Irmã Inês dedicou grande parte de sua vida à educação. Foi Superiora no Educandário em Bauru/SP de 1963 a 65 e de 1953 a 58 foi Superiora em Campos do Jordão/SP e depois auxiliar na Escola São Francisco, de Bauru/SP. Sua missão aconteceu sempre no silêncio e na obscuridade. Foi pessoa de oração e de vida interior.

Em 1969, foi transferida para a Província do Paraná. Foi Superiora na Escola Primária, em Umbará, de 1941 a 43 e na escola Primária em Curitiba/PR, de 1945 a 53. Depois de uma longa e dolorosa doença, câncer, deixou a terra pelo céu, na Casa São José, em Curitiba/PR Santa Felicidade, purificada e tão cara ao Senhor pela sua grande generosidade. Tinha 75 anos de idade e 57 de vida religiosa. Havia festejado as Bodas de Ouro de Votos Perpétuos, no dia 16 de dezembro de 1970. Era irmã de Ir. Imaculada, uma das cinco primeiras Apóstolas brasileiras, falecida no dia 19 de junho de 1971 completou Bodas de Ouro de Votos Perpétuos em16/12/1970.

Depoimentos

Ir. Maria Ângela Juliani – Ir. Inês foi minha Superiora, quando fiz o segundo ano de noviciado, na Escola Imaculada Conceição, em Santa Felicidade. Era austera, fiel, singela e pura. Penso que conservou sempre a inocência batismal. Boa Superiora, zelosa, para incutir fidelidade à regra e à prática das virtudes e mortificação, que testemunhava com palavras e exemplo. Temperava sua rigidez com solicitude materna, preocupando-se com a saúde das Irmãs, lazer e boa alimentação. Mantinha respeito com os Superiores maiores e fidelidade até as mínimas prescrições. Era pontual nos atos comuns, recitava as orações em comum com fervor contagiante. Lia os pontos de meditação, como era costume com fervor e clareza e depois cobrava. Com ardor apostólico era a primeira a cooperar nas atividades paroquiais: catequese, cantos e liturgia. Era responsável pelo Apostolado da Oração. Na época muitos membros do Apostolado orientados pelas Irmãs Apóstolas tinham o belo costume da prática das primeiras sextas-feiras do mês, devendo, porém, ir à Igreja desde às 4h da madrugada para não chegarem atrasadas ao trabalho. E Ir. Inês, lá estava de madrugada, acompanhava-os, preparando-os para os sacramentos com cantos e orações. Todos estes gestos e fervor ficaram gravados nos corações dos fiéis, tanto que fizeram questão de acompanhá-la até o cemitério com a bandeira do Apostolado da Oração. Era humilde em aceitar as sugestões e até mudar seus projetos, se fosse para o bem comum. Foi diretora do Curso Primário e professora da quarta série. No fim da vida, diante de um câncer que lhe consumia suas forças, uma Irmã lhe disse: Ir. Inês, acho que Jesus está chamando-a para o céu. Ela serena e prontamente respondeu: Sim, sim, tudo o que Ele quer. Numa triste agonia de uns quatro dias, entre debates e crises ouvia-se o balbuciar das palavras: Ave Maria. Assim, como Apóstola filha de Madre Clélia e zelosa pela causa de Deus e das almas, entregou sua bela alma a Deus.

 Ir. Elvira Natalina Nichele - Para mim, Ir. Inês Gulin foi instrumento de Deus. Foi ela que me ajudou a descobrir minha vocação e o chamado à Vida Religiosa. Com ela aprendi, desde pequena, a me deixar atrair por Deus e pelo Coração de Jesus. Foi minha diretora na Escola Paroquial de Umbará. Todos a admiravam pela sua bondade e testemunho de verdadeira Apóstola e Missionária do Coração de Jesus. Sabia aproximar-se com gestos de delicadeza e amizade, atraindo muitas adolescentes e jovens para o grupo vocacional da Paróquia de Umbará. Não era difícil sentir e perceber que esse grupo era a “menina” dos seus olhos. Promovia passeios, oração e reuniões e era gostoso participar e frequentar o convívio com as Irmãs. Era divertido quando as Irmãs me convidavam para ajudar a arrumar a Igreja, limpar as salas de aula e ir aos campos para colher o adubo para as flores do jardim da residência das Irmãs e da escola. A Irmã Inês Gulin era a “alma” daquela escola. Agradeço a Deus ter colocado no meu caminho essa Apóstola e Filha de Madre Clélia para me facilitar a entrada no Instituto das Apóstolas que me acolheu e me fez crescer. Tudo o que sou, devo a esse primeiro passo que me tornou Apóstola do Sagrado Coração de Jesus. Seu testemunho foi seu grande amor ao Coração de Jesus. Amável em cada gesto, palavra e olhar. Com seus exemplos de bondade e alegria soube atrair muitas vocações para o Instituto. Gostava de rezar com os alunos o santo terço, promovia jogos para as crianças da escola e dava acompanhamento especial ao clube vocacional da Paróquia (Pronunciamento de 25/3/1993).

Comunidade de Nova Esperança – Irmã Inês era de estatura mediana, cor clara e rosada e muito bonita; foi mestra das aspirantes; muito enérgica; era uma Irmã de oração. Durante o tempo de sua doença ficou na Casa São José. Quando rezava o terço, enfatizava a seguinte frase: AGORA E NA HORA DE NOSSA “MORTE (Pronunciamento de 1971).