Irmã Zavéria recebeu o convite para tornar-se Apóstola do Coração de Jesus e também para deixar sua querida Pátria e vir ao Brasil.

Fez sua Profissão Perpétua no Brasil. Ao solicitar a licença para fazê-la, assim se expressou:“... certamente, falta-me coragem, pensando em mim mesma e a tudo o que existe em mim, reconhecendo-me indigna; mas a viva esperança que nutro no coração, o meu ardente desejo de ligar-me com os sagrados vínculos, para sempre, a este Instituto, e apoiada na imensa bondade do Coração de Jesus e nas palavras que me disse a veneranda Madre Geral antes de partir para o Brasil, animam-me a fazer este pedido. Espero, com a graça de Deus e a minha boa vontade, ser fiel à vocação, até o fim de minha vida e cumprir, por quanto estiver em minhas forças, os deveres das Constituições e da Obediência, como esposa de Jesus”. Com essas santas disposições, longe da Pátria, sofrendo a nostalgia de tudo e de todos soube ser Apóstola nos serviços da cozinha e lavanderia, inicialmente no Hospital Matarazzo, em São Paulo, SP, dando continuidade  ao  que já desempenhara na Itália, de 1922 a 1929. Do Hospital Matarazzo passou para o Seminário de Pirapora,SP, até 1946, prestando serviços na cozinha, numa dedicação incansável, servindo àqueles que, futuramente, seriam os continuadores de Jesus, na Evangelização dos povos. Evangelizava pela sua doação, vivendo intensamente o “daí de comer a quem tem fome”, e muitos sacerdotes lembram-se de sua dedicação e de seu espírito de verdadeira Apóstola.

Em 1973, retornou ao Hospital Matarazzo, na chefia da cozinha e, nesse trabalho, foi construindo sua vida futura. Era apelidada pelas Irmãs de “Santa Maria”, porque a tudo que lhe acontecia, repetia o nome de Maria. Pelo exemplo de seriedade, dedicação e amor no serviço a Deus e ao próximo, de alegria, amor ao Instituto, à Igreja e aos seus representantes, foi sempre querida pelas Irmãs, funcionário e médicos. No seu trabalho, mantinha-se unida a Deus e a Ele dedicou todos os seus dias.

Já não tendo mais condições de trabalho e de uma responsabilidade direta, em 1974 foi para a Betânia, em Marília assumindo o compromisso de Apóstola Adoradora, elevando a Deus suas preces pelo bom andamento do Instituto, de seus membros e de toda a Igreja. Sentindo-se mal, foi internada na Santa Casa local, onde se constatou uma forte hemorragia gástrica.  Apesar do esforço dos médicos e das Irmãs, não foi possível impedir sua morte.  Foi sepultada na Capela São José, junto à Betânia.

Depoimentos

Ir. Celeste Yamamoto - “Morei com Ir. Savéria no Hospital Matarazzo. A lavanderia ficava no porão. A roupa era colocada no chão para ser reciclada pelos funcionários. Ir. Savéria, apesar do mau cheiro que exalava, lá estava orientando e colocando tudo no seu devido lugar. Tinha um gênio um tanto forte; quando alguém respondia mal, ela retrucava, mas logo se arrependia. Piedosa e paciente vivia com o terço nas mãos. Tinha uma devoção muito grande a Nossa Senhora. As Irmãs que a assistiram contam que, pouco antes da morte, olhou para o alto, deu um belo sorriso e disse: que linda! Nas intenções do terço, pedia para Nossa Senhora que enviasse muitas e santas vocações para o Instituto, demonstrando com isso amor e interesse pelo crescimento da nossa Família Religiosa. Falava do Coração de Jesus e de Madre Clélia para os funcionários.

Ir. Cleamaria Simões - Ir. Savéria trabalhou muito tempo prestando serviço na lavanderia do Hospital Matarazzo, em São Paulo. Não deixava nunca faltar a roupa necessária para os cuidados dos doentes. Em conseqüência do barulho das máquinas da lavanderia, ficou com deficiência auditiva. Foi exímia cumpridora do dever. Na Comunidade sempre foi exemplo para todas.