IR. LUCILLA SURUGI

IR. LUCILLA SURUGI

17/04/1912 + 28/05/1991 -------------------------

Biografia

 

Depoimentos

 

Ir. Maria Elvira Milani - Na manhã de terça-feira, 28 de maio, inesperadamente. Ir. Lucila, num gesto silencioso de oferenda, entregou sua alma ao Pai. Deixou-nos sem dizer “adeus”. Sozinha, no seu quarto, assistida por Maria Santíssima a quem dedicou belas horas de sua vida, respondeu o seu último “SIM” nesta terra, ao Criador, Senhor e Pai. A notícia de sua morte deixou-nos consternadas  porque Ir. Lucila, apesar de sua idade, vivia intensamente e sua morte parecia ainda distante. O Coração de Jesus, porém, achou-a  pronta e  chamou-a  para dar-lhe a merecida recompensa [...] Fecunda foi sua missão. Oito foram as Comunidades da Província à qual dedicou a sua vida, mas esteve em todas como Madre Provincial que foi. De 1935 a 54 - Diretora e Professora no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Cafelândia,SP; de 1955 a 60, Superiora e Diretora, no Colégio São José, em Bauru,SP; de 1961 a 65, Superiora e Diretora no Colégio Nossa Senhora Aparecida em Araçatuba,SP,de 1966 a 77 (julho), SUPERIORA PROVINCIAL com Sede em S. Paulo,SP; de 1972 a 78, Superiora e Diretora no Colégio “Cor Jesu” em Brasília,DF; em 1979 Superiora e diretora na Escola São Francisco de Assis em Bauru,SP; de 1980 a 88 Superiora na Betânia das Apóstolas, Marilia,SP; de 1989 a 91, Campos do Jordão onde dedicou grande parte de seu tempo colaborando em Exercícios Espirituais no Oásis, como  presença de autêntica religiosa e com o dom da palavra e da experiência de vida nos caminhos de Deus. Não lhe faltaram os sofrimentos, pois são inevitáveis em todas as vidas, mas que, certamente, foram sofrimentos redentores unidos aos de Cristo Jesus. O permanente sorriso em seus lábios sabia esconder o que se passava  no íntimo de seu coração. “A mulher forte quem a encontrará”? diz a Sagrada Escritura. Ir. Lucila foi mulher forte. Dirigiu a Província nos difíceis tempos do Pós-Concílio. Firme, segura, manteve virilmente o espírito do Instituto. Equilibrada, exigente, forte, mas ao mesmo tempo, materna, compreensiva, amiga. Suas decisões não conheciam meias medidas, mas sabia escutar, orientar, conduzir, esperar. Amava sua família, amava a Igreja, amava o Instituto e a cada uma das Irmãs, pois fora dotada  de um grande e generoso coração. Amou, sobretudo a Deus, a Jesus Cristo no Amor do Divino Espírito Santo. Não ouvimos suas últimas palavras, mas podemos, com toda certeza, colocar nos seus lábios estas palavras da Escritura: “Em minha juventude procurei abertamente a SABEDORIA na oração; à porta do santuário apreciei-a e até o último dia a procurei. Na sua flor, como uva amadurecida, meu coração colocava sua alegria. Meu pé avançou no caminho reto e desde a minha juventude a procurei. Graças a  ela progredi, glorifiquei AQUELE que ma deu. Porque decidi pô-la em prática, procurei ardentemente o bem, não serei confundida. Minha alma lutou para prosseguir, observei atentamente a lei, estendi minhas mãos para o céu. Dirigi para ela a minha alma e na pureza a encontrei; desde o princípio apliquei meu coração a ela, e por isso não serei abandonada. O Senhor em recompensa deu-me uma língua com a qual o cantarei eternamente (Ecl 51, 13ss).

 

Ir. Lucila está em paz. Seu corpo repousa no túmulo das Apóstolas no Cemitério Ssmo. Sacramento em S. Paulo, aguardando a ressurreição final. Cabe a nós auscultar o Senhor que fala: “Não sabeis nem o dia nem a hora”. Ofereçamos-lhe nossas preces de sufrágio e ela intercederá por nós junto a Deus. Ela faleceu em Campos do Jordão, em 28 de maio de 1991, aos 79 anos de idade e 56 de vida religiosa. (Pronunciamento de 28/5/1991).

 

Ir. Brígida Campos Cunha - Irmã Lucila foi minha primeira Diretora, em Cafelândia,SP. Além da direção do Colégio, dava aulas de Português. De uma grande tenacidade, tinha uma energia extraordinária e uma psicologia especial com as alunas. Sabia ser, ao mesmo tempo, firme e materna. Coordenava também as festividades do Colégio e com sua linda voz,  colaborava com alegria e bondade, sem se fazer de rogada. Muito inteligente e comunicativa. Foi a primeira brasileira a assumir o cargo de Provincial. Tendo assumido a direção da Província, logo após o Concílio Vaticano II, soube acolher as grandes transformações da Igreja, com equilíbrio, coragem, humildade e amor. Muito firme, soube amar o Instituto e correr, por ele, todos os riscos. Deixando o cargo de Provincial, assumiu a comunidade do Colégio Cor Jesu, em Brasília,DF;   finalmente, a da Betânia, onde colocava todo desvelo e atenção às Irmãs idosas. Deixando o cargo, sua grande humildade se fez sentir pela acolhida generosa, silenciosa e cheia de amor e carinho para com todos que dela se achegavam. De uma personalidade forte e marcante, não esmoreceu, até o momento em que o Senhor a chamou, de forma tão surpreendente, como  surpreendente foi, também, toda sua vida.

 

Ir. Augusta Ferreira -“Como Provincial e Superiora, foi muito boa, caridosa e piedosa”.

 

Ir. Silvana Salomão - Ela foi minha terceira Provincial. Mãe, compreensiva, zelosa pela vida espiritual de cada uma, amante da Igreja, da Congregação e das Irmãs; gostava de fazer surpresas agradáveis. Seu entusiasmo era contagiante e era mestra de oração. (Pronunciamento de 25/3/1993).

 

Comunidade de Nova Esperança - Ela era muito enérgica, severa, firme, mas muito dedicada (Pronunciamento de 1991).

 

Depoente não identificada - Marcou-me sua santa presença. Tinha uma caridade fora do comum.Quando veio fazer Visita Canônica, eu estava de cama e com febre e ela me fez um chá de abacate com vinho e levou-o onde me encontrava. Depois sentou-se do meu lado e conversamos muito. Em outras ocasiões que fizemos retiro, ela  mostrou-se firme e compreensiva. Era uma pessoa muito alegre, para ela todas eram iguais, isto é, não fazia distinção de pessoas. Foi muito generosa, pois não mediu esforços em orientar as duas Províncias. Tinha muita paciência e compreensão com todas.

 

Ir. Lucila Cella - Era exigente consigo e com as Irmãs em questão de fidelidade ao Carisma. Adotei o nome de Lucila por sentir-me contagiada por sua retidão, fidelidade ao Carisma e à vocação. “O Coração de Jesus não admite Irmãs medíocres e desobedientes.

 

Ir. Elvira Nathalina Nichele - Para mim ela foi exemplo de verdadeira Apóstola. Coerente com os princípios e valores da Vida religiosa. Amava seguir à risca os seus compromissos de educadora e Apóstola do S. Coração de Jesus. Destacou-se pelo seu excelente desempenho exigindo 100% de si e dos outros no cumprimento dos deveres, estudos e ideais a atingir. Gostava muito de canto litúrgico e o seu fervor  era notável na oração comunitária e devoção ao Sagrado Coração de Jesus, à Virgem Ssma. e a Santa Eucaristia. Exerceu o cargo de Provincial, sofrendo as conseqüências da crise da Vida Religiosa durante o “ aggiornamento” e adaptação do Concílio Vaticano II. Sua fidelidade e amor ao Instituto foram seus grandes exemplos semeados com a fortaleza de espírito, alegria e transparência espiritual.

 

Depoente não identificada - Fui aluna de Irmã Lucila, e quero deixar aqui registrado o que dela aprendi. Como Apóstola do Coração de Jesus e filha de Madre Clélia, ela foi realmente através de sua vida, uma expressão concreta do nosso Carisma. Carregou consigo aquele ardor que Madre Clélia quis nos passar, tornado-se presença ativa do Coração de Jesus por uma santidade pessoal, por seu testemunho autêntico. De que forma ela expressou? Através de sua piedade e vida de oração; ela falava muito com Deus. Possuía grande zelo pela difusão da devoção ao Sagrado Coração de Jesus e muitas vezes nos repetia na sala de aula que era preciso dar muito amor, glória e reparação a este Coração transpassado de amor por nós. Ela viveu este amor. A imitação do Coração de Jesus tinha um grande coração, capaz de perdoar; era amiga, equilibrada, materna, apesar de enérgica e firme e às vezes até “dura”. Foi uma Apóstola de grande coragem e fortaleza que não se deixava levar ou dominar pelos critérios e julgamento das criaturas; não aceitava moleza. Tenho plena certeza de que, o que deu consistência aos programas e projetos de sua vida foi o ESTAR com Jesus para aprender d’Ele a ser Apóstola de seu Coração.

 

Ir. Ana Luiza da Silva - Ir. Lucila apresentava um semblante sereno, olhar firme, porte digno, rigorosa e zelosa pela disciplina religiosa, amava o silêncio e corrigia quando as Irmãs faltavam ao mesmo. Apesar de seu semblante sério, demonstrava um espírito alegre, materna e carinhosa com as Irmãs, no momento certo. Demonstrava grande amor ao Coração de Jesus, a Maria e a Madre Clélia e zelo pelas vocações. Nos encontros comunitários participava  ativamente; gostava de cantar, fazer brincadeiras que alegrava a todas. Entre os cantos que gostava, alguns eram compostos por ela mesma. Ir. Lucila foi edificante, pelo seu espírito de oração e amor à Eucaristia, pelo silêncio, pela dignidade no porte. Penso que se possa sintetizar sua vida como uma pessoa enérgica, mas ao mesmo tempo afável e materna.  (Pronunciamento de 26/8/ 1994).

 

Ir. Brígida Carlessi - Conheci Ir. Lucila como professora. Era enérgica, inteligente, ativa, interessada pelas alunas e zelosa do Coração de Jesus. Foi minha Provincial; animada e interessada pelo crescimento espiritual das Irmãs; caridosa, humilde, se igualava às demais. Incentivava a reflexão das Palavras da Madre Clélia e quando ia a Roma, na Casa Geral interessava-se pelos escritos da Madre Fundadora e sempre nos transmitia algo a mais. Incentivava o canto litúrgico e também o aprendizado da língua italiana. Foi uma Apóstola que amou intensamente a Jesus Eucarístico através da Adoração; amou Maria Ssma. Incentivando sua  devoção em comum e em particular e amou o Instituto trabalhando e dando a vida por ele. Foi uma Apóstola como os Apóstolos.