Ir. Ciriaca Vitali

Ir. Ciriaca Vitali

07/06/1914 – † 05/01/2002 -------------------------

Biografia

 

Ir. Ciríaca trabalhou na área de Enfermagem, passando pelos hospitais. De 1938 a 48, na Santa Casa de Campinas-SP; de 1948 a 57, na Santa Casa de Ribeirão Preto-SP; de 1957 a 58, no Hospital Matarazzo-SP; de 1958 a 65, na Santa Casa de Jaú-SP;de 1965 a 69, na Santa Casa de Ararquara-SP;de 1969 a 74, na Santa Casa de Mococa-SP; de 1975 a 79, na Santa Casa de Araçatuba-SP; de 1980 a 84, na Vila Vicentina, em Bauru-SP. Somente em 1985 foi para Águas da Prata, para tratamento de saúde e aos 7/12/2001foi para Marília. Foi sempre notável pela simplicidade e amor aos pobres. Era de tamanha simplicidade que em seus olhos transparecia a pureza e a ingenuidade. Religiosa laboriosa e pronta. Quando alguém lhe prestava um favor, não sabia como retribuir e de mãos postas dizia: “Deus lhe pague! Muito obrigada!”

Ficava feliz ao receber donativos da família, para distribuí-los  entre os pobres. Amava muito seus familiares e lhes escrevia, periodicamente, pedindo e prometendo orações. Esse amor e interesse. Eles conheciam a extensão de sua missão e a felicidade em ajudar aos necessitados. Amava os sacerdotes e em suas preces, pedia por eles e pelos missionários. Para as superioras tinha muito carinho e respeito. Levava a sério suas orientações e nelas via Jesus que falava.

Na comunidade era solicita com todas. Sempre a primeira a chegar na Capela pela manhã;  e cumpria seu ritual de beijar todos os santinhos de sua devoção. Costumava, em cada um deles, dialogar e pedir pela sua saúde e pelas pessoas que sofriam.

De 1985 a 2001, ficou em Águas da Prata, para tratamento de saúde. Quando a Superiora a convidou para deixar Águas da Prata e morar na Betânia, onde teria melhores condições para tratamento, já vivendo momentos de confusão mental, perguntou: “A Superiora está sabendo que vou? Devo perguntar, se ela me permite”. Não reconheceu que era a própria superiora que falava com ela.

Por este fato, podemos ver como seu respeito às pessoas era grande e sabia, com sua meiguice, cativar e fazer as pessoas chorarem de emoção pela atitude edificante, demonstrando ter vivido seus votos na alegria e na doação.

Sentia dores horríveis nas pernas; mas, dificilmente, se queixava, embora fosse notório seu sofrimento. Ultimamente, mal podendo andar, permanecia na sala de comunidade, assistindo programas da Rede Vida, fazendo trabalhos de tricô para ajudar os cancerosos do Hospital Amaral Carvalho, em Jaú.

No dia 5 de janeiro de 2002, quando a superiora levou o Ostensório no quarto, gesto que se  faz quando a Irmã está consciente e não consegue participar da Santa Missa, ela agarrou o Ostensório, sorriu, dialogou, e beijou a Hóstia Consagrada. Naquelas que presenciaram este fato, ficou gravado na memória o lindo sorriso de quem, dentro de algumas horas, iria ao encontro de Jesus.

Enquanto as Irmãs da Comunidade e da Santa Casa, faziam o velório da Ir.Orphila, que havia falecido algumas horas antes, a Irmã que cumpria o plantão noturno, chamou-as dizendo que Ir. Ciríaca estava morta, sorrindo como quando Jesus Eucarístico a visitara. Certamente, ela pediu a Jesus que viesse buscá-la, para tomar parte no seu reino. Contava 86 anos de idade e 62 de vida religiosa.

Sua figura calma, serena e bondosa permanecerá, para sempre, na memória de quem a conheceu e a amou.

Depoimento

Ir. Lourdes Baptista Ferreira- Convivi cinco anos com ela em Águas da Prata. Muito humilde, piedosa, gostava de ordem e seriedade. Tinha problemas nas pernas. Bordava trabalhos para a Capela, com capricho e amor.