IR. MARISTELLA LIMA

IR. MARISTELLA LIMA

07/11/1924 + 13/07/1966 -------------------------

Biografia

A jornalista Clô de Magalhães, do Jornal “Correio de Marília”: “Maria, tu poderias ter brilhado no mundo, pela tua inteligência e pela invejosa posição de tua família. No entanto, preferiste ser a Esposa do Eleito, preferiste ser Mestra, preferiste ser a Serva do Senhor... Nunca foste tão bela como no teu derradeiro sono Despertaste para a vida eterna, junto ao teu Tabernáculo Sagrado, que é o Coração de Jesus, teu Esposo, e, de lá, continuarás esparzir, sobre os teus, a lembrança imorredoura de tua bondade”.

 

Inteligente, viva, alegre, simples, transparente, amante da pobreza, apesar de ter saído de uma família abastada. Jovem da sociedade, mas “vivia no mundo sem ser do mundo”. Na véspera de sua entrada no Instituto, despedindo-se dos amigos, dançou a noite inteira, fazendo sua despedida do mundo e entregando-se ao Coração de Jesus. Gostava das coisas alegres, movimentadas, viajar, passear; enfim, o que mais a destacava era sua atitude expansiva. Contudo, não descurava sua vida espiritual. Era fervorosa, nutria muito entusiasmo pelo Coração de Jesus, dando disso testemunho com sua vida, na simplicidade e na alegria. Muito caridosa com os pobres. Procurava todos os meios para ajudá-los com donativos obtidos de pessoas amigas.

 

Amava o Instituto e tinha grande respeito pelas Superioras. Tudo fazia para atrair vocações, assim como ela havia sido atraída pelas Irmãs do Colégio de Marília. No seu pedido para fazer os votos perpétuos, dizia: “Não sei se tenho correspondido plenamente ao desejo de meus Superiores; todavia empenhei-me para viver o espírito das Irmãs Missionárias Zeladoras do Sagrado Coração de Jesus”.

 

Era uma grande missionária. Além de professora, das aulas de Catequese, na Paróquia e na Escola, sempre muito aceita e querida pelos alunos. Lutava para conseguir a conversão do Pai e, para isto, contou com a ajuda da Madre Mestra, a qual não o abandonou e consegui que morresse confortado com os santos sacramentos da Igreja.

Há alguns anos, Irmã Maristela sofria de um câncer no abdome, chegando a ser operada, mas o mal se agravava sempre, até que atingiu a cabeça. Retornando de uma visita à família, passando por Marília, sentiu uma forte dor, que não lhe permitiu continuar a viagem para Espírito Santo do Pinhal/SP, onde trabalhava. Internada na Santa Casa, ali permaneceu acamada, durante 7 meses. Avisada da gravidade de seu mal, por intermédio da Madre Mestra, recebeu a notícia com muita serenidade, sem proferir palavra alguma, apenas lágrimas rolaram de seus olhos vibrantes. Sofreu, até o fim, com muita resignação, oferecendo tudo pela Santa Igreja, pelo Instituto, pelos pecadores, pelos sacerdotes, pela conversão de seu pai.  Começando sua preparação para o encontro com o Esposo, intensificou suas ofertas, agradecendo a grande graça de morrer revestida do Santo Hábito. Generosa, ocultava o sofrimento, acolhendo os visitantes com sorriso e animação.

Deu testemunho da entrega total a Deus.  Não só na doença, mas durante a vida, soube suportar até críticas de pessoas menos esclarecidas, que não penetravam na sua sensibilidade e na sua maneira de ser. No silêncio, oferecia, também, essas “flores” que lhe mereceram tantas graças, entre elas, a tão desejada conversão do pai e sua morte invejável, ocorrida após uma violenta dor de cabeça.

Irmã Maristela viveu sempre sorrindo. Um amigo da família, num discurso durante os funerais, disse: Sempre conservaste um sorriso nos lábios e nem a morte conseguiu apagá-lo”.

Depoimento

Ir. Olívia Santarosa – Conheci-a em Cafelândia, como colega de internato. Mais tarde, em Marília, eu já como Apóstola e ela aluna do Colégio. Quem a orientou para a vida religiosa foi Ir. Berkmans Zuchetto. Era dócil e em pouco tempo de vida religiosa, cresceu muito espiritualmente. Ir. Maristela era humilde, fervorosa, amava a pobreza. Organizada, serviçal, de caráter forte, sabia controlar-se e era muito querida por todos.