Ir. Iracy Gazotto

Ir. Iracy Gazotto

10/05/1952 - † 07/10/1987 -------------------------

Biografia

 

Depoimentos

Ir. Josefa Gonella - Como noviça Ir Iracy fez o ano prático, no Colégio Santa Margarida Maria Alacoque, em La Plata, Argentina em 1972. De 1976 a 77, foi como missionária no Chaco, Argentina. De 1977 a 78 esteve no Colégio Corazon de Jesus de San Miguel Del Monte, Agentina. Como professora e estudante. De 1978 a 79, no Colégio Santa Margarida Maria Alacoque, La Plata/Ag. Sendo catequista e professora. Em 1984, no Colégio Corazon de Jesus, em Buenos Aires/Ag. Atuou como Diretora da Escola, onde ficou até o momento de sua enfermidade. Em maio começou a sentir-se mal e apresentar sintomas estranhos, quando foi encaminhada ao Hospital Italiano de La Plata. Após os exames, constatou-se um tumor maligno no lado esquerdo do cérebro, vindo a ser operada no dia 23 de maio no Instituto Médico Platense, Argentina. Apresentou relativa melhora após a operação, retornando a Buenos Aires, assumindo algumas atividades que lhe eram permitidas. Foi submetida a aplicação de radio e quimioterapia que lhe causaram grandes sofrimentos. No início de outubro, novamente começou a passar mal, sendo encaminhada a La Plata e no dia 7 pela manhã fora internada, entrando em coma, imediatamente vindo a falecer no dia 7 de outubro às 18h15min. Ela que tanto amava a Virgem Maria, no dia de sua festa, Nossa Senhora do Rosário, veio buscá-la para participar das alegrias eternas junto ao Coração de Jesus e Madre Clélia. Em carta a mim dirigida, após a sua operação, externa seus nobres e profundos sentimentos: “Após estes dias de enfermidade, em que procurei participar, com Cristo em seus sofrimentos, às vezes muito dolorosos, agora estou aqui, esperando a vontade divina, confiando em suas orações” (Carta 5/6/87). “Estou um milhão de vezes contente, porque a enfermidade está na vontade de Deus e a aceito com alegria e satisfação, porque cumpro seu desígnio sobre mim. Estou disposta a tudo: a viver sã e trabalhar muitíssimo para a Vice-província ou, a morrer e encontrar-me com o meu Esposo desejado; o que mais me custa, todavia, é viver com alguma enfermidade que me impeça de trabalhar, porém, é o exercício de aceitação que estou fazendo, Senhor! Aceito o que tu queres” (carta de 23/6/87). As próprias coirmãs dão testemunho a respeito da Irmã Iracy: dizia sempre que morreria jovem! E que oferecia seus sofrimentos pelas vocações e pelas junioras. Era pronta e generosa em atender as solicitações das coirmãs. Quando alguém lhe pedia algo, sempre atendia. Era disponível para qualquer trabalho, especialmente aos serviços humildes. Era bastante dotada, sabia fazer de tudo e se oferecia para ajudar; não gostava de perder tempo. Era autêntica e veraz, temperamento aberto e alegre. Não gostava de ouvir falar mal de ninguém. E não podia ver ninguém triste. Era despegada de tudo e pobre. Em seus sofrimentos nunca a ouviram queixar-se. Fazia de tudo para não dar trabalho para ninguém. Era como um cordeirinho, estava abandonada nas Mãos de Deus. Sofreu com amor. Na sua enfermidade apreciava participar da missa e rezava muito. O sacerdote que celebrava a missa dizia: “esta é uma Irmã forte”. Era dócil, obediente e muito grata a todos, tanto que os médicos disseram: “que sentimentos nobres tem esta Irmã”. Aceitou com serenidade e paz a sua doença. Na véspera de sua morte dizia: “ouçam, estão me chamando”. Ir.Iracy que teve a felicidade de entregar sua vida ao Coração de Jesus, desde sua tenra idade, o fez com grande amor, alegria, desprendimento e generosidade. Era uma verdadeira Apóstola missionária. Seus sofrimentos e enfermidade a purificaram e a tornaram bela e agradável ao Coração de Jesus que a chamou a si nos belos anos de sua juventude. Deixou um rastro de luz para todas nós, suas coirmãs, com o recado de que, para o Senhor o que conta não são longos anos, mas a intensidade de amor com que vivemos cada instante de nossa Vida Consagrada. Ela, a Apóstola fiel ao Coração de Jesus, viveu o ideal de Madre Clélia e agora junto a Ela intercederá pela Vice-Província a quem tanto amava e se dedicava com as demais apóstolas entoará, para sempre, o cântico novo das Virgens fieis (pronunciamento de 14/10/1987).

Comunidade de Nova Esperança - Ir. Iracy era muito alegre, jovial, de grande espírito missionário e de sacrifício, serviçal; sofreu muito com a família além de sofrer em sua doença. Pediu desculpas para as enfermeiras e médicos pelas suas impaciências durante a doença ( pronunciamento de 1987).

Ir. Maria de Lourdes Castanha - Eu a conheci no noviciado quando entrei como postulante. Lembro-me que cultivava um sorriso franco. Costumava dialogar muito com a mestra, procurando com sinceridade e esforço pessoal obedecer sempre. Sabia ser humilde e trabalhava sobre seus ímpetos, pois apresentava um gênio mais ou menos difícil; muitas vezes ela fazia suas acusações publicamente no meio da capela, onde com simplicidade pedia orações. Era ágil nos afazeres e não gostava de ficar parada. Valorizava o seu tempo, Durante o dia estudava e rezava bastante.

Depoente não identificada - Parece-me ver esta jovem, quando noviça, rezando com fervor o Salmo 14: “quem será recebido, Senhor em vossa casa; em vossa montanha santa, quem habitará? Aquele que na perfeição caminha e pratica a justiça, que diz a verdade segundo o seu coração; que põe um freio em sua língua e não faz mal ao seu irmão, nem insulta o seu próximo”. Sua vida correu na simplicidade, se resumiu num grande SIM, que foi dando ao Coração de Jesus e a Maria em toda a sua vida, tão curta, mas tão plena. Era uma jovem serena e alegre, dócil, autêntica, disponível. Como Apóstola viveu o Carisma deixado por Madre Clélia, expressando-o de muitos modos. Gostaria de ressaltar apenas uma das expressões bastante concreta em sua vida: sua piedade Mariana. A devoção que Ir. Iracy tinha por Nossa Senhora, era tão profunda, tão terna, tão forte... tendo perdido sua mãe a quem amava tanto, apegou-se e deu-se intensamente a Maria, e fiel ao seu propósito, não deixava escapar ocasião para demonstrar-lhe o seu amor filial. Vivia dela e por Ela, e sem dúvida, posso afirmar que procurava caminhar sempre em sua presença! O amor e a devoção a Virgem se faziam sempre mais profundos e mais conscientes. Sua intimidade com Maria era mais intensa afetuosa e terna, sobretudo no mês de maio a ela dedicado e nos dias festivos, para os quais se preparava com fervor. Esta jovem missionária, muitas vezes abatida pelo sofrimento, mostrou com seu testemunho de vida ser capaz de suscitar fé e coragem, ajudando as pessoas a encontrarem forças no amor e na oração.

Obs.- Embora a Ir. Iracy Gazotto não tenha falecido no Brasil, ela consta aqui porque foi a primeira brasileira missionária que morreu fora do Brasil.