Ir. Armanda Rossetto
22/12/1922 – † 05/06/1993Biografia
Ir. Armanda iniciou sua missão de Apóstola, como noviça do ano prático, em Pirapora,PR, auxiliando nos trabalhos da cozinha. De
Seu zelo apostólico foi incansável junto aos pequeninos. Dela disse o Cônego Lourenço Cavalin, Provedor da Santa Casa: Ir. Armanda, que trabalhou nesta Casa durante dois anos e dois meses, combateu comigo pelo Evangelho.
Faleceu num terrível acidente automobilístico, com Ir. Husae Hirata. Ir. Armanda tinha 71 anos de idade e 46 de vida consagrada.
Depoimentos
Ir. Celeste Yamamoto - Morei com Ir. Armanda, em Campinas. Ela trabalhava à noite, na ala mista médico-cirúrgica e ortopedia. Muito alegre e brincalhona, fazia todo mundo rir com as piadas que contava. Destacava-se pela justiça e seriedade, quando se tratava de coisas erradas feitas por algum funcionário. Amava seu trabalho e era muito discreta. Mantinha bom relacionamento com os médicos, Irmãs, doentes e acompanhantes.
Ir. Lucilia Elisa Roseto - Lucia Roseto foi a primogênita do casal Attilio Rosetto e Irmã Colbano. Nasceu numa fazenda em São João da Boa Vista,SP no dia 22 de dezembro de 1922. Foi feliz quando criança, muito querida por ser a primeira filha e a primeira neta. Após cinco anos, chegou o seu irmãozinho que lhe tirou a atenção dos familiares, voltada agora para o bebê. Viveu a sua juventude na cidade. Iniciou seu trabalho aos 14 anos de idade, contribuindo para os gastos da família que foi crescendo com a chegada de mais irmãos, três meninos e três meninas, constituída assim de oito membros a família dos Rosetto. Lucia era tratada de Tata, era muito especial. Gostava de brincar com os irmãos quando chegava do serviço. A pescaria foi o seu divertimento preferido e desde pequena gostava de acompanhar o pai nas pescarias. Havia um rio nos fundos da casa e ela ia com o pai pescar. Entrava no rio com a peneira para pegar certos peixes que se aglomeravam nos barrancos mais fundos. Então ela descia a peneira e subia com os peixes dentro. Certa vez não conseguiu subir a peneira e gritou pelo pai, pensando ser uma cobra. O pai pressuroso socorreu, pegou a peneira. Era uma grande traíra que saborearam ao jantar. Foi uma vitória! Que Alegria! Nunca se esqueceu do fato e contou para muitos pescadores. Foi sempre pronta e trabalhadora. Gostava de festa, de baile e de cinema. Teve uma existência feliz. Cuidou pouco dos irmãos porque a mãe fazia tudo. Quando estava com 20 anos teve contato com as Irmãs da Santa Casa de São João da Boa Vista, devido a doença da mãe que foi submetida a uma cirurgia, retirando um tumor instalado no estômago. Seu trabalho foi interrompido para cuidar da mãe. Era u’a moça disposta, cheia de vida, nunca ficara doente e gostava de cuidar dos doentes, sendo a mãe a sua primeira paciente. Com a morte da mãe foi convidada para trabalhar na Santa Casa, com a Irmã Zita Pórfido, a responsável. Aí teve início o chamado para seguir mais de perto o Senhor da messe. E os irmãos pequenos? Foram levados com o pai e Ir. Filipina Bellini para Casa Branca onde o Padre Maria Zuchetto era então Superior. Gostaram e ficaram os pequenos junto com os outros garotos. O pai se empregou e tudo deu certo. Ela partiu para São Paulo onde fez os primeiros anos de formação e quando noviça de ano prático foi enviada para o Seminário de Pirapora, próximo da capital, sendo reitor na época, Padre Ricardo Chaves, hoje Arcebispo de Pouso Alegre,MG. Viveu uma forte experiência que não a abalou, mas sofreu e teve a compreensão e ajuda do reitor, cuja presença foi de suma importância para a jovem noviça inexperiente mas muito generosa e desprendida de si. Não havia tempo ruim para ela. Qualquer tempo era tempo de amar, crescer e ajudar. Passou por diversas comunidades hospitalares no interior de S. Paulo e na capital onde nesta, trabalhou mais de uma dezena de anos no período noturno. As Irmãs com quem conviveu, sentem muitas saudades de Ir.Armanda, a irmã, a companheira, a ajudante, a amiga, a brincalhona. Onde ela estava reinava o sorriso aberto, as risadas gostosas e francas das Irmãs e Superiora que a motivava para “bagunçar” mais. Por onde passava deixava a comunidade triste e pesarosa, quando se despedia para uma nova missão.
Fato que não se aceita foi a sua morte tão trágica. Foi no dia 5 de julho de 1993, um sábado chuvoso e ela se ofereceu para acompanhar a então Provincial, Ir. Elvira Milani que acabara a visita canônica em Araraquara e devia seguir para Jaú. Quando voltou acompanhada da coirmã, Hussai Hirata, muito sua amiga, quis voltar logo para não se atrasar e o motorista ter tempo de descansar, pois trabalhava durante a noite e generosamente quis ajudar. A chuvinha fina e constante continuava. Era por volta de 9h00 da manhã daquele dia fatídico. A chuva e o silêncio provocaram sono para todos, inclusive o motorista. E o acidente aconteceu. Ir. Armanda faleceu primeiro e permaneceu no carro durante as cambalhotas todas. Ir. Hussai foi jogada fora do carro na primeira virada e ficou pelo gramado. Quando o jardineiro chegou, ela estava respirando, mas logo faleceu aí mesmo. As duas foram sepultadas na Betânia de Marília e quando visitamos as urnas onde estão seus restos mortais, a gente se comove interiormente, ainda não acreditando na tragédia que levou as duas Irmãs. Deixaram saudades de suas brincadeiras e amizades.
Após a santa Missa celebrada pelo Bispo Diocesano, com a participação das Religiosas, médicos, enfermeiros, funcionários e muitos fiéis, foi levada para o cemitério municipal, onde espera a ressurreição final.