IR. PLÁCIDA NOBUKO KOJIMA
06/08/1925 + 10/05/1982Biografia
Ir. Plácida foi de vida edificante e silenciosa. Trabalhou com dedicação, acolhendo a todos com santa delicadeza. Sua preciosa vida foi um hino de gratidão ao Senhor. Como Maria, conservava a Palavra de Vida em seu coração, porque viveu no silêncio, na escuta, no serviço humilde, no amor ao Instituto; e, no tempo do sofrimento, ficou como Maria, de pé, à sombra da Cruz. Soube conservar acesa a chama do entusiasmo pela vida consagrada. Que o seu exemplo nos anime, para que não nos falte o óleo das boas obras e do amor a Jesus. Ir. Plácida atuava como enfermeira; ultimamente trabalhava no “Hospital de Crianças César Perneta”, em Curitiba/PR. Sua vida foi breve, apenas 57 anos de idade e 27 de vida religiosa, mas rica de merecimentos para a eternidade.
Depoimentos
Ir. Leonilde Veronezi - Ir. Plácida trabalhou no Hospital de Base em Bauru/SP, prestando assistência aos doentes à noite, na década de 80. Muito querida por todos. Era muito esperta e dedicada aos doentes. Identificou-se bem com o trabalho. Exata em tudo. Amava o trabalho de Enfermagem.
Ir. Brígica Carlessi - Ir. Plácida foi equilibrada, paciente e amável, pronta em servir e doar-se. Era de temperamento forte, porém o trabalho sobre si mesmo, a tornou afável, copiando as virtudes de Jesus manso e humilde. Já formada e trabalhando, deixou seus afazeres para seguir Jesus, desprendendo-se da família que tanto amava e que na raça japonesa, são muito unidos. Cresceu no amor de Deus e aos irmãos. As dificuldades não a impediram na luta e mesmo depois de tantos anos ela dispôs-se a fazer o Curso de Auxiliar de Enfermagem para colocar-se a serviço das Irmãs idosas. Era de muita caridade, silêncio e oração. Conheci a Irmã quando eu era postulante e trabalhava na rouparia. Com grande paciência e dedicação ela ensinava a cada postulante a fazer sua roupa e gostava de tudo bem feito e com perfeição; era admirável porque ela fazia mais rápido que ficar ensinando e atrasando o trabalho. Mais tarde foi transferida da Província de S. Paulo para a do Paraná e ficou na Betânia estudando. Vivia o silêncio, oração, aceitação, obediência e disponibilidade. Buscava a força diária na Eucaristia, na correção fraterna, na delicadeza, na entre ajuda e vivência comunitária. Do amor à vida fraterna foi um grande testemunho; o amor às Constituições e aos ensinamentos do Noviciado que procurava sempre lembrar e falar às coirmãs que a acompanharam pela vida. Certamente sua fidelidade às pequenas coisas encontrou dentro de si, a chama do entusiasmo para viver pelo e com o Esposo celeste. Na vida comunitária e individual mantinha o silêncio, a dignidade e o amor. Foi disponível, colaboradora, mantendo a casa em ordem como se fosse a sua. Sua vida apostólica era uma vida escondida, de obediência, disponibilidade, por amor a Jesus que a faziam andar a passos largos e decididos para a frente e sem desalento. Eu a conheci como postulante. Era pronta para ajudar; às vezes perdia a paciência por ser tantas as postulantes que devia ensinar ao mesmo tempo, mas isto lhe servia para crescer. Quando mais tarde convivi com ela notei o quanto tinha trabalhado sobre si, tornando-se amável e querida, pronta e sorridente. Quando foi ao médico, após os exames solicitados recebendo, sem rodeios, a notícia de sua grave doença, o câncer não se alterou, aceitou como vinda das mãos de Deus e nem quis incomodar a Irmã que queria acompanhá-la até sua comunidade. Quando chegou deu a notícia às coirmãs e a seus familiares com toda naturalidade, animando-os na confiança e entrega a Deus. Aceitou o sofrido tratamento com toda paciência e amor, oferecendo pela conversão dos pecadores, necessidades da Igreja e do Instituto. Tive a oportunidade aplicar-lhe várias vezes a medicação que não era confortável, mas ela a aceitava, sem queixas. Quando lhe foi oferecido voltar a Província de S. Paulo e ficar mais perto dos parentes, disse: “minha família é esta, as Irmãs já me conhecem e me cuidam muito bem, por que trocar? Os parentes não irão fazer nada por mim a não ser visitas. Foi edificante o seu amor à família religiosa. Ir. Plácida não falava mal de ninguém (Pronunciamento de 1/3/1993).
Ir. Nilve Maria Lovato - Morei e convivi com Ir. Plácida no ano de 1980 até maio de 1981; era portadora de câncer nos intestinos e veio a falecer. Como Maria era silenciosa; nunca a vi reclamar de nada, mesmo durante a doença. Cultivava uma profunda vida interior por meio da oração e meditação da Palavra de Deus, da qual levava para seu apostolado noturno nos hospitais César Perneta e Pequeno Príncipe, em Curitiba/PR. Quando morreu deixou um grande vazio no ambiente hospitalar. Os funcionários, doentes e médicos sentiram muito a falta de seu sorriso carregado de muita paz e alegria. Não perdia nunca a oportunidade de falar do Coração de Jesus e de Madre Clélia. Tinha grande amor às vocações; sempre falava que gostou do trabalho no noviciado. Nas suas orações e em comum, sempre rezava pela santificação das vocações. Zelava pela ordem e limpeza de tudo que era seu e do comum. O que via em desordem, guardava silenciosamente. Nós a chamávamos de “anjo noturno” que guardava e arrumava tudo, enquanto dormíamos. Cultivava um grande amor à Igreja e tinha um profundo zelo ao Instituto e delicadeza para com os superiores. A esperança fazia parte do seu cotidiano, sempre dizia: “eu tenho uma grande esperança ... vai dar certo ...” (Pronunciamento de 8/3/1993).
Ir. Domícia Nóbrega - Ir. Plácida era de temperamento calmo, tímido, não muito social. Era de muita oração e sacrifício, tinha muita dificuldade de se expressar, mas era de doação e serviço e muito caridosa. Sua vida marcou-me muito no atendimento às pessoas doentes. Foi fiel a sua vida de Apóstola, estando sempre presente na vida comunitária. Vivia seus votos com fidelidade, estando sempre pronta ao que os superiores dela precisassem. Era fiel à oração e fazia com frequência visitas ao Santíssimo e ficava longo tempo, também à noite, em oração. Em sua vida comunitária colaborava sempre com dedicação às Irmãs. Fez o Curso de Auxiliar de Enfermagem depois de muitos anos de vida religiosa e com amor dedicação cuidava dos doentes; sua doação edificava as pessoas. Na sua doença foram dias de intenso sofrimento, mas nunca se ouviu uma queixa; manteve-se sempre calma e serena. Ir. Plácida foi uma Apóstola de muita fé, doação, silenciosa e de muita paz (pronunciamento de 8/3/1993).
Ir. Silvana Salomão - Ir. Plácida era de profunda oração; rezava muito pelas almas do purgatório; caridosa, não falava mal de ninguém, sabia sofrer calada; muito simples, amou e esforçou-se para viver os votos e em particular a obediência, dedicada e cumpridora do dever; soube viver o amor. Fez o Curso de Auxiliar de Enfermagem para cuidar melhor das Irmãs doentes e velhinhas. Incapaz de transgredir ordens dos superiores. Rezava muito por eles, a ponto de oferecer a vida em favor da Irmã Ester Maria de Andrade. Dizia sempre: “temos que ser santas”. Trabalhei com Ir. Plácida na costura, quando eu era postulante e noviça (1955-56). Ela era a costureira do noviciado. Ficamos grandes amigas; ela ajudou-me muito (Pronunciamento de 23/3/2993).
Ir. Zélia Cavassin - Foi Irmã caridosa, de espírito de sacrifício, paciente, mansa, bondosa, mortificada, de oração e silenciosa. Amante do Instituto e dos superiores; observante das Constituições. Tinha grande devoção ao Sagrado Coração de Jesus no Sacramento do Altar. Na doença foi uma Irmã exemplar pela resignação e paciência; sofria calada.
Ir. Maria de Lourdes Fabris - Foi uma Irmã exemplar e caridosa com as crianças; alegre e disponível, não media sacrifícios, vivendo a caridade fraterna.
Comunidade de Nova Esperança - Ir. Plácida era robusta, clara, de estatura média, alegre, humilde, acolhedora, piedosa, simples, exímia costureira, sofreu resignadamente. Num retiro disse que sentia amparada pelo PAI como um passarinho. Gostava muito do canto “TOMA ESTE CORAÇÃO”, que foi cantado no seu velório. Foi ajudante no noviciado
(Pronunciamento de 1982).
Ir. Neuza Maria Ferreira - Conheci Ir. Plácida em 1979. O nome dela já afirma o temperamento que possuía. Era Auxiliar de Enfermagem, na Casa São José. A caridade dela para com as Irmãs idosas era admirável. Eu via nela a Apóstola do Amor. Nesse período eu morava no Colégio Imaculada Conceição. Tive a infelicidade de adoecer e Ir. Plácida com sua dedicação e amor, quando chegava à hora de tomar injeção, me procurava e ia aonde eu estivesse. Nessa época mal sabíamos que quem mais precisava de injeções e remédios era ela. Não passou muitos dias, ela adoeceu, para nunca mais se levantar. O amor e a responsabilidade dela pelos doentes eram demais! Hoje essa atitude de Ir. Plácida me chama muito atenção Considero-a uma profissional eficiente e exemplar religiosa.
Ir. Liliana Matiello - Ir. Plácida era de estatura mediana, olhos pretos, semblante alegre, materna e de caráter colérico. Era prestativa, caridosa e paciente. Possuía intensa vida de oração. Dava muita importância à vida comunitária. Em sua doença fez a Deus atos de conformidade, fé e tinha confiança de que Deus jamais a abandonaria. Foi Apóstola exemplar.
Ir. Ofélia de Carvalho - Irmã Plácida era muito calma, não sabia se irritar ou levantar a voz. Eu morei com ela quando eu era postulante na Casa Provincial em São Paulo, na Vila Pompéia. Ela ajudava a Madre Mestra, Irmã Henriqueta Oddone, especialmente ajudava como boa costureira na confecção dos nossos hábitos. Foi a minha madrinha de vestição religiosa. Dela eu guardo muitos belos exemplos de virtudes, especialmente sua maneira sensata de agir, seu amor ao silêncio, sua fidelidade nas pequenas tarefas, sua amabilidade e seu bom humor. Era uma pessoa de paz e de grande humildade. Com abnegação acolheu a cruz provocada por uma grave doença e se dispôs ao AMÉM final, mesmo sabendo que poderia ainda viver e servir por mais alguns anos (Pronunciamento de 29/07/93).
Ir. Maria de Lourdes Castanha, Ir. Marli Brugnarotto e Ir. Antônia Cavalini - Irmã Plácida de origem japonesa era ponderada no falar e no andar; tinha o olhar sereno e atento. Calma, de poucas palavras, introvertida, alegre, reservada em seus sentimentos. Foi vocação tardia, pois seus pais eram Budistas e conservadores, mas respeitaram o caminho e a decisão da filha de ser religiosa. Aceitava tudo com espírito de fé, humildade e paciência edificantes. Tinha formação humana em nível de 2º grau e tinha a perspicácia espiritual das almas santas. Mestra de aspirantes, auxiliar da mestra de postulantes, costureira e auxiliar de enfermagem. Humildade, espírito de sacrifício, silêncio, espírito de doação, de oração, de fé, de abandono, serenidade, caridade, foram suas virtudes. Ela aproveitava os acontecimentos do dia a dia sem reclamar e os oferecia pela conversão dos pecadores e pela sua. Tudo para ela era motivo de oferenda. Não exigia nada para si, contentava-se com as coisas simples, não guardava provisões. Confiava na Divina Providência. Amava as Irmãs, preocupava-se com todas e respeitava a todas sem fazer distinção. Sabia dialogar e aceitava na fé as ordens. Era muito dócil. Piedosa, participava ativamente das orações comunitárias, valorizava os tempos livres e dedicava-os ao Senhor. De bom relacionamento, gostava de fazer recreios e dava boas risadas. Participava com alegria dos recreios e gostava de jogo de memória. Rezava com os doentes, com as crianças. Tinha sempre uma boa palavra para animar os que dela se aproximavam. Na doença foi paciente, resignada, aceitando com fé os seus sofrimentos, oferecendo-os com os de Cristo. Soube esperar com fé o seu dia. IRMÃ PLÁCIDA FOI DE VIDA EDIFICANTE, SILENCIOSA, ACOLHIA A TODOS COM A DELICADEZA DAS ALMAS SANTAS (Pronunciamento de 23/3/1993).
Dr. Wilmington R. T. Consense - Tempos atrás, época dura e cansativa de residência médica, de noites mal dormidas e stress constante, uma figura agradável, simples e sempre feliz percorria os corredores silenciosos na madrugada dos hospitais Pequeno Príncipe e César Pernetta. De Irmã Plácida ainda tenho lembrança da maneira delicada e por vezes paciente que ela me acordava batendo nas janelas da “mansão” (não havia telefone nos quartos dos residentes), não saindo até que a luz estivesse acesa, mesmo nas noites mais frias ou chuvosas. Sua lembrança é sempre motivo de alegria e sua amizade foi para mim motivo de muito orgulho. “As grandes amizades perduram, as verdadeiras vão para além da morte” (Pronunciamento de 3/1993).