A personalidade de Irmã Odete era marcada pela sinceridade, pela busca do diálogo e pela calma. No início de sua vida religiosa, exerceu trabalhos na área da saúde, depois passou para a área educacional. Possuía vasto conhecimento administrativo e pessoal; mas solicitou para atuar no setor pedagógico. Preparou-se para essa tarefa e, assim, passou da Área Administrativa para a Pedagógica. Entusiasmada com a implantação do Plano de Otimização, Ir. Odete que, de 1986 a 1991 residiu em Birigui, em 1996 retornou para a mesma cidade e projetou o Colégio, para atingir a qualidade total em todos segmentos da ação educativa.

Casas onde atuou: De 1969 a 1971, na Santa Casa de Araçatuba,SP, estudante e responsável pela Farmácia. Dava catequese para  crianças e jovens; de 1971 a 1974, na Santa Casa de Jaú,SP, continuando os estudos e responsável pela farmácia e almoxarifado; de 1974 a 1976, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em Bauru, estudante e responsável pela Tesouraria e pelo Departamento de Pessoal; de 1976 a 1978, São Paulo,SP, auxiliar da Ecônoma Provincial, assistente de Obras e estudante de Administração de Empresas; de 1978 a 1981, no Colégio Nossa Senhora Aparecida, em Araçatuba, administrou o projeto da reforma e foi tesoureira e responsável pelo setor administrativo; 1984 e 1985, Diretora Administrativa da FAFIL; de 1986 a 1991, administrou o projeto de expansão e desenvolvimento no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Birigui e foi responsável pelo setor administrativo–financeiro; de 1992 a 1995, Diretora Pedagógica do Colégio Cor Jesu, em Brasília, e membro da Diretoria da AE-Brasília; em 1996 retornou a Birigui, como Diretora, exercendo essa função até que o Senhor a chamou para a eternidade.

Ir. Odete faleceu em acidente fatal, perto de Clementina, cidade vizinha de Birigui quando retornava de Rinópolis, sua cidade natal. Era o dia do seu aniversário e fora comemorá-lo com seu pai, que o celebrou antecipadamente com a filha. Havia passado o dia com os seus familiares e mais duas Apóstolas, sendo uma Ir. Maria José Nogueira. Ao retornarem, com mais três pessoas: seu sobrinho, sobrinha neta e cunhado, vieram a falecer no mesmo acidente.

Tinha 51 anos de idade e 29 de vida religiosa. O pedido insistente de seus pais, o corpo de Ir. Odete foi sepultado no Cemitério de Rinópolis, juntamente com os três familiares, falecidos no  acidente.

Depoimento

Ir. Brígida Campos Cunha - De uma família muito unida, quando Odete completou 17 anos, expôs a seus pais o desejo de se tornar religiosa. Estes, com muito carinho, alertaram a filha sobre a seriedade desta decisão. Como sua personalidade foi sempre forte e firme, decidiu seguir o chamado de Deus, e começou os preparativos para o ingresso no Instituto. Na Tomada de Hábito recebeu o nome de Ir. Miriam e, quando houve a possibilidade de retornar ao nome civil, fez opção para chamar-se Ir. Odete. Tive oportunidade de conviver com ela na FAFIL e, depois, em São Paulo,SP, quando cursava Administração de Empresas. Os anos de convivência, em São Paulo, foram de uma verdadeira comunidade de ouro. Éramos muito felizes. Mais tarde, pude conhecê-la mais profundamente e desfrutar de uma verdadeira amizade fraterna, quando partilhamos nossa vida de comunidade em Birigui. Pude sentir, não só quanto era capaz, inteligente, perspicaz, prática, objetiva, mas, principalmente, quanto era verdadeira religiosa. Sabia dar prioridade à sua vocação a todas as suas responsabilidades. Tinha participado de um retiro de 30 dias, do Congresso do Coração de Jesus, em Itaicí. Era de uma caridade extrema. Como excelente coordenadora administrativa, conduzia as finanças com respeito e responsabilidade. Sua saúde era fraca, mas não se queixava, conservava-se sempre de bom humor e alegre. Partilhar a vida com Ir. Odete foi uma das grandes dádivas de Deus. Ela me ajudou bastante e nunca senti nenhum tipo de cobrança. O amor ao Instituto tinha prioridade em sua vida. Acredito que ela realmente estava preparada para o céu, quando o Senhor veio colhê-la, tragicamente, ainda muito cedo. Grande foi o testemunho de seus pais e familiares. Deles tivemos sempre uma acolhida aberta e amorosa em sua casa. Louvo ao Senhor pelas maravilhas que operou nesta irmã e sou feliz pela graça de haver convivido com pessoa tão sábia e santa.