IR. JULIANA FREDERICO

IR. JULIANA FREDERICO

27/09/1924 + 03/08/2008 -------------------------

Biografia

ITINERÁRIO

ANO   COMUNIDADE                                     CIDADE

1940   Santa Casa de Misericórdia                    Bauru

1948   Santa Casa de Misericórdia                    Mococa

1952   Santa Casa de Misericórdia                    Cafelândia      

1955   Santa Casa de Misericórdia                    Andradina

1975   Santa Casa de Misericórdia                    Adamantina 

1985   Betânia das Apóstolas                             Marília

 

Rezemos para que Irmã Juliana receba no Nasceu em 20 de fevereiro de 1920, em Pirajuí, SP, recebendo na Pia Batismal o nome de Palmira. Desde o início de sua vida religiosa trabalhou em hospitais, inicialmente na rouparia e depois da preparação profissional trabalhou como enfermeira em várias Santas Casas, até 1985 quando foi transferida para a Betânia, onde morou por muito anos para servir como enfermeira e motorista. Por onde passou, foi profissional competente, unindo técnica e espiritualidade. Não são poucos os testemunhos de sua dedicação junto aos doentes, para quem, além dos medicamentos, tinha sempre palavras de consolo, esperança e orações fervorosas. Seu sorriso aberto, seus olhos brilhantes semeavam alegria, bondade, felicidade e inspiração a todos que a rodeavam. Em suas cartas foram encontradas palavras de consolo, estímulo, bondade e exortação a uma vida exemplar. Muitos que a conheceram afirma que Irmã Juliana era uma pessoa sorridente, amiga, comunicativa, acolhedora, que colocava muito amor, carinho, desvelo no trabalho e nas coisas do Senhor, que chegava até a ter um certo ciúme, como por exemplo, a capela da Betânia. Tinha carinho especial pelos pobres, dando um jeito de providenciar para eles alimentos, com os amigos que auxiliava na distribuição dos mesmos. Além de todo o seu trabalho, encontrava tempo para o ensino do catecismo para as crianças. Era exímia no Crochê e no bordado, colocando suas habilidades manuais para confeccionar as rendas para as toalhas do altar, nas quais se percebe o capricho e o carinho que colocava. Sua vida de comunidade, transcorreu a como verdadeira Apóstola, na simplicidade, humildade, docilidade, sem reclamar ou murmurar, conforme o testemunho de várias Irmãs.

 

Uma testemunha relata um interessante episódio de sua vida. Em uma viagem, dirigindo em velocidade superior a permitida, foi advertida por um policial, ao que Irmã Juliana retrucou: “Senhor guarda, fitando seus olhos verdes, pensei que fosse o sinal verde e passei”. O guarda sorriu e deixou-a continuar alertando-a para a possibilidade de ser multada.

 

Dava-se bem com todos e, muito mais com Senhor, a quem amou e serviu com todo seu coração e suas forças. Que ela recebe no Céu a recompensa tão merecida pela sua vida bem vivida como Apóstola fervorosa, intercedendo por todas nós, junto de Deus.

 

Depoimentos

 

Iraci Ferreira Frederico, sobrinha de Irmã Juliana deu o seu depoimento no dia 4 de agosto de 2008. Irmã Juliana foi muito significativa na vida de Iraci. “Conheci a Irmã no final da década de 60, quando fazia quatro anos que namorava seu sobrinho. A partir daí o meu coração vibrou, pois ela seria uma luz a brilhar na minha caminhada. Graças a ela cheguei ao casamento em 1976, período de muito tumulto, mas os obstáculos eram sanados com a sua intervenção amiga, dando conselhos. As minha idas a Andradina sempre foram cobertas pelas infinitas orações  feita por ela. Foram dias maravilhosos em sua companhia; exercia a função de enfermeira, profissão esta que soube exerce-la incansavelmente. Aos doentes acamados sempre tinha palavras de consolo, esperança por dias melhores e alguns não sabiam rezar, mas com a presença dela sentiam-se estimulados e participavam das orações.

 

O meu amor por ela foi e sempre será indescritível, ímpar, especial e permanecerá na memória tudo que dissera. Ela tinha um sorriso brilhante, os seus olhos pareciam semear bondade, felicidade, alegria, inspiração a todos que com ela conviviam.

 

Belo foi vê-la no caixão com aquele semblante sereno, cheio de pétalas de rosas, que tanto cultivava. As homenagens feitas foram unânimes em afirmar o quanto ela representou aqui na terra. Creio que o Pai tenha recebido de braços abertos, formando um coral com os anjos aplaudindo a sua vinda eterna. Espero encontrá-la um dia cantando, cantando a vida. Não me esqueço que em 1971 iniciava o Curso de Letras na FAFIL, hoje USC, (UNISAGRADO) na qual disse-me:            “Celebrar a vida é somar amigos, experiências e conquistas, dando-lhes sempre algum significado”. “A cada minuto estamos pintando o quadro de nossa vida. Cuide, acima de tudo, da qualidade da pintura, da nobreza dos pincéis e da intensidade das cores. Desta maneira, sua vida será uma grande obra de arte. ”

 

Percebe-se claramente por uma de suas cartas à sobrinha que Irmã Juliana tinha um coração bondoso e delicado. Em 1975, escreveu: “A jovem que por onde passar espalha uma fisionomia   alegre e radiante que brilha como o sol, é estimada por todo mundo. Onde há sorriso alegre está se mostrando o semblante de Deus. Uma importante palavra de amor torna feliz a pessoa que a recebe e ao mesmo tempo também a própria pessoa que a disse. Uma palavra bondosa que contém amor age como fortificante sobre o próximo. Não tenha reservas em dizer palavras bondosas com aqueles que constituem nossa família. Bem-aventurados os que comentam sobre o bem do próximo, os que pronunciam boas palavras, os que difundem palavras de louvor ao próximo, pois elas são praticantes de um ato sagrado para fazer circular o amor de Deus na face da terra”

 

Em uma outra ocasião Irmã Juliana escreveu à sua sobrinha: “A família unidade fundamental da sociedade humana é também o ninho no qual, novas almas imortais nascem e dentro da qual elas se desenvolvem sob a benéfica influência da educação católica e do exemplo e instrução dos pais”. No pouco que escreveu Irmã Juliana, pudemos reconhecer que tinha um interior rico de amor, de um amor delicado, puro, simples e sincero e espalhava-o por onde passava, especialmente no contato com os doentes e na comunidade onde viveu.

 

Irmã Gertrudes Pereira conheceu a Irmã Juliana em Adamantina quando morou na mesma comunidade durante oito anos. Depois de uma certa ocasião as duas ficaram muito amigas, inclusive com a sua família. Irmã Juliana era muito acolhedora, e confiava muito na Irmã Gertrudes. Nos recreios era expansiva, divertida, alegre, social e entre as Irmãs a união fraterna era a vida da comunidade. Fazia amizade fácil; muito querida por todos. Irmã Juliana trabalhou na farmácia e no seu tempo ela quem preparava o soro para uso no hospital, inclusive ouros remédios também