Ir. Armanda Rossetto

Ir. Armanda Rossetto

22/12/1922 – † 05/06/1993 -------------------------

Biografia

 

Ir. Armanda iniciou sua missão de Apóstola, como noviça do ano prático, em Pirapora,PR, auxiliando nos trabalhos da cozinha. De 1948 a 1993, passou a exercer a profissão  de Enfermeira, atuando nos seguintes hospitais: Mococa,SP, Matarazzo, em São Paulo,SP, Poços de Caldas,MG, Campinas,SP, Araçatuba,SP, São João da Boa Vista,SP, Casa Branca,SP; Vila Vicentina-Bauru,SP e Araraquara,SP. Seu exemplo de Apóstola alegre, dedicada, fiel, carinhosa, prestativa, consciente de sua consagração, grande espírito de sacrifício e de doação, sem medida, deixou marcas profundas em todas as pessoas que tiveram a alegria de partilhar de sua vida. Entre as virtudes que embelezaram seu caminho destacamos a humildade, a alegria, a simplicidade e o espírito de oração. Na comunidade, foi uma presença de paz. Com os doentes, sua preocupação maior era com os mais graves. É recordada com saudades, pois passou pela vida semeando alegria e fazendo o bem e, acrescenta Ir. Maria Casoti, sempre alegre, mesmo no sofrimento.

Seu zelo apostólico foi incansável junto aos pequeninos. Dela disse o Cônego Lourenço Cavalin, Provedor da Santa Casa: Ir. Armanda, que trabalhou nesta Casa durante dois anos e dois meses, combateu comigo pelo Evangelho.

Faleceu num terrível acidente automobilístico, com Ir. Husae Hirata. Ir. Armanda tinha 71 anos de idade e 46 de vida consagrada.

Depoimentos

Ir. Celeste Yamamoto - Morei com Ir. Armanda, em Campinas. Ela trabalhava à noite, na ala mista médico-cirúrgica e ortopedia. Muito alegre e brincalhona, fazia todo mundo rir com as piadas que contava. Destacava-se pela justiça e seriedade, quando se tratava de coisas erradas feitas por algum funcionário. Amava seu trabalho e era muito discreta. Mantinha bom relacionamento com os médicos, Irmãs, doentes e acompanhantes.

Ir. Lucilia Elisa Roseto - Lucia Roseto foi a primogênita do casal Attilio Rosetto e Irmã Colbano. Nasceu numa fazenda em São João da Boa Vista,SP no dia 22 de dezembro de 1922. Foi feliz quando criança, muito querida por ser a primeira filha e a primeira neta. Após cinco anos, chegou o seu irmãozinho que lhe tirou a atenção dos familiares, voltada agora para o bebê. Viveu a sua juventude na cidade. Iniciou seu trabalho aos 14 anos de idade, contribuindo para os gastos da família que foi crescendo com a chegada de mais irmãos, três meninos e três meninas, constituída assim de oito membros a família dos Rosetto. Lucia era tratada de Tata, era muito especial. Gostava de brincar com os irmãos quando chegava do serviço. A pescaria foi o seu divertimento preferido e desde pequena gostava de acompanhar o pai nas pescarias. Havia um rio nos fundos da casa e ela ia com o pai pescar. Entrava no rio com a peneira para pegar certos peixes que se aglomeravam nos barrancos mais fundos. Então ela descia a peneira e subia com os peixes dentro. Certa vez não conseguiu subir a peneira e gritou pelo pai, pensando ser uma cobra. O pai pressuroso socorreu, pegou a peneira. Era uma grande traíra que saborearam ao jantar. Foi uma vitória! Que Alegria! Nunca se esqueceu do fato e contou para muitos pescadores. Foi sempre pronta e trabalhadora. Gostava de festa, de baile e de cinema. Teve uma existência feliz. Cuidou pouco dos irmãos porque a mãe fazia tudo. Quando estava com 20 anos teve contato com as Irmãs da Santa Casa de São João da Boa Vista, devido a doença da mãe que foi submetida a uma cirurgia, retirando um tumor  instalado no estômago. Seu trabalho foi interrompido para cuidar da mãe. Era u’a moça disposta, cheia de vida, nunca ficara doente e gostava de cuidar dos doentes, sendo a mãe a sua primeira paciente. Com a morte da mãe foi convidada para trabalhar na Santa Casa, com a Irmã Zita Pórfido, a responsável. Aí teve início o chamado para seguir mais de perto o Senhor da messe. E os irmãos pequenos? Foram levados com o pai e Ir. Filipina Bellini para Casa Branca onde o Padre Maria Zuchetto era então Superior. Gostaram e ficaram os pequenos junto com os outros garotos. O pai se empregou e tudo deu certo. Ela partiu para São Paulo onde fez os primeiros anos de formação e quando noviça de ano prático foi enviada para o Seminário de Pirapora, próximo da capital, sendo reitor na época, Padre Ricardo Chaves, hoje Arcebispo de Pouso Alegre,MG. Viveu uma forte experiência que não a abalou, mas sofreu e teve a compreensão e ajuda do reitor, cuja presença foi de suma importância para a jovem noviça inexperiente mas muito generosa e desprendida de si. Não havia tempo ruim para ela. Qualquer tempo era tempo de amar, crescer e ajudar. Passou por diversas comunidades hospitalares no interior de S. Paulo  e na capital onde nesta, trabalhou mais de uma dezena de anos no período noturno. As Irmãs com quem conviveu, sentem muitas saudades de Ir.Armanda, a irmã, a companheira, a ajudante, a amiga, a brincalhona. Onde ela estava reinava o sorriso aberto, as risadas gostosas e francas das Irmãs e Superiora que a motivava para “bagunçar” mais. Por onde passava deixava  a comunidade triste e pesarosa, quando se despedia para uma nova missão.

Fato que não se aceita foi a sua morte tão trágica. Foi no dia 5 de julho de 1993, um sábado chuvoso e ela se ofereceu para acompanhar a então Provincial, Ir. Elvira Milani que acabara a visita canônica em Araraquara e devia seguir para Jaú. Quando voltou acompanhada da coirmã, Hussai Hirata, muito sua amiga, quis voltar logo para não se atrasar e o motorista ter tempo de descansar, pois trabalhava durante a noite e generosamente quis ajudar. A chuvinha fina e constante continuava. Era por volta de 9h00 da manhã daquele dia fatídico. A chuva e o silêncio provocaram sono para todos, inclusive o motorista. E o acidente aconteceu. Ir. Armanda faleceu primeiro e permaneceu no carro durante as cambalhotas todas. Ir. Hussai foi jogada fora do carro na primeira virada e ficou pelo gramado. Quando o jardineiro chegou, ela estava respirando, mas logo faleceu aí mesmo. As duas foram sepultadas na Betânia de Marília e quando visitamos as urnas onde estão seus restos mortais, a gente se comove interiormente, ainda não acreditando na tragédia que levou as duas Irmãs. Deixaram saudades de suas brincadeiras e amizades.

Após a santa Missa celebrada pelo Bispo Diocesano, com a participação das Religiosas, médicos, enfermeiros, funcionários e muitos fiéis, foi levada para o cemitério municipal, onde espera a ressurreição final.