Ir. Daria Fonseca

Ir. Daria Fonseca

29/01/1912 – † 06/12/1995 -------------------------

Biografia

Adalgisa nasceu de uma família profundamente cristã e foi educada segundo as amorosas leis do Deus, que é amor. Os dias passam. Ela busca o querer de Deus em sua vida. Sente o chamado a uma vida de total consagração. Procura as Irmãs Apóstolas e percebe ser com elas que deverá servir ao Senhor. Sente-se atraída pelo Coração de Jesus e, com 22 anos ingressa no Instituto, recebendo o nome de Ir. Dária,  passando a fazer parte dessa família religiosa.

De 1936 até 1991, dedicou-se à educação das crianças, como professora e auxiliar de vigilância nos recreios. Atuou nos vários colégios do Estado de São Paulo: Nossa Senhora Aparecida, em Araçatuba; São José, em Bauru; Sagrado Coração de Jesus, em Marília, Cafelândia e Birigui; Madre Clélia, em Adamantina; São Francisco de Assis, em Bauru; Diocesano, em Itumbiara,GO; Sagrado Coração de Jesus, em Curitiba. E nas Casas de Repouso: Campos do Jordão,SP, Águas da Prata,SP e, por fim, na Betânia.

Foi uma religiosa disponível, alegre, prestativa e acolhedora. Respeitosa com as Superioras, nas quais via a presença de Deus e a quem obedecia com leal fidelidade. Tinha um carisma especial para as crianças. Alfabetizou gerações e gerações. Era amada e estimada por todos. Os pais dos alunos dedicavam-lhe um carinho especial e as crianças a amavam, porque com ela aprenderam as primeiras letras. Sabia brincar, rir e se alegrar, sentindo a vida como um Dom e assim viveu em todos os momentos.

Não foram fáceis seus últimos dias; mas foi agraciada pela dedicação e cuidados que as Irmãs da comunidade lhe dispensaram. Recebeu aquilo que, ao longo dos anos, distribuiu gratuitamente, no serviço aos pequeninos. Foi fiel e, assim, entregou sua vida a Deus, plena de méritos, aos 83 anos de idade e 59 de vida religiosa.

Depoimentos

Ir.Lucilia Eliza Roseto - Ir. Daria gostava de seu nome civil e fazia questão de dizer a sua identidade, Adalgisa. Falava de boca cheia o seu nome. Sua infância foi desoladora; com a perda dos pais ainda pequena, foi levada ao orfanato com sua irmã. Desejando seguir a sua vocação ao estado religioso e se encontrando com as Irmãs, deixou a instituição. Sua habilidade e competência em alfabetizar foi muito aplaudida pelos pais. Quem passou por ela na primeira série possui a habilidade de escrever bem a nossa língua. Amava as crianças, principalmente as chamadas do Jardim da Infância que abarcava crianças de 3 a 6 anos. Sentia-se bem ao lidar e conviver com seus aluninhos dessa etapa. Quando passou para a classe de alfabetização, não mudou mais de função até a sua aposentadoria, quando passou a receber os alunos que adentravam no colégio no início das aulas. Encontrei-me com um médico oftalmologista em São Paulo, que me perguntou de Ir. Daria. Havia sido alfabetizado por ela e sentia-se grato porque nunca teve dificuldade em escrever. Quando criança ela a abraçava com as pernas e os braços, ficava atarracado a ela no galpão e foi apelidado por ela de carrapato. Todos os dias tinha algo para contar às Irmãs sobre o que havia acontecido de engraçado nas suas aulas. Um fato que ainda me recordo é quando ela, para reforçar os conhecimentos, indagou quem sabia o que era um vulcão. Prontamente um aluninho respondeu: é uma montanha que esquenta por baixo e explode em cima. Assim foi fazendo a sua história como grande educadora e deixou saudades. Faleceu na Betânia, em Marília, depois de sofrimento causado pelos achaques e diabete.

Ir. Olívia Santarosa - Irmã Daria, sem estudos, alfabetizou centenas de alunos no Colégio São José e muitos deles, hoje, ocupam cargos, como: Prefeitos, Médicos, Deputados, Advogados. Sabia fazer amigos.

Ir. Leonilde Veronezi - Ir. Daria era muito querida pelas crianças do Colégio São José e pelos pais, inclusive. A sua felicidade estava em ficar com as crianças no recreio. Quando impossibilitada desta atividade, adoeceu.

Ir. Alaíde Moreira Foz - Quando morou no Colégio São José, ela participava da vida comunitária; dedicava-se às crianças no recreio e dava mensagens aos pipoqueiros que ficavam nas imediações do Colégio. Ela era diabética tinha dificuldade de fazer o regime alimentar necessário.

Ir. Palmira de Oliveira - Se não fosse a Ir. Daria eu não teria entrado no convento, pois ela me ajudou, conversando com minha mãe. Sem o seu consentimento não poderia ter tomado tal decisão.