom humor. Impressionava a sua maneira de ser tão feliz, e simples; seu sorriso era muito expressivo, como um raio de sol forte, assim era sua presença calorosa, amiga; uma graça de Apóstola. Ela demonstrava muito amor à Eucaristia e participava da Missa com todas as suas energias, respondendo forte as orações como também cantando com todo entusiasmo. Para mim Ir. Thereza foi alguém que conseguiu viver no próprio coração a alegria de ser de Jesus; fez, com certeza, a experiência de amar e sentir-se amada. Ela era também carinhosa. Ocupava bem o seu tempo, mesmo velhinha, sentada por longo tempo, fazendo tercinhos, inclusive nos horários do recreio comunitário. Certamente Nossa Senhora se alegrou e foi muito honrada com os belos tercinhos que diariamente rezou e confeccionou. (Pronunciamento de 21/8/1993).
Ir. Silvana Salomão - Nunca morei com a Ir. Thereza, mas em minha cidade, São João da Boa Vista, ainda hoje muitas pessoas dela se lembram como a santa Irmã da noite, pois consumiu sua vida como enfermeira noturna. Tenho um cunhado que trabalhou com ela durante dez anos e sempre diz que a Ir. Thereza é santa demais. Por algumas vezes escondia os presos fugitivos, mandava-os tomar banho, arranjava lugar para dormir e de manhã bem cedo, chamava-os, dava-lhe um lanche e mandava-os fugir, antes que fossem presos novamente. Foi uma religiosa caridosa ao extremo; tinha um coração de criança.