IR. ADRIANA FILIPPI
23/06/1876 + 16/01/1948Biografia
Ir. Adriana, quando enviada ao Brasil, substituiu Ir. Matilde Grassi na farmácia do Hospital Humberto I. A comunidade estava atravessando um período difícil, não só pela atuação zelosa das Irmãs proibidas de tocar em assuntos religiosos com os doentes, como também, pelo clima que se formara entre as religiosas que, originalmente eram de dois grupos ou congregações nascentes, unidas numa só, por iniciativa de Dom Scalabrini.
Ir Adriana assumiu o superiorato do grupo nesse clima de tensão. Ela permaneceu pouco tempo no Hospital, porque a crise continuou e Madre Josefina, de comum acordo com Dom Duarte Leopoldo e Silva, removeu as Irmãs do Hospital Humberto I. Ele se responsabilizou pelas Irmãs no sentido de encontrar novo ambiente de missão. Graças aos esforços do dedicado Bispo, as Irmãs estabeleceram-se em Casa Branca.
Ir. Adriana Filippi foi enviada para assumir a função de Superiora da Comunidade, na Santa Casa de
Em 1913, Ir. Adriana terminou seu triênio no cargo e, conforme as Constituições foi substituída por Ir. Tarsila Ardito.
Em 1924, uma inesperada situação causou pânico às Irmãs. Uma horrenda revolução em São Paulo, iniciada
no dia 5 de julho, provocou desordem e terror em toda cidade. Ir. Adriana se encontrava em São Paulo, no hospital. Nos primeiros dias da revolução ocorreu outro incidente causando indescritível consternação à Superiora Ir. Catarina Ferrari e a toda Comunidade.
Uma das Irmãs do Hospital do Brás fugiu com suas companheiras para salvar a própria vida que corria perigo iminente; dirigindo-se rumo à estação, logo pela manhã; estava lá Madre Provincial, Ir. Nazarena Viganò, que partia para o interior com diversas Irmãs. Ir. Adriana foi detida por policiais, pois julgavam ser ela um revolucionário vestido de freira e levada para o quartel fora da cidade. Ir. Adriana fugia um pouco das características femininas. Era de estatura alta e de aparência máscula. Ir. Catarina Ferrari, tomando conhecimento do fato, foi imediatamente ao quartel, sem pensar que podia ser atingida por balas. Enfrentou tudo para salvar Ir. Adriana.
Quanta emoção ao vê-la em liberdade, após apresentar toda sorte de documentação exigida.
A Comunidade aflita esperava-as ansiosa. Ir. Adriana em liberdade mostrou-se profundamente reconhecida e grata a Madre Catarina. Cessada a conflitiva situação, a Comunidade também voltou ao seu normal, após ter passado os 23 dias da revolução na mais deprimente situação.
Depoimento
Ir. Leônia Cavassin – Irmã Adriana era cândida, pura e vivia feliz. Sempre alegre, muito carinhosa, dava sempre que podia, um presentinho a quem dela se aproximava. Eram coisas simples, como uma bala, mas que fazia diferença. Percebíamos a bondade do seu coração de Apóstola do Amor. Caridosa, sabia desculpar os erros dos outros. Era de estatura alta, de aparência máscula e pés grandes. Na época da revolução de 32, foi presa e colocada na cadeia. A polícia pensava que debaixo do hábito religioso estava um inimigo perigoso e disfarçado. Mesmo nessa situação tão delicada, não perdeu a serenidade e a alegria. Ao chegar, ela mesma, aproveitou do incidente para alegrar a Comunidade. Ela era muito boa, verdadeira Apóstola do Coração de Jesus, de vontade forte, exata no cumprimento dos deveres, muito reta no trabalho de ecônoma e sempre conformada com a Vontade de Deus.