Ir. Dionisia Di Bert

Ir. Dionisia Di Bert

19/03/1870 – † 18/05/1934 -------------------------

Biografia

De família muito religiosa, recebeu na Pia Batismal, o nome de Teresa, em honra da grande fundadora do Carmelo, a qual a família tinha devoção e também ao grande Patrono da Igreja Universal, São José.

Órfã de pai, ainda pequena, Teresa viu-se privada para sempre das alegrias do lar. Internada no Orfanato dirigido pelas Irmãs de “Maria Bambina”, superando as angústias dos primeiros dias e vencendo as dificuldades que a cada passo experimentava pela mudança total de vida, afeiçoou-se às novas educadoras e companheiras de desventura, privadas de um ou dos dois autores de suas vidas, e considerou como sua aquela numerosa família, destinada a prepará-la para a futura missão à qual Deus a chamaria mais tarde.

Tinha grande inclinação para os trabalhos manuais e tornou-se uma habilidosa bordadeira em ouro e seda.

Deixando o Orfanato, preparada para não perecer no naufrágio do mundo, Teresa continuou as suas práticas de devoção, no amor ao trabalho, até que sentiu fortemente o chamado do Senhor, para segui-lo mais de perto. Assim, deixando de lado as amizades, pronta para qualquer sacrifício, em 1903, entrou na Congregação das Missionárias Zeladoras do Sagrado Coração de Jesus, em Piacenza. De físico robusto, prestava-se a qualquer trabalho, com a mesma solicitude que sentava ao bastidor para bordar algum paramento sagrado.

Demonstrava bom desempenho nos seus deveres e esforço contínuo para adquirir as virtudes, pois aspirava à perfeição. Em 11 de outubro de 1903, foi admitida à vestição, recebendo o nome de Irmã Maria Dionísia. Conservou durante toda sua vida a recordação desse belo dia e, até nos últimos anos, falava dele muitas vezes às coirmãs, com grande entusiasmo e alegria, parecendo revivê-lo e rejuvenescer. Muito justo: havia gozado pouco até agora. Perdera o pai quando criança e a mãe, quando mais necessitava de seu apoio. Sentia-se feliz com o afeto da nova família religiosa.

Em junho de 1904, partiu para o Brasil. Como foi viva e profunda sua comoção, quando, ao ser conduzida ao Orfanato da Vila Prudente, em São Paulo/SP, viu-se mãe e mestra de tantas órfãs, que olhando fixamente no semblante da recém-chegada, pareciam rever a mãe falecida.

Ir. Dionísia assumiu a função de orientar as órfãs nos serviços caseiros e ensinar-lhes bordado. Às vezes, as acompanhava, também, durante a recreação, cativando-as com seu afeto.

Do Orfanato Cristóvão Colombo, passou para o Hospital Humberto I, e, ali também, sua caridade distinguiu-se, aliviando os sofrimentos físicos dos pobres doentes.

Também ela pertenceu o grupo de Irmãs que deixou o Hospital Humberto I e permaneceu aproximadamente três meses na Vila Prudente. Ir. Dionísia foi enviada para a Santa Casa de Mogi das Cruzes no dia 24 de dezembro de 1909, onde foi acometida por grave doença sendo, por Madre Josefina transferida para Santa Felicidade. Depois voltou para Santa Casa de Mogi das Cruzes/SP, levando o conforto da assistência religiosa aos sofredores. Por motivos de saúde, em dezembro de 1910, foi transferida com urgência para Santa Catarina. Passou alguns anos ensinando bordado para um bom número de jovens, que apreciava sua rara habilidade e a ela se afeiçoaram. Em 1915, foi Superiora na Santa Casa de São Simão/SP, onde ficou até 1921 e, nesse campo, foi marcada por dolorosas provações.

Em 1921 foi nomeada segunda Conselheira da Madre Provincial, Ir Nazarena Viganò, viajando assim de São Simão para São Paulo. Ir. Dionísia com mais uma companheira foram enviadas para ordenar a casa na Vila “Boa Esperança” para onde foi transferido o trabalho de Madre Nazarena do Hospital Humberto I, de onde governava a Província. Isto ocorreu nos fins de novembro de 1921. Irmã Dionísia faleceu no Hospital Humberto Primo, em São Paulo/SP.