Ir. Celina Petraglia
21/09/1904 – † 09/05/1983Biografia
Ir. Celina iniciou suas atividades apostólicas na vida religiosa, em Cafelândia/SP, como Professora e Diretora do Internato. Passou, depois, a trabalhar na Farmácia de diversas Santas Casas e, em algumas, no escritório. Em 1980, foi transferida para a Betânia, como recepcionista. Acometida de vários problemas cardíacos, faleceu repentinamente na Santa Casa de Marília,SP.
As Irmãs, que com ela conviveram, guardam gratas recordações. Muito educada, sabia manter bom relacionamento com todas. Sofreu muito, porque Deus prova os que Ele ama; mas, convicta de sua vocação de Apóstola, superou tudo, mantendo fidelidade até à morte. Aos seus funerais, precedidos de Missa de corpo presente, acorreram Irmãs de várias comunidades. Representando sua família, achava-se um de seus sobrinhos, por quem dedicava grande afeto.
Depoimentos
Ir. Lucília Elisa Roseto - Entrou ainda jovem para o Instituto, era única irmã de cinco ou seis irmãos que a amavam muito e eles a chamavam de “Minha princesinha”. A bondade fez sua morada no coração de Ir. Celina. De temperamento alegre, aberto, fogoso e feliz, apesar de ter uma saúde muito delicada. Gostava de conversar, contar piadas e fatos engraçados. Fazia amizade facilmente com as pessoas que a encontravam. Sempre tinha palavras caridosas e afetuosas para com todos. Entrou no Instituto em S. Paulo. Foi a primeira normalista que o Instituto recebeu, mas ela nunca exerceu a função de professora. Gostava de trabalhar na farmácia, fazer remédios, decifrar as fórmulas, os escritos dos médicos e entregar os remédios que fazia aos pobres que aguardavam em frente às farmácias. Exerceu esta função em diversos hospitais. Foi uma pessoa angelical. Seus irmãos tiveram mortes inusitadas. Um se ordenou sacerdote e no mesmo dia, após a festa de almoço em família, pediu à mãe para descansar. Com a sua demora, a mãe entrou no quarto e deu de frente com um enorme gato estranho que pulou a janela. Ao se aproximar do filho, estava morto. Outro irmão foi para os Estados Unidos, pois desejava seguir a carreira militar. Enquanto dormia foi atingido por uma bala misteriosa que lhe custou a vida. Um outro estava no Mosteiro da Trapa em Roma. Era jovem ainda e a tuberculose desfigurou a sua saúde. Estava muito mal, e rodeado pelos seus irmãos na sua cela, deitado no chão, celebrava a última missa que não chegou a terminar. Quando elevava o cálice, no momento da Consagração, sua alma partiu. Seu irmão mais novo teve tempo de segurar o Cálice. Ele desejou muito ver a sua “princesinha” antes de morrer, mas não lhe foi concedido viajar. Passado alguns meses, o irmão que tomou o Cálice do moribundo, foi para o mosteiro seguir o caminho de monge. Acontecimentos estes que aos poucos foram abalando o coração tão afetuoso de Ir. Celina que, levada à Betânia, por motivo de saúde e idade avançada, lá faleceu num ambiente de serenidade e amor.
Ir. Olívia Santarosa - Conheci bem pouco a Ir.Celina, mas deu para perceber bem sua fineza no trato com as pessoas, além de ser uma pessoa social e querida.
Depoente não identificada - Irmã Celina trabalhava na farmácia da Santa Casa de Poços de Caldas, era muito doente, de espírito de sacrifício e muito disposta para tudo; comunicativa, social e por isso querida por todos e pelos representantes de Laboratórios com os quais, por força do trabalho na Farmácia, conhecia-a. Ganhava muita coisa de presente. Ir. Celina era de família numerosa e de posses. Foi sempre muito atenciosa com as pessoas. De índole calma e pessoa de admirável fineza no trato. Ela teve um problema na cabeça e precisou viajar muito para tratamento. Quem cobriu os gastos de viagem foi o seu sobrinho Vitor Costa, radialista. Concluído o tratamento ela precisou usar peruca. Um fato interessante aconteceu com a Ir. Celina. Conheceu o Padre X, fervoroso no seu ministério, que depois deixou o sacerdócio. Tendo ela notícia do ocorrido escreveu para ele que respondeu agradecendo a carta dizendo que já tinha filhos e não podia mais voltar. Passados 12 anos ele foi para o Rio de Janeiro, onde faleceu um de seus irmãos. Desejou conversar com a Ir. Celina e perguntou-lhe: A senhora me conhece? Esta lhe respondeu: “Sim e sei que você é Padre e o será até o inferno”. Ele tinha dois meninos e uma menina. O senhor dá os meninos para mim, disse a Irmã para o Padre. No final eles foram com um de seus irmãos que morava nos Estados Unidos que não tinha filhos e cuidou dos filhos do Padre. Foi tudo certo. Enquanto isso o Padre escreveu para a Irmã que deixava a esposa, mas não os filhos. Ela escreveu para o Padre que seu irmão ficaria com as três crianças, inclusive a mãe deles. O Padre foi fazer penitência em “Tre Fontane”, na Trapa. As crianças escreviam para o pai. A mãe delas lecionava português e as crianças continuavam na escola. Num certo dia caiu numa escada e teve traumatismo craniano, vindo a falecer. Depois de três anos de penitência o Padre escreveu uma carta para Irmã Celina dizendo que foi readmitido como Sacerdote. Recuperado, continuou na Trapa.
Ir. Leonilde Veronezi - Ir. Celina trabalhava na Santa Casa de Poços de Caldas e era muito feliz. Seu relacionamento com as pessoas era de uma fineza admirável, tornando-a querida por todos. Contatava com os representantes de laboratórios farmacêuticos, dos quais ganhava muitas coisas com toda sua atitude respeitosa. Ir. Celina, partes, mas ficas presente em nosso meio, pois tua vida foi edificante. Que Deus te acolha em sua glória, e te recompense por todo bem realizado.