IR. MELANIA GALLI

IR. MELANIA GALLI

22/02/1881 + 24/06/1972 -------------------------

Biografia

Filha de Madre Clélia, no sentido mais genuíno da expressão, foi Apóstola Missionária segundo o espírito da veneranda Madre Fundadora, da qual herdou, compreendeu e assimilou os grandes ideais do apostolado e da perfeição. Em 1919, veio para o Brasil, trazendo a chama desse zelo e manteve integra a espiritualidade de Madre Clélia. Em 1921, assumiu o cargo de Superiora local e de Vigária Provincial, para o Paraná. No dia 29 de junho de 1925, partiu para a Itália, a fim de participar do Capítulo Geral. Nessa ocasião, houve a unificação das duas Províncias: São Paulo e Paraná. Aos 9 de outubro, Madre Melânia regressou, na qualidade de Superiora Provincial da unificada Província Brasileira, permanecendo no cargo até 1934. Cumpridora dos seus deveres, observante e amante do Instituto até o heroísmo, foi uma grande formadora.  A última casa, onde ocupou o cargo de Superiora (1951 a 1963), foi o Colégio Sagrado Coração de Jesus de Cafelândia/SP. Já com bastante idade, foi transferida para a Betânia, continuando como exemplo de trabalho e oração. Suas forças foram diminuindo. Ao receber a Unção dos Enfermos, não se cansava de agradecer ao Padre que a havia atendido, e este ficou edificado diante de tão belas disposições.

 

Madre Melânia mostrava-se calma e resignada diante da morte, que se aproximava.  Quando as Irmãs lhe perguntavam se não se sentiria mais feliz de ir logo para céu, em vez de sofrer tanto, ela respondia: “Quello que Dio vuole!” Na véspera de sua morte, cercada pelas Irmãs, disse: “Rezem para que eu faça uma boa morte. Eu agradeço ao Senhor, por morrer na Congregação, unida à minha Madre Geral e Superioras e rodeada pelas minhas queridas coirmãs”. Poucas horas antes da morte, olhava fixamente para um ponto alto do quarto e levantando os braços, juntou as mãos, rezando e sorrindo. A quem lhe perguntou o que via respondeu: “Oh!...Gesù e la Madona! Non li vedete?!” E expirou. Eram 23h30 do dia 23 de junho, sexta-feira. Teve uma morte invejável; lembrou-se de rezar por todos. Muitas vezes as Irmãs ouviram-na dizer: “Abençoadas Superioras, que pensaram em reunir as Irmãs anciãs nesta casa, onde se goza tanta paz e tranquilidade! Realizaram o desejo da Veneranda Madre Fundadora” (Arquivo da Casa Provincial).

 

Em fevereiro de 1962, pela resolução nº 39, de 1°/2/1962, Madre Melânia recebeu o título de “Cidadã Cafelandense”, assinada pelo Sr. Jayme de Lima, então Presidente da Câmara Municipal de Cafelândia/SP e pelo Sr. Pedro Escudeiro, 1º Secretário.

 

Depoimento

 

Ir. Lydia de Andrade: Conheci Madre Melânia na Casa Provincial, à Rua Abílio Soares, onde também funcionava o Noviciado. Era rigorosa, séria e exigente; porém, delicada e maternal no trato com as Irmãs, noviças e postulantes, aconselhando-as e animando-as a progredirem na virtude e na formação intelectual, pois, o Instituto necessitava de pessoas competentes, para poder obter a aprovação dos cursos já existentes. Organizou um grupo de Irmãs especializadas em todas as disciplinas, para que nos preparassem, intensivamente; e assim, julgando-nos prontas, fomos prestar exames em Bauru, perante uma banca de Inspetores estaduais. Graças a Deus, e à boa vontade e capacidade de nossas Irmãs professoras, fomos não só aprovadas, mas elogiadas pela banca examinadora. Madre Melânia amava o Colégio de Cafelândia; acompanhou todo o trabalho da construção. Dava exemplo de pobreza, viajava sempre de trem. Ao terminar o tempo de Provincial, foi eleita Superiora do Colégio e não media sacrifícios; lembro-me que ia até no lenheiro, onde empilhava os paus e o fazia com que perfeição! ”

 

Ir. Brígida Campos Cunha - “Deus, concedeu-me a graça de conhecer Madre Melânia, em 1953, no Colégio de Cafelândia. Foi uma criatura que me impressionou profundamente pela sua simplicidade, pobreza, humildade, zelo, oração e grande amor ao Instituto. Tenho-a como testemunha de Apóstola fiel e escondida, apesar das grandes responsabilidades que ocupou nas Províncias do Brasil e nas Comunidades. Como Juvenista, ainda aspirante à vida das Apóstolas, muito me edificava ver a Madre Superiora, o dia todo, nos mais variados trabalhos, desde os mais humildes aos mais importantes. Muito ágil, porém paciente e bondosa com todas nós, que não conseguíamos acompanhá-la e algumas vezes também entendê-la, quando se comunicava na sua língua materna, na qual éramos aprendizes principiantes. E, apesar de suas inúmeras atividades, frequentemente a víamos aos pés de Jesus Sacramentado. Não demonstrava muita ciência, mas, muito amor. Uma de suas grandes virtudes era o silêncio. Na figura frágil, pequena e modesta de Madre Melânia, eu sentia Deus, falando-me, profundamente, do Seu próprio amor, de Sua bondade e Seu carinho com cada um de seus filhos. “Sinto-me feliz por ter conhecido Madre Melânia e por ter convivido ao seu lado durante cinco anos”. Madre Melânia, morreu com 91 anos de idade e 67 de vida religiosa.

 

Obs. - Outras informações poderão ser obtidas no livro de seu perfil “O Dom de si” da Coleção “Coração Multiplicado”.