IR. PRISCILLA STEFANI
08/09/1905 + 10/04/1987Biografia
Ir. Priscila dedicou os seis primeiros anos de sua vida missionária aos enfermos do Hospital Matarazzo, em São Paulo,SP. Passou, depois, como enfermeira noturna, para a Casa de Saúde Campinas, SP, função que desempenhou durante 45 anos seguidos. Voltou para a Itália, uma única vez, em 1958, quando teve a felicidade de conhecer Sua Santidade o Papa João XXIII.
Depoimentos
Ir. Alexandra Marcom -“Ir. Priscilla possuía uma profunda piedade, grande espírito de sacrifício e de penitência. Não procurava descanso para si, mas era toda dedicação aos doentes. Para todos tinha uma palavra de conforto e estímulo. Sempre pronta para tudo. Era querida pelas Irmãs, médicos, enfermeiros e funcionários.Às vezes, era um tanto explosiva, mas logo procurava a pessoa magoada e pedia-lhe desculpas, oferecendo seus préstimos.
Não guardava rancor e não fazia distinção de pessoas. Vivia o sobrenatural.Sua caridade, para com os doentes, era sem medida. Nas horas de oração, era impressionante vê-la imóvel, diante do Santíssimo Sacramento, em íntima união com o Senhor. Junto a ele buscava forças para poder continuar doando sua vida, no silêncio, longe dos olhares das criaturas. Seu objetivo era “Deus só”, como queria Madre Clélia.
Trabalhava à noite das 19h às 7h do dia seguinte. Gostaria de participar da Missa da Comunidade, mas o dever exigia que permanecesse no Hospital até às 7 horas; então, ia à igreja paroquial e, só depois de deixar tudo em ordem, ia repousar.
No final de 1985, foi transferida para a Betânia, em Marília; onde o Senhor a esperava com uma grande cruz. Acometida de enfarte, ficou paralisada; perdeu a fala, permanecendo imóvel, no seu leito, por longos meses. Podemos imaginar seus colóquios íntimos com Deus a Quem oferecia sua vida”.
Do Jornal de Grigno - Itália: “Sexta-feira, dia 10 de abril, morreu, na Casa de Saúde Campinas/SP, Irmã Priscilla, no século, Maria Stefani, com 82 anos, natural de Grigno,Trento, Itália. Soube dar grande exemplo de generosidade para com os irmãos mais necessitados, generosidade que somente a maior dedicação pode satisfazer”.
Em 1929, Irmã Priscilla entrou no convento das Missionárias Zeladoras do Sagrado Coração de Jesus, em Alessandria e quatro anos depois partiu para o Brasil, onde exerceu ininterruptamente, por 42 anos, o serviço de enfermeira noturna, em Hospitais do Estado de São Paulo.Retornou a Grigno, para visitar a família, por poucos meses, uma única vez, em 1958. Há dois anos sofreu um enfarte, mas recuperou-se; só recentemente, teve necessidade de assistência continuada, não podia falar, mas via e ouvia tudo.
Em 1943, Pe. Tomaso Bellin, também ele de Grigno, recebendo aposentadoria, depois de uma vida dedicada ao ensino e, por muitos anos, Capelão junto ao Hospital Santa Clara de Trento, partiu como missionário para o Brasil, onde pôde encontrar a conterrânea Ir. Priscilla. Lembrando a Irmã ele escreve:
“Para exercer aquele difícil trabalho, é necessário fibra e resistência, fruto de dons naturais sustentados pela graça de Deus, de uma educação forte na vida religiosa, de uma dedicação heróica a Deus e aos irmãos. Grigno deveria gloriar-se dessa nobre filha, que, junto a outras Irmãs de Grigno, deu, nesta terra brasileira, um exemplo de fidelidade à vocação, ao trabalho, a serviço dos outros.
Considerando que são poucos os que recordam Ir. Priscilla, no país, é honroso reconhecer o exemplo escondido de coragem, de solidariedade e de sacrifício que soube dar, porque é, antes de tudo, dessas pessoas que surge a esperança de um futuro de paz, de bondade, de colaboração entre os homens.”
Depoimentos
Ir. Celeste Yamamoto - “Conheci Ir. Priscilla em Campinas. Trabalhava em período noturno, sem folgas e sem férias. Atendia a Clínica Médica e Cirúrgica, em dois andares. Muito corajosa, na sua idade, arcar com dois setores grandes de doentes graves. Falava baixinho, misturando italiano e português, que, às vezes, era difícil de entender. Simples, amante do seu trabalho, gênio forte, mas, ao mesmo tempo, acolhedora. Não suportava que falassem mal de ninguém, especialmente das autoridades”.
Ir. Brígida Campos Cunha - “No período de
Ir. Alexandra Marcon - Ir. Priscila trabalhava na enfermaria na Casa de Saúde de Campinas portanto, com os pobres. Era também responsável por outros setores do hospital atendendo solicitações de todo pessoal da enfermagem, além dos médicos e outras pessoas que precisassem de ajuda e orientação. Os agonizantes recebiam dela um desvelo especial. Como Apóstola não podia deixar de estar ao lado do agonizante providenciando os recursos necessários para este difícil momento.