IR. ADELIA GONÇALVES PINHO
14/12/1921 + 21/09/2002Biografia
A liturgia do dia 21 de setembro parecia ter sido preparada para Ir. Adélia. Na Carta aos Filipenses, Paulo dizia: Para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro. Entretanto, sinto-me atraído para viver e para morrer. Tenho o desejo de morrer para estar com Cristo, o que para mim seria o melhor; mas, para vós, é mais necessário que eu continue minha vida neste mundo.
Ir. Adélia não teve escolha, não teve tempo de pensar. O Senhor a acolheu repentinamente. Trabalhando muitos anos em Hospitais, estava ciente do seu problema e, no momento que se sentiu mal, percebeu que havia chegado a hora da partida e dizia: – “Vou morrer, vou morrer...” Certamente, o Senhor lhe concedeu os minutos necessários para fazer sua entrega definitiva, uma vez que sempre viveu por Ele.
Iniciou suas atividades em 1945, dando atendimento às crianças do Educandário Anita Costa, em Bauru-SP. Exerceu, depois, a função de enfermeira nas seguintes Santas Casas: São João da Boa Vista-SP aqui, também na Casa da Criança, Birigui-SP, Mococa-SP, Dracena-SP, Jaú-SP, Poços de Caldas-MG, Hospital Matarazzo, em São Paulo-SP, Adamantina-SP e Araraquara-SP; outras atividades: Vila Vicentina, em Bauru-SP; na Periferia de São Paulo-SP, trabalhou na Pastoral da Saúde; em Adamantina-SP, no Educandário Madre Clélia, dedicou-se à assistência às Educandas.
No dizer das Irmãs da Comunidade, Ir. Adélia era pontual aos atos da comunidade, e era notável sua responsabilidade e fidelidade aos compromissos assumidos. Muito fiel nas pequenas coisas, especialmente aquelas que pareciam insignificantes.
Era muito social e acolhia, de forma agradável, as pessoas que chegavam até ela, tanto Irmãs como leigos. Tinha uma característica especial: sua eloqüência no falar, e nem sempre era entendida e aceita. Ela não costumava deixar nada para depois, como, também, não guardava rancor ou mágoa.
Em 1995, foi transferida para Águas da Prata-SP, atendendo as crianças do Projeto que se desenvolve com crianças na missão de Águas da Prata. Gostava de ensinar bordado para as meninas. Na semana que precedeu a sua morte, todas notaram que ela estava diferente, silenciosa, muito calma e serena. No dia 21, partiu serenamente, tendo conversado com as Irmãs, até o último momento. Ao anunciar que sentia falta de ar, disse: “Como é terrível sentir falta de ar!...” Foi levada, imediatamente, ao Pronto Socorro, mas a morte a colheu e levou aos braços do Pai e Esposo, a quem dedicou toda sua vida.
Irmã Adélia tinha 81 anos de idade e 56 de vida religiosa. Foi velada na Capela Nossa Senhora Aparecida, em Águas da Prata e sepultada no Cemitério Municipal da cidade de São João da Boa Vista-SP.
Ir. Lourdes Baptista Ferreira- Morei com ela em Águas da Prata. Muito virtuosa, dedicada em tudo o que fazia. Gostava de participar dos recreios com as coirmãs e fazia tudo para agradar a todas.