Respondendo a um questionário, sem data, conta o seguinte:

“Minha primeira missão foi em Pilarzinho, perto de Curitiba. Dava aulas de catecismo, prestava serviços na Igreja e fazia teatrinhos. Lembro-me que lá havia muitos bichos, cobras, raposas, debaixo da casa; e nós, cansadas, não conseguíamos dormir de medo. Eu era a mais nova. Outra Irmã tinha mais medo do que eu e, a cada instante, me chamava e dizia: Ir. Pierina, escute as cobras...

Tínhamos que pedir esmolas, para conseguir nosso alimento. Missão duríssima. De madrugada, eu ia buscar lenha, enfrentando as cobras; mas, com a graça de Deus, enfrentava tudo.

Trabalhei em Asilos, Colégios, todo tipo de missão; assumi várias funções: cozinheira, professora, superiora. A nossa presença era um meio de despertar vocações sacerdotais e religiosas. Vários alunos nossos se tornaram sacerdotes e muitas jovens seguiram a vida religiosa, seja na nossa ou em outras congregações. E, aqui, lembro-me de um fato interessante: quando dava aula de catecismo em Colombo,PR, um menino de sete anos rodeava-me e pegava na minha capinha. Eu perguntei por que fazia isso e ele me disse que, um dia, iria vestir-se assim. Quando cresceu foi ser Padre Passionista e um grande pregador.

Estudei música, bandolim, violino, piano e harmônio, a pedido da Madre Provincial. Lecionava Música. Fiz curso de canto com um professor da França”.

A partir de 1979, fazia parte da comunidade do Asilo São Vicente, de São João da Boa Vista,SP, exercendo a função de porteira. Acolhia sempre com atenção e cordialidade. Passou depois para a Betânia e aí permaneceu até sua morte, aos 94 anos de idade e 72 de vida religiosa.

Que seu exemplo de fervorosa e dedicada Apóstola seja, para nós, estímulo a nos dedicarmos com zelo crescente às obras de apostolado, para a glória do Divino Coração.