Irmã Otávia, desde o início de sua vida religiosa, dedicou-se ao ensino, na Escola Primária; porém, sua inclinação mais forte foi para as Belas Artes: desenho, pintura, flores e bordado.

Trabalhou nos Colégios de Curitiba, Bauru, Araçatuba, Cafelândia e Marília. Era uma verdadeira Artista. Manejava com muita arte os pincéis. Imprimia no pano ou na porcelana a beleza que tirava de sua alma. Suas obras falavam mais alto que as palavras.

Mas, mais do que uma artista nas paisagens que perecem, era uma artista nas coisas do espírito. Trabalhava sobre si mesma, modelava sua vida, para torná-la obra prima para o Senhor, deixando-nos o exemplo de uma autêntica Apóstola. De caráter meigo e delicado, sabia perdoar e acolher. Procurava ver unicamente o bem nas coirmãs e em todas as pessoas com quem convivia, tratando a todos com a delicadeza das almas nobres. Para as Superioras, era atenciosa e, sobretudo, obediente.

Sua vida nem sempre foi um mar de rosas. Entretanto, as lutas por que passou não conseguiram abalar sua personalidade forte. Quanto mais árdua a estrada a percorrer, mais coragem ela demonstrava para vencer e, alegre, prosseguia seu caminho. Era de uma sociabilidade fora do comum. Sabia amar e, mais do que isto, fazia-se amar.

Confortada pelos santos Sacramentos da Igreja e assistida pelas coirmãs, faleceu aos 85 anos de idade e 67 de vida religiosa.

Depoimentos

Ir. Lucila Surugi - “Ir. Otávia, você entregou sua bela alma ao Senhor. Você foi uma coluna forte no Instituto. Convivi, 19 anos com você, dos quais 9 anos na Betânia; só tenho a dizer que senti admiração e profunda amizade. Sua vida foi luz, paz, alegria. Você transmitiu tudo isto.

Conheci suas belas qualidades... dotes de artista, profundamente sensível às belezas da natureza, transferindo para a tela, toda a emoção do seu coração. Agora, no céu, que surpresa!  Você vê uma bela e luminosa exposição dos seus trabalhos. Olhe por nós que aqui estamos, ainda, no caminho do Senhor, na fé, na esperança, no amor”!

Ir. Brígida Campos Cunha - “Quando entrei, como aluna, no Colégio Nossa Senhora Aparecida, em Araçatuba, Irmã Otávia era Superiora da comunidade, e tive a oportunidade de ter com ela algumas aulas de desenho. Foi ela quem escreveu a minha carta de apresentação, para ingresso no Juvenato, em Cafelândia;  e, quando lá estava, foi minha professora em sala de aula e também na sua sala de artes, onde aprendi pintura e bordado. Desde que a conheci,  sempre se destacou pelo seu entusiasmo, alegria, disponibilidade e serviço. Muito animada, dedicou-se inteiramente ao seu dom artístico, sempre pronta a transmiti-lo a quem o solicitasse”.