IR. SILVIA MARIA TAKADA

IR. SILVIA MARIA TAKADA

21/02/1937 + 02/01/1978 -------------------------

Biografia

Filha de pais budistas que, seguindo a doutrina e o estilo de vida escolhido, educaram seus filhos dando-lhes a liberdade de escolha da religião desejada. Foi assim que Maria escolheu, para sua vivência a Religião Católica, Apostólica, Romana e, aos 8 de dezembro de 1957, apresentou sua petição para o ingresso no Instituto das Apóstolas, assim se expressando: “Desejo ser admitida na Congregação”. Quero ser perfeita e trabalhar para o bem do Instituto; é para esse fim que estou aqui. Não quero ser religiosa só de nome, sem ter vivência interior. Pode me custar, mas me esforçarei”.

Irmã Silvia era, por natureza, de temperamento calmo e tranquilo. Dedicou-se, desde o início de sua vida religiosa, ao serviço hospitalar, servindo a Cristo no irmão sofredor. Trabalhou nas cidades de: Marília/SP, São João da Boa Vista/SP, São Paulo/SP e Jaú/SP, dando a todos o testemunho da dedicação e da caridade. Em seus escritos deixou uma frase que bem traduz seu compromisso de vida: “Senhor, faça crescer em mim o amor; que eu olhe o outro com bondade e o acolha sempre”. Nós acreditamos que a vida não termina com a morte, a vida apresenta um sentido para a morte; a fidelidade da vida é que ilumina a passagem gloriosa para a posse das promessas de Deus: “Todo aquele que crê em mim, um dia ressurgirá...” É a fé no Cristo Ressuscitado que nos antecipa uma VIDA NOVA. Ir. Silvia, com apenas 41 anos de idade e 24 de vida religiosa, partiu para a eternidade. Qual grão de trigo foi esmagado e lançado na terra, porque o morrer era necessário para a ressurreição e a vida de muitos. Sua trágica morte pode ser assim resumida: após a visita à família, em Ribeirão Preto/SP, passou por São Paulo, onde esteve com um irmão. Regressou para a cidade de Jaú, no dia 2 de janeiro de 1978, um dia antes da data prevista para sua chegada. Pretendia descansar um pouco, antes de reiniciar as atividades na Santa Casa. Cursava a Faculdade de Enfermagem, último ano, em Bauru-FAFIL.

Os desígnios de Deus são insondáveis. Irmã Silvia já próxima de Jaú sofreu um acidente. O ônibus em que viajava foi colidido por um caminhão, carregado de ferro, que se desgovernou na decida, indo de encontro e chocando-se de frente com o ônibus. Na colisão, alguns passageiros morreram na hora e outros, com ferimentos graves, foram socorridos nas cidades mais próximas. Ir. Silvia foi levada para Rubião Júnior/SP, na Faculdade de Medicina, onde havia melhores recursos, com outros em estado bem grave.

Após a perícia médica, foi constatado ter ela sofrido POLITRAUMATISMO CRANIANO, FRATURA DOS MEMBROS INFERIORES e ESMAGAMENTO TORÁCICO. Ao aplicar a anestesia para amputar as pernas, sofreu parada cardíaca; foi feita massagem diretamente no coração, mas foi fatal. Em consequência disto, faleceu aos 2 de janeiro de 1978, no Hospital das Clínicas, de Rubião Júnior. A consternação foi geral. Seu corpo foi levado para Santa Casa de Jaú, local de seu trabalho e aí velado, na Capela. Estiveram presentes sua mãe, irmãos, familiares e grande número de pessoas amigas. Houve missa concelebrada por vários sacerdotes, estando presente grande número de Apóstolas, que partilharam, com a comunidade de Jaú, a dor e o luto. Para todos restou a saudade e a prece. Ir. Silvia cumpriu sua missão de Apóstola do Coração de Cristo, foi-nos arrebatada quando menos esperávamos. Agora vive só em Deus.

Depoimentos

Irmã Celeste Yamamoto  - “Morei com Ir. Silvia  dez meses na Santa Casa de Marília/SP. Ela era Auxiliar de Enfermagem; e, depois, em Jaú/SP, quando cursava o último ano da Faculdade de Enfermagem, em Bauru. Era muito sincera, boa, cumpridora de seus deveres, enérgica, ordeira. Seu setor estava sempre limpo e em ordem. As virtudes, que nela mais se destacavam, foram: sinceridade, generosidade, alegria. Era de Bom relacionamento com todos, embora agisse com severidade, quando alguns não tratavam bem os doentes. Amava o Coração de Jesus e dele falava para os doentes e funcionários. Amava, também, o Instituto, rezava e pedia orações pelas Irmãs que estavam em crise de vocação e se aborrecia muito quando algumas manifestavam o desejo de abandonar a Vida Religiosa. “Sentia-se feliz por estar terminando seu curso de Enfermagem, e assim poder ajudar mais e melhor o Instituto”.

Ir. Maria Casoti - Morei com Ir. Silvia em São João da Boa Vista/SP e no Hospital Matarazzo, em São Paulo/SP. Confirmo o depoimento de Ir. Celeste. Irmã Silvia foi uma grande amiga. Sofria quando não podia fazer algo de bom para os outros