Ir. Vitória, no início de sua vida religiosa, atuou na área da educação, como professora do 1º Grau, em vários colégios: Madre Clélia, em Adamantina,SP, Stella Maris, em  Andradina,SP,  Diocesano, em Itumbiara,GO, e Sagrado Coração de Jesus, em Birigui,SP

Após ter deixado o magistério, foi auxiliar do Internato, no Colégio Nossa Senhora Aparecida, em Araçatuba,SP, bibliotecária, na Escola São Francisco, em Bauru,SP e Madre Clélia, em Adamantina; e, ainda, ao trabalho de promoção humana, junto às órfãs no Educandário Madre Clélia, em Bauru e Adamantina.

Não estando bem de saúde, após alguns exames clínicos, em 1982, foi detectada forte arritmia cerebral e, tendo o médico sugerido que passasse a desempenhar atividades menos preocupantes, dedicou-se à catequese e a outras pastorais, em Campos do Jordão,SP , Mococa,SP e Tapiratiba,SP.

Em 1994, sentindo forte apelo e impulsionada pelo zelo missionário, foi transferida para a cidade de Palmas,TO, onde se dedicou, com muito zelo, amor e alegria, aos trabalhos pastorais, tornando-se muito querida, sobretudo aos pequenos coroinhas, a quem, ultimamente, consagrava parte de sua ação pastoral.

Ir. Vitória testemunhou, com a vida, o seu ser Apóstola do Amor. Levava sempre consigo folhetos vocacionais, um catecismo para as crianças, santinhos, novenas do Coração de Jesus e Madre Clélia. Viveu e testemunhou a pobreza sobretudo na docilidade e aceitação das transferências.

A morte sempre nos questiona; porém,  Ir. Vitória teve uma morte invejável, pois, apesar do sofrimento, sem poder comunicar-se através de palavras, demonstrou serenidade, tranquilidade e aceitação. Apertando-lhe a mão respondia com um olhar penetrante, dando impressão de que percebia a situação. Tudo teve início no silêncio da noite. No sábado, preparou a liturgia do domingo, quando deveria apresentar uma encenação com os coroinhas, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima. Na manhã do dia 6, festa da Transfiguração do Senhor, o despertador deu alarme para a hora do levantar, porém o alarme foi fatal, preocupante, insistente. A Irmã responsável apressou-se a verificar o que acontecia e constatou que Ir. Vitória havia sofrido AVC e se encontrava impossibilitada de qualquer comunicação. Imediatamente foram tomadas as devidas providências numa Clínica da cidade, mas o médico aconselhou que a levassem para um centro de maiores recursos, sendo, então, transportada para Brasília, em Táxi aéreo e internada na UTI do Hospital Santa Lúcia. O atendimento foi imediato, porém o mal agravava-se cada vez mais, culminando com a morte, por acidente vascular cerebral isquêmico, no dia 8 de agosto, com todo conforto espiritual e assistência das Irmãs, de sua querida mãe, irmãos e familiares, aos 60 anos de idade e 35 de vida religiosa.

Após a Santa Missa, participada pela família, Irmãs Apóstolas e outras religiosas, foi sepultada no Cemitério Campo da Esperança, quando o sol se punha, num clima de profunda meditação. Sua mãe e irmãs testemunharam seu agradecimento ao Instituto por tudo o que foi feito.

Depoimentos

Ir. Brígida Campos Cunha - Morava em Andradina, quando conheci a família de Ir. Vitória. Seu pai trabalhava na SAMBRA e sua mãe, muito culta, uma pessoa especial, escrevia o diário de todos os seus filhos e formava uma família grande e bastante conceituada na cidade. Quando fui para o Juvenato, em Cafelândia, encontrei-me com a Amélia, que frequentava o Colégio como aluna interna. Fomos nos encontrar novamente no Postulado, em São Paulo, em 1958. Depois do noviciado, tive a oportunidade de encontrá-la, por ocasião de um curso sobre noções de biblioteconomia, que passei para algumas Irmãs que trabalhavam nesse setor, em colégios e não possuíam o curso. Apesar de pertencer a uma família importante e abastada, a simplicidade era sua característica. Ir. Vitória tinha problema sério no coração, e submeteu-se a uma cirurgia no Hospital Matarazzo. Em plena atividade, o Senhor a ceifou. Como Secretária Provincial, estive presente aos funerais e pude encontrar seus familiares que me eram muito conhecidos e amigos. Na tarde do seu sepultamento, um lindo pôr-do-sol, típico de Brasília, formava um quadro de paz, silêncio, profundidade em Deus. Parecia que o céu tinha decido à terra.

Ir. Lourdes Baptista Ferreira - Juntas fizemos o Postulado e o Noviciado. Muito dedicada e habilidosa, fervorosa e exímia catequista. Irmã Vitória foi nossa aluna interna no Colégio de Cafelândia.