Ir. Liberata Martini

Ir. Liberata Martini

27/10/1909 – † 15/03/2002 -------------------------

Biografia

 

Irmã Liberata era muito amada pelos seus familiares, e isso pudemos perceber pela correspondência que mantinha com eles, e como vibrava ao receber as notícias. Porém, este era também um motivo para renovar sua entrega ao Senhor e recordar que, em sua juventude, aceitou deixar tudo e vir, como missionária, ao Brasil, o que aconteceu logo após sua Primeira Profissão. Guardava viva a herança de seu país de origem e, para matar as saudades, freqüentemente cantava e falava italiano com as coirmãs italianas.

No depoimento das Irmãs, constatamos que Ir. Liberata foi uma criatura compromissada com a vida que abraçou. Era muito comum vê-la desfilando as constar do terço, com tanta unção, como se Nossa Senhora estivesse junto dela.

Na vida apostólica, a ordem e a organização no trabalho, chamavam a atenção dos que com ela conviviam; era imparcial, tratando todas as pessoas sem predileções; dava, sim, atenção às pessoas idosas, indefesas, mas amava a todos, indistintamente. Isto era notório, através de suas atitudes, de seu relacionamento na comunidade e na missão.

Consumiu a maior parte do tempo de vida ativa nos Hospitais. Médicos, enfermeiros, funcionários lembram sua presença caridosa e educada, companheira fiel de trabalho. O itinerário percorrido, na fé e na serenidade, desde a Primeira Profissão, em Roma, e em seguida, na vinda para o Brasil, registra sua intensa atividade, nesta terra de missão, iniciando, já em 1938, na Santa Casa de Araraquara-SP:  de 1940 a 1979, trabalhou no Hospital Matarazzo, em São Paulo-SP; e aí dedicou parte de sua vida, quase 40 anos. Ficou muito triste com a falência dessa grande obra de misericórdia; de 1980 a 1986, atuou no Lar dos Velhinhos, em Mococa-SP; em 1987, fez parte da comunidade da Casa de Encontros, em São Roque-SP, auxiliando nos serviços gerais;  de 1988 a 1992 , trabalhou no lar São Vicente de Paulo, em São João da Boa Vista-SP. Em 1993, já um pouco enfraquecida, foi transferida para a Betânia, para tratamento de saúde e, enquanto pôde prestou seus serviços.

No último retiro espiritual, já quase não podendo escrever, conseguir anotar alguns propósitos: “Observar o silêncio ... estar sempre na aliança com Deus... amar muito o Senhor, Nossa Senhora e toda a Corte Celeste... libertar-me do amor próprio e fazer mortificações”. Na preparação para o Natal do ano 2000, fez uma lista de sacrifícios que deveria fazer, no dia-a-dia. Dentre esses gestos, prevaleceu mais o ‘deixar a sobremesa e oferecer as dores que sentia’.

Como estivesse muito mal, foi internada na Santa Casa de Marília-SP. No dia 9 de março, por ocasião da inauguração do Memorial das Apóstolas, as Irmãs que a visitaram, já pressentiam seu fim próximo e dela se despediram. Tinha 85 anos de idade e 64 de vida consagrada.

Depoimentos

Ir. Celeste Yamamoto- Morei com Ir. Liberata, no Hospital Matarazzo e na Betânia. Tinha uma voz bonita e gostava de cantar. Amava os pobres. Primava pela simplicidade e sensibilidade com os mais necessitados. Rezava muito”.

Ir. Fabiana Galera- Ir. Liberata era caridosa e prudente. Amava muito Jesus e todas as pessoas, e não criticava ninguém.  Rezava muito.