IR. ALOISIA QUILICE

IR. ALOISIA QUILICE

15/09/1917 + 22/09/2000 -------------------------

Biografia

 

Ir. Aloisia viveu quase toda sua vida na coordenação da cozinha. Sua alegria em servir as Irmãs, nesse trabalho, era tanta que, nos últimos anos, quando não se sentia bem de saúde, e foi aconselhada a deixá-lo e colaborar em outros serviços mais suaves, sofreu muito.  Aceitou, obedecendo e oferecendo a  sua renúncia.

 

Durante 63 anos serviu às Irmãs e aos irmãos nas seguintes casas de 1936 a 1948-Santa Casa de Casa Branca,SP; de 1949 a 1965- Casa Provincial; de 1966 a 1969; Colégio Nossa Senhora Aparecida, em Araçatuba em 1970-Colégio Cor Jesu, em Brasília,DF; de 1970 a 1973 – Colégio Sagrado Coração de Jesus, em  Cafelândia,SP; de 1973 a 2000-Betânia, em Marília,SP.

 

Em 1994, deixou de fazer anotações no diário, como costumava fazer. Nos seus escritos podemos perceber como desejava a santidade, e assumir, como segredo dessa busca, o “fazer bem feito e com alegria, o serviço que lhe era confiado”. Levantava-se cedo para preparar o café da manhã, mas não deixava de passar na Capela e dizer a Jesus: “Jesus, sou a primeira a te dizer ‘ Bom dia! Jesus, quando o despertador me chama, custa-me muito levantar, pois sou dorminhoca, mas quando penso que tenho algo a te oferecer, dou um pulo e deixo minha cama gostosa e quentinha. Vou para a cozinha, lugar da minha imolação, acendo fogão e digo: ‘Eu acendo o fogão e você acende o fogo do teu amor no meu coração. Quando termino, aí, sim, vou para a Capela matar minha sede de viver sempre unida a ti. Jesus, eu tenho sede, sim, de vida interior; mas, ainda tenho muito a caminhar. Os meus pensamentos voam de cá e de lá e deixo você sozinho, porém, não perco a esperança de vencer”.

Em dezembro de 1993, quando foi convidada a deixar o serviço da cozinha para cuidar da saúde, assim escreveu: “Jesus, estou hoje aqui a teus pés, para colocar este grande sofrimento. Jesus, as lágrimas que derramei, só você e minha Mãe Santíssima sabem...Neste mês, a dor se apoderou do meu coração. Deixei o meu altar de imolação, o meu querido fogão, que me serviu de sacrifício durante 50 anos. Só faltam lágrimas de sangue para serem derramadas; mas, Jesus, tudo te ofereço. Estou ainda passando por momentos tristes; mas senti tua grande força ao encontrar-te na Sagrada Eucaristia. Jesus, quero estar sempre unida a ti e à tua Mãe Santíssima”. Quando os dias foram se distanciando, seu diário registrou uma nova linguagem: “Jesus, estou tão feliz! Não tenho palavras para expressar o que sinto. Lembro-me muito bem do que você me disse: ‘Coragem filha, tudo passa, tudo é breve. Um dia vamos nos encontrar...”

Esse dia, para Ir. Aloisia, foi 22 de setembro, entrada na eterna primavera. Lá estará sempre aquecida, não com o calor do seu querido fogão, instrumento que a levou para a Casa do Pai, mas aquecida eternamente no abraço do Pai, Amigo e Esposo. Contava 83 anos de idade e 63 de vida religiosa.

Que Ir. Aloisia interceda por nós, para que possamos manter viva a chama do amor e da fidelidade ao Senhor.

Conta Ir. Celeste: “Morei com Ir. Aloisia na Betânia, quando já não podia trabalhar. Sentia muitas dores de cabeça e, por causa de uma atrofia no cérebro, já não se lembrava de nada. Atribuía ao tempo que passou na cozinha, no calor do fogão à lenha, silenciosa, amava a oração, rezava o terço, não sei quantos por dia. Não reclamava de nada e era muito agradecida por tudo que recebia.

Contou-nos que “andou muitos quilômetros a pé até a Santa Casa de Mococa, para pedir seu ingresso no Instituto e que os pais não se opuseram”; dizia também, “não leio muito porque tive pouco estudo, rezo só as orações e com dificuldade”.